Quantcast
Channel: RetrôTV » Desenhos
Viewing all 20 articles
Browse latest View live

Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 2: Jambo e Ruivão

$
0
0

Jambo e Ruivão

Título: (Ruff & Reddy/1957-62/EUA/Cor)

Formato: 139 episódios de 3 minutos em 1 temporada

1ª Dublagem: AIC/SP – Roberto Barreiros [Jambo, Ruivão, Narrador], Gastão Renné [Jambo - 2ª Voz], Older Cazarré [Prof. Gizmo], Waldir de Oliveira [Prof. Gizmo - 2ª Voz]

O Início

Com o fim da produção de curta-metragens de animação do estúdio MGM, os diretores do departamento, recém demitidos, aproveitaram a situação e contrataram diversos ex-profissionais da MGM. A H-B Enterprises passava a produzir seu primeiro trabalho em série de animação: Jambo e Ruivão.

A dupla Hanna e Barbera foi aos estúdios Columbia Pictures para tentar negociar a compra dos direitos de exibição para Jambo e Ruivão. Nesta época, a Columbia era um estúdio “classe B”, afiliado da distribuidora Screem Gems para produtos televisivos. A rede americana de tevê NBC era uma das principais clientes da Screem Gems e acabou comprando o primeiro projeto da Hanna-Barbera.

Cada episódio de Jambo e Ruivão custou 2800 dólares, ao passo que cada curta-metragem de Tom e Jerry (com cerca de 7 minutos) custou 40 mil a MGM. Isso graças à técnica de animação parcial desenvolvida por Hanna e Barbera, já citada acima.

Jambo e Ruivão estreou no sábado, 14 de dezembro de 1957, mostrando a improvável amizade entre um gato (Jambo) e um cachorro (Ruivão). Apesar de a série ter sido produzida em cores, suas primeiras exibições nos EUA foram em branco e preto, já que os televisores da época não tinham cores.

O programa, intitulado “The Ruff & Reddy Show”, de 30 minutos, foi inicialmente apresentado pelo ator Jimmy Blaine. Eram exibidos três episódios de Jambo e Ruivão e curta-metragens da Columbia Pictures, incluindo “The Fox and the Crow” e “Li’l Abner”. Além disso, haviam apresentações teatrais a cargo de Rufus Rosa y Bobby Nicholson apresentações dos personagens Rhubarb (papagaio) e Jose (tucano). Em 1962, com a estreia da 2ª Temporada de Jambo e Ruivão, as apresentações foram feitas pelo Captain Bob Cottle e suas marionetes Jasper, Gramps e Mr. Answer.

A Série Animada

Cada saga de Jambo e Ruivão tem 13 episódios de quatro minutos cada. Os episódios têm quatro minutos cada e a narrativa é contada como em seriados de cinema, onde cada episódio termina mostrando os protagonistas em situação crítica de risco, deixando o espectador ansioso para ver o que irá ocorrer na sequência. Neste ponto, ouve-se, por exemplo, o narrador: “Conseguirá Jambo safar-se da emboscada dos perigosos bandidos? Não percam o próximo episódio de Jambo e Ruivão“.

O episódio seguinte inicia-se com a reprise das cenas do episódio anterior para então ser mostrado o desfecho da ameaça.

Jambo é rápido e Ruivão é forte e impulsivo. Juntos, acabam se envolvendo involuntariamente em diversas aventuras, nos mais variados lugares e nos momentos menos esperados, perseguindo bandidos, desvendando mistérios, escapando ou mesmo salvando animais. Para auxiliá-los, contam com um humano baixinho, de cartola, chamado Professor Gizmo, um cientista que os ajuda através de seus inventos malucos. Gizmo foi capaz até de projetar uma nave espacial e, em mais de uma ocasião, viajou ao espaço levando Jambo e Ruivão.

A dupla luta contra vários vilões, entre eles os terríveis irmãos Matador e Mata à Dor, Scary Harry Safari (um malvado caçador de animais), Galossauro, o malvado pirata Captain Greedy e o robô do Planeta Muni-Mula.

Com boa receptividade, a série Jambo e Ruivão abriu espaço para que a Hanna-Barbera partisse para a produção de uma segunda série: Dom Pixote (1958). Na verdade, mais que isso: o sucesso de Jambo e Ruivão abriu caminho para uma infinidade de novos personagens, que dominaram a programação infantil até meados dos anos 1990.

No Brasil, Jambo e Ruivão também teve parte de sua popularidade atribuída à dublagem. Mais uma vez, o estúdio paulistano AIC fez um trabalho de muita qualidade na primeira dublagem da série, principalmente com o dublador Roberto Barreiros, que ousou ao dublar Jambo, Ruivão e o narrador simultaneamente. A série pôde ser vista pela TV Record (anos 1970), SBT (2001) e pelo canal pago Boomerang (meados dos anos 2000).

Jambo e Ruivão teve três dublagens em português do Brasil, sendo que a segunda foi utilizada pelo SBT e a terceira, foi feita pela empresa “The Kitchen”, de Miami, exibida pelo Boomerang, mas com qualidade muito inferior à original.

// O autor desta matéria é Maurício Viel. Escreva para nós e faça seus comentários.

// Clique aqui para ver Vídeos de Jambo e Ruivão 

// Veja Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Introdução

// Veja Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 3: Dom Pixote

// Veja Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 4: Plic e Ploc

Multimídia

Clique e assista a abertura original de Jambo e Ruivão.

Um trecho de episódio com a dublagem original brasileira.

Imagens

Clique nas imagens para ampliá-las.


Share


Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 3: Dom Pixote

$
0
0

Prosseguindo com o “Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera“, agora é a vez de O Show do Dom Pixote, a segunda série animada produzida pela  Hanna-Barbera para a televisão, logo após Jambo e Ruivão.

O Show do Dom Pixote exibiu outros dois outros segmentos: Zé Colmeia e Plic e Ploc. Posteriormente, Zé Colmeia foi substituído por Joca e Dingue-Lingue. Nesta matéria especial, vamos focar em Dom Pixote e em breve, falaremos dos outros astros.

Dom Pixote (1958-61) teve 57 episódios produzidos, enquanto que Zé Colmeia (1958-59) 36 episódios, Plic e Ploc (1958-61) 57 episódios e Joca e Dingue-Lingue (1960-61) 29 episódios.

Patrocinado pela Kellogg’s, o show inicia com o galo da mencionada marca batendo na porta de Dom Pixote para avisar que era hora de começar. O programa tem três segmentos de até 7 minutos, completados por abertura e vinhetas intercaladas aos desenhos, além do encerramento, totalizando 30 minutos.

Dom Pixote

Título: Dom Pixote (Huckleberry Hound/1958-61/EUA/Cor)

Formato: 68 episódios de 7 minutos em 3 temporadas

1ª Dublagem: AIC/SP - Older Cazarré [Dom Pixote]; 2ª Dublagem: Sincrovídeo/SP – Pietro Mário [Dom Pixote]

O Personagem

Huckleberry Hound, nome original do personagem Dom Pixote, foi inspirado no aventureiro Huckleberry Finn, do escritor Mark Twain.

Dom Pixote é um cão azul antropomorfizado (que tem forma humana, ou similar). Possui sotaque caipira (na voz original americana), uma personalidade calma, doce e muito bem intencionada. Vive as mais diferentes aventuras, perambulando pelo mundo, personificando tipos e exercendo as mais diversas profissões (policial, xerife, bombeiro, domador de leões, caçador, carteiro). As vezes, Dom Pixote é ele mesmo, enfrentando algum tipo de inimigo como animais e insetos. Dom Pixote também vive grandes personagens conhecidos do público, como chapeuzinho vermelho.

Não raras as vezes, talvez justamente devido a sua personalidade amigável, muitos dos seus antagonistas aproveitam-se de sua boa fé para tirar vantagens, onde muitas vezes, o tiro sai pela culatra.

A improvável cor azul foi adicionada ao personagem canino por acidente, já que era para ser marrom. Joe Barbera pediu para manter a cor errada, visto que chamaria mais antenção.

Outra curiosidade é que sua personalidade se assemelha muito a Dom Quixote de la Mancha, uma criação do escritor espanhol Miguel de Cervantes, que é um aventureiro idealista e sonhador. Foi assim que surgiu a ideia da (feliz) adaptação brasileira do nome do simpático cão.

Quanto aos tipos que interpreta, percebe-se que Dom Pixote é um personagem atemporal, ou seja, ele não vive em uma única época específica e sempre aparece em eventos que ocorrem no passado (como um gladiador, um xerife do velho oeste ou um cavaleiro da Idade Média), ou no presente (cujos personagens Pierre, Diminuto Dalton e os dois “corvos malfadados” eram recorrentes). No entanto, nunca apareceu em uma aventura futurística.

Dublado pelo inesquecível ator e comediante Older Cazarré, Dom Pixote construiu uma base sólida de fãs para as futuras produções animadas que viriam no decorrer dos anos. Sua versão desafinada da música “Oh Querida Clementina” (do inglês “Oh My Darling, Clementine”) é lembrada até hoje.  Fato curioso é que a amada nunca apareceu nos episódios.

O Show do Dom Pixote exibia também outros dois outros segmentos de 7 minutos: Zé Colmeia e Plic, Ploc e Chuvisco. Devido ao grande sucesso de Zé Colmeia, em 1961 o desenho deixou o show para protagonizar outro programa, e foi substituído por Joca e Dingue-Lingue.

Dom Pixote (1958-61) teve 57 episódios produzidos, enquanto que Zé Colmeia (1958-59) 36 episódios, Plic e Ploc e Chuvisco (1958-61) 57 episódios e Joca e Dingue-Lingue (1960-61) 29 episódios.

O desenho de Dom Pixote foi a primeira animação a ganhar um Emmy, criando a categoria de “Desenho Animado” no prestigioso prêmio da tevê americana. A premiação trouxe ainda mais destaque à dupla Hanna-Barbera, que outrora já havia ganhado sete Oscar de melhor curta de animação com Tom e Jerry e, mais tarde, ainda ganharia mais sete Emmy de melhor desenho animado para tevê.

Além da série O Show do Dom Pixote, o personagem apareceu também também em outras séries, como a A Turma do Zé ColmeiaHo-Ho Límpicos e no telefilme “The Good, the Bad, and Huckleberry Hound”.

// O autor desta matéria é Alexandre Marques Silva. Escreva para nós e faça seus comentários.

Fontes: Animaq – Almanaque dos Desenhos Animados, por Paulo Gustavo Pereira (2010); Wikipédia (em inglês e português), Mundo Estranho – Coleção 100 respostas Hanna-Barbera (2004); Big Cartoon Data Base (www.bcdb.com); RetrôTV (www.retrotv.com.br).

// Lista de Episódios de Dom Pixote

// Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Introdução

// Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 2: Jambo e Ruivão

// Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 4: Plic e Ploc

Multimídia

Clique e assista à abertura do Show do Dom Pixote.

Clique e assista à abertura patrocinada do Show do Dom Pixote.

Clique e assista uma vinheta de passagem do Show de Dom Pixote.

Imagens

Clique nas imagens para ampliá-las.

Share

Snoopy

$
0
0

Ficha Técnica

Título: Peanuts / 1965-2011 / EUA / Cor (série animada baseada nas tiras de quadrinhos homônimas publicadas em jornais de 02/10/1950 a 13/02/2000, escritas e desenhadas pelo cartunista norte-americano Charles Monroe Schulz)
Formato: 43 especiais de tevê com duração média de 25 minutos cada e quatro longas-metragens produzidos para o cinema
Exibição: 09/12/1965 a 27/11/1992 (CBS); 18/01/1994 (NBC); 14/02/2002 a 20/11/2006 (ABC); e 24/11/2011 (Fox)
Dublagem Brasileira: Maga (SP), Herbert Richers (RJ), SC (SP) (atual Sigma), VTI (RJ) e MasterSound (SP)

História, Criação e Desenvolvimento

Charles Monroe Schulz (Minneapolis, Minnesota, 22/11/1922 – Santa Rosa, Califórnia, 12/02/2000) estudou na escola de educação primária Richard Gordon de Saint Paul. Era um adolescente tímido e solitário, talvez por ser o mais jovem de sua classe na Central High School. Depois da morte da sua mãe, em fevereiro de 1943, alistou-se no Exército dos Estados Unidos, sendo enviado ao Acampamento Campbell, em Kentucky. Dois anos depois foi para a Europa lutar na Segunda Guerra Mundial como líder da esquadra de infantaria da 20ª Divisão Blindada dos Estados Unidos.

Charles Schulz

Depois de deixar o exército em 1945, começou a trabalhar como professor de arte na Art Instruction Inc. Em 1947, Charles Schulz vendeu uma tira chamada “Lil’ Folks” para um jornal de sua cidade natal, o St. Paul Pioneer Press. “Lil’ Folks” foi publicada semanalmente por dois anos. Porém, quando Schulz pediu para que a publicação da tira fosse diária, acabou sendo despedido. Em 1948, o cartunista vendeu um painel de tira cômica para o jornal Saturday Evening Post e continuou a vendê-los até 1950, ano que viajou para Nova Iorque com muitos projetos de desenhos.

Schulz foi a uma reunião da editora United Feature Syndicate. E então, no dia 02/10/1950, Peanuts, nome do qual, no começo, Schulz não gostou, fez sua estréia em sete jornais dos Estados Unidos, onde Snoopy apareceu pela primeira vez e logo transformou-se em um grande sucesso. Schulz originalmente ia chamar o cão de “Sniffy”, até que descobriu que esse nome já era usado noutra banda desenhada (tirinha). Snoopy foi durante dois anos uma figura silenciosa, agindo como um cão real (caminhava sobre as quatro patas), mas, em 19 de Outubro de 1952, ele verbalizou os seus pensamentos aos leitores pela primeira vez através de balões. Snoopy tinha também a capacidade de entender tudo o que as restantes personagens dos Peanuts, com quem interagia, diziam. Schulz, após esta data, passou a incluir essas características nas suas tiras.

Snoopy é um cão extrovertido com complexo de Walter Mitty, com muitas virtudes. A maior parte delas não são reais, mas sonhos que fazem parte do seu mundo de fantasia, que aparecem quando Snoopy dorme no telhado da sua casinha. Muitos dos momentos memoráveis dos “Peanuts” ocorreram durante esses sonhos nos quais ele era um escritor: o seu eterno abrir da mala onde está a máquina de escrever. “Estava uma escura e tempestuosa noite…” foi tirado de uma história de Edward George Bulwer-Lytton escrita em 1830 chamada Paul Clifford. O contraste entre a existência de Snoopy no mundo dos sonhos e de Charlie Brown no mundo real é o centro do humor e da filosofia de Peanuts.

Um dos primeiros desenvolvimentos do personagem de Snoopy foi a sua tendência para dormir no telhado da sua casa, em vez de dentro dela. Depois, Snoopy passou a andar apenas com duas pernas como um humano. Isso rapidamente se tornou tão comum que quase não se notou quando Snoopy começou a revelar uma variedade de alter egos, a personalidade mais notável é a do piloto da Primeira Guerra Mundial. Para compor esta faceta, ele põe os seus óculos de aviador, o seu capacete e voa no seu Sopwith Camel (na verdade, a sua casinha), lutando contra Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho (que aparece indiretamente representado pelas balas que atingem a sua casinha).

Snoopy também se torna “Joe Cool” quando põe os óculos de sol e se encosta na parede sem fazer nada. Ele tem também uma personalidade em que é um escritor famoso, um advogado, um jogador de hóckei no gelo, um patinador olímpico, o “Beagle Solitário” (o primeiro cão a voar sozinho sobre o Atlântico) e também o primeiro astronauta a chegar à Lua.

Fora do seu mundo de fantasia, ele é o interbases na pequena equipe de baseball do seu dono, Charlie Brown, e também o melhor jogador do time. Snoopy é também um “escoteiro beagle” (Beagle Scout), a versão dos “Peanuts” do “Eagle Scout” e é o líder de uma tropa que é constituida pelo Woodstock e por outros pássaros seus amigos. Este tema aparece ao longo de toda a banda desenhada. Outras personalidades que Snoopy apresenta são: o “Flashbeagle”, o “Vulture”, e o “Legionário estrangeiro”.

Por um tempo, em 1977, Snoopy ficou prometido a uma cadela que nunca apareceu, que ele conheceu enquanto guardava a casa da Peppermint Patty. Mas, ela fugiu com o irmão do Snoopy, o Spike, e mais tarde viu-se a sua chegada ao deserto do Spike. Esta história foi adaptada à animação com o nome: “O Snoopy vai casar, Charlie Brown” (Snoopy’s Getting Married, Charlie Brown).

Snoopy é bilingue, pois compreende um pouco de francês. A sua comida de cão chama-se “para cães que voaram na primeira guerra mundial e compreendem um pouco de francês”. Ele fracassou no seu curso de geometria, que era sua desculpa para não poder seguir o curso de golfe. O famoso beagle tem também a sua própria dança, que se chama a Dança do Snoopy (Snoopy dance).

Schulz, numa entrevista em 1997, disse o seguinte acerca do caráter de Snoopy: “ele tem que sair do seu mundo de fantasia para sobreviver. Por outro lado, se assim fosse ele levaria uma vida miserável e aborrecida.”

Snoopy e Charlie Brown

Em seus últimos anos, Schulz sofreu de Mal de Parkinson. Como resultado, é possível observar no traço de suas últimas tiras o tremor de sua mão. Ele admitiu que algumas vezes os tremores eram tão desagradáveis que, enquanto trabalhava, precisava segurar com uma mão no canto de sua mesa para que tivesse firmeza. Devido aos problemas de saúde, Schulz anunciou, em dezembro de 1999, sua despedida dos jornais. Um mês após a publicação de sua última tira, em 3 de janeiro de 2000, Charles Monroe Schulz faleceu em Santa Rosa, EUA, no dia 12 de fevereiro de 2000, aos 77 anos de idade.

No final de sua vida, consciente de que seus personagens sobreviveriam ao autor, Schulz pediu para que sua obra permanecesse o mais autêntica possível e que suas tiras não fossem, como de costume, continuadas por outro desenhista, pedido que foi respeitado por sua família. As tiras publicadas pelo United Feature Syndicate após a sua morte são, na verdade, tiras originais já anteriormente publicadas, apenas com a data alterada e, mais recentemente, coloridas.

O produtor e animador Bill Meléndez (nascido em 1916, no México) faleceu em 02 de setembro de 2008, em Santa Mônica, Califórnia, aos 91 anos de idade.

A Série Animada

A animação baseada nas tiras teve início quando a Ford Motor Company adquiriu os direitos sobre os personagens. Foram produzidas uma série de comerciais de tevê em cores para os seus automóveis e aberturas para um programa patrocinado pela empresa denominado “The Tennesse Ernie Ford Show”. Quando o programa parou de ser exibido em 1961, as negociações duraram mais três anos. Os comerciais foram animados por Bill Meléndez para a Playhouse Pictures, um estúdio de animação cujo cliente era a própria Ford. Schulz e Meléndez tornaram-se amigos e quando o produtor Lee Mendelson decidiu produzir uma sequência animada de dois minutos para um documentário de tevê chamado “A Boy Named Charlie Brown in 1963″, ele trouxe Meléndez consigo para o projeto. Antes que o documentário fosse finalizado, os três (Schulz, Mendelson e Meléndez), mais o seu patrocinador, The Coca-Cola Company, produziram o primeiro especial de tevê com 30 minutos, o vencedor dos prêmios Emmy e Peabody, “A Charlie Brown Christmas” (O Natal de Charlie Brown) que foi ao ar pela rede de televisão CBS em 09 de dezembro de 1965. Tudo porque a Coca-Cola simplesmente perguntou a Mendelson se ele tinha algum especial de Natal para televisão e ele respondeu que sim. Em seguida, Mendelson ligou para Schulz dizendo: “acabei de vender um especial de Natal para a Coca-Cola”, mesmo não tendo um roteiro pronto sequer.

A versão animada de Peanuts difere das tiras dos jornais em alguns aspectos. Nos quadrinhos, ouvem-se as vozes dos adultos, ainda que as suas conversas sejam apenas descritas pelas crianças. Para traduzir este aspecto à animação, usa-se um som de aspecto murmurante, produzido por um trombone, para simular as vozes dos adultos, uma vez que estes nunca apareciam em cena. Nas tiras, os pensamentos de Snoopy se expressam por balões; na animação, ele é tipicamente mudo, comunicando seus pensamentos através de grunhidos ou risos (dublados por Bill Meléndez) e pantomima, ou ainda, tendo um personagem humano verbalizando seus pensamentos por ele.

O sucesso do especial “O Natal de Charlie Brown” foi o empurrão para a CBS levar posteriormente ao ar muitos outros especiais de Peanuts em horário nobre, começando com “Todas as Estrelas de Charlie Brown” (Charlie Brown’s All-Stars) e “É a Grande Abóbora, Charlie Brown” (It’s the Great Pumpkin, Charlie Brown), ambos em 1966. O especial “A Charlie Brown Thanksgiving”, de 1973, também foi vencedor do prêmio Emmy. Parte do sucesso da série se deve à trilha sonora de jazz composta pelo pianista Vince Guaraldi (1928-1976), e particularmente ao tema “Linus and Lucy”.

Além da Coca-Cola, outras companhias patrocinaram a série animada Peanuts com o passar dos anos, entre elas, os bolos Dolly Madison, Kellogg’s, McDonald’s, os doces Peter Paul-Cadbury, General Mills e Nabisco.

Schulz, Mendelson e Meléndez também produziram quatro longas-metragens para o cinema com os personagens das tiras, sendo o primeiro deles “Um Menino Chamado Charlie Brown” (A Boy Named Charlie Brown, 1969). Muitos destes longas foram feitos a partir do material das tiras de Schulz, que foi adaptado para a tela grande, embora em outros casos os enredos tenham sido desenvolvidos originalmente, sem nenhuma referência aos quadrinhos. É o caso de “The Charlie Brown and Snoopy Show”, uma série de especiais de tevê que foi ao ar aos sábados em 1983, na CBS, por duas temporadas.

No final dos anos 1980, a popularidade da série de tevê começou a diminuir e a CBS demonstrou falta de interesse em novos especiais, rejeitando completamente até “It’s Spring Training, Charlie Brown”. Uma minissérie de oito episódios chamada “This is America, Charlie Brown”, por exemplo, foi lançada durante uma greve do escritor. Finalmente, o último especial de Peanuts produzido enquanto Schulz ainda estava vivo, foi lançado direct-to-video. Após a morte de Schulz (2000), novos especiais foram produzidos pela dupla Mendelson-Meléndez e transmitidos pela ABC, que obteve os direitos para mais três programas. Um dos mais recentes, “He’s a Bully, Charlie Brown”, foi transmitido pela ABC em 20 de novembro de 2006, visto por aproximadamente 10 milhões de telespectadores. O último especial, “Happiness is a Warm Blanket, Charlie Brown”, foi ao ar pela Fox americana em 24 de novembro de 2011.

Em outubro de 2007, a Warner Bros. adquiriu da Paramount (por uma quantia de dinheiro não revelada) todo o catálogo de Peanuts. A Warner detém agora os direitos sobre todos os produtos relacionados a Peanuts (incluindo mais de 50 especiais de tevê) para distribuição mundial. A empresa está fazendo planos para desenvolver novos programas para televisão, para o mercado de vídeo e curtas-metragens para distribuição digital. No entanto, a Paramount ainda detém os direitos dos longas-metragens produzidos para o cinema, tanto os dois primeiros filmes (“A Boy Named Charlie Brown” e “Snoopy, Come Home”) que eram de propriedade da CBS e distribuídos pela Paramount originalmente, quanto os dois últimos (“Race for Your Life, Charlie Brown” e “Bon Voyage, Charlie Brown” (And Don’t Come Back!!), que foram, na ocasião, lançados diretamente pela Paramount.

Os Personagens Principais

Além do simpático beagle, os personagens principais que participam da série animada são:

Charlie Brown: de calças curtas, calvo e cabeça redonda, coroada por uma única mecha de cabelos na frente, é um menino de “oito anos e meio”, sempre cheio de preocupações. É o dono do Snoopy. Este personagem se caracteriza por um humor delicado e melancólico, traço marcante na personalidade de seu criador, Charles Schulz. É otimista alguns momentos, mas no geral, é um frequente perdedor. O personagem apareceu pela primeira vez numa história em quadrinhos publicada em St. Paul Press e o desenhista logo o incluiu em seu célebre “Peanuts”, publicado pela primeira vez, em sete jornais diferentes, dia 2 de outubro de 1950.

Patty Pimentinha (Patricia “Peppermint Patty” Reichardt): ela é uma má aluna, costuma dormir nas aulas e só tira D-, mas nunca perde o bom humor. Senta na frente de Marcie, sua melhor amiga, a quem costuma dizer freqüentemente “você é estranha/esquisita”. Mantém uma queda secreta por Charlie Brown, e conversa muito ao telefone com ele, chamando-o sempre de “Minduim”. Foi inspirada em uma prima de Schulz que na infancia, adorava as brincadeiras de menino e odiava as regras dos adultos.

Lucille “Lucy” van Pelt: é a irmã mais velha de Linus. Lucy apareceu pela primeira vez em 3 de março de 1952 como um bebê de olhos grandes que constantemente atormentava os pais. Ainda no início, Schulz eliminou os círculos em volta dos olhos dela e permitiu que ela crescesse até alcançar a idade dos outros personagens e rapidamente se tornou familiar a sua personalidade mandona, sarcástica e egoísta. É muito cínica, grita muito, é impaciente, muito mal humorada e freqüentemente é malvada com os outros personagens da série, particularmente com o irmão Linus e Charlie Brown. Os seus sorrisos e motivos raramente são verdadeiros. Costuma apresentar argumentos sem lógica e as suas perspectivas são sempre egocêntricas, a sua maneira de ver as coisas é única. Lucy gosta de Schroeder, que prefere tocar Beethoven a estar com ela.

Isaura/Sally Brown: é a irmã mais nova de Charlie Brown. Tem cabelo loiro e curto, freqüentemente aparece com uma flor na cabeça. Usa um vestido que pode ser azul ou rosa. Muito crítica e séria às vezes parece uma advogada ou uma psicóloga quando fala. Ela é muito teimosa e até que provem o contrário ela quem tem a razão, mas é generosa. É apaixonada por Linus van Pelt, chama-o de “meu namorado”, ele por sua vez responde “eu não sou seu namorado!”. Como o Schroeder faz com Lucy van Pelt, ele geralmente “foge” dela com uma resposta sarcástica.

Linus van Pelt: é o irmão de Lucy e o melhor amigo de Charlie Brown. Ele apareceu pela primeira vez em 19 de setembro de 1952. No entanto, seu nome só foi mencionado três dias depois. Apesar da tenra idade, Linus é muito observador e erudito, agindo como o filósofo e teólogo da série, mencionando frequentemente o Evangelho. Ele está sempre agarrado ao seu cobertor azul. Às vezes, é tiranizado pela sua irmã mais velha, Lucy. É também o interesse amoroso de Sally, irmã de Charlie.

Chiqueirinho: o menino que está sempre sujo, nem tem um nome de verdade. A graça é que de vez em quando ele tenta se limpar, mas não consegue.

Schroeder: é um garoto que se distingue pelo precoce talento em tocar piano, bem como pelo seu amor à música clássica e ao compositor Ludwig van Beethoven em particular. É também o interesse amoroso da Lucy, para quem ele não dá a mínima bola. Apareceu pela primeira vez como bebê em 1951, mas cresceu até alcançar a idade dos outros personagens nos três anos seguintes. Inicialmente, ele não tinha nenhuma característica notável, mas logo Schulz teve a idéia de colocar o piano de sua filha Meredith na história. Ele decidiu associar o piano ao mais recente personagem da história, e assim nasceu o personagem de Schroeder, tal como ele é hoje conhecido por milhões de fãs.

Marcie: uma menina tímida, míope, “estranha”, boa aluna e sua melhor amiga é a Patty Pimentinha, a quem ela só chama de “meu” ou “senhor” (depende da tradução). Assim como sua amiga, possui uma queda secreta por Charlie Brown.

Woodstock: é um passarinho amarelo que perdeu a sua mãe ainda filhote. Snoopy o encontrou na ocasião em um ninho em cima de sua barriga e resolveu “adotá-lo”. É o melhor amigo de Snoopy e também seu fiel confidente. Fala apenas a linguagem dos pássaros, usando um alfabeto cheio de exclamações que expressam emoções, frustrações e seu real temperamento, que só o seu amigo Snoopy entende.

Dublagem

A série animada foi dublada no Brasil por cinco (!) estúdios diferentes, alguns até cometeram o absurdo de dublá-la mais de uma vez. Charlie Brown e seu cachorrinho Snoopy viraram o símbolo da disputa de força entre as duas maiores emissoras da tevê aberta brasileira no passado (SBT e Globo) no eixo São Paulo – Rio, e dos dois maiores canais infantis por assinatura da atualidade (Cartoon Network e Nickelodeon). O SBT (então TVS), através do seu estúdio Maga, comandado por Marcelo Gastaldi (1944-1995), fez a primeira dublagem em 1984, que foi exibida pelo próprio canal até o início dos anos 1990, quando a Maga Produções Artísticas encerrou suas atividades. A partir daí, a Globo e o estúdio Herbert Richers do Rio redublaram a série, sendo transmitida pela mesma emissora.

A série retorna a São Paulo para ser lançada no mercado de VHS com a redublagem da SC-SP (atual Sigma). Em um determinado momento, ainda nos anos 1990, a série retorna ao Rio para ser redublada pela VTI, praticamente com o mesmo elenco que atuou pela Herbert Richers, versão que foi exibida pela Rede Record ainda naquela década. Retorna então a São Paulo para ser redublada pela MasterSound e ser exibida pelo canal de assinatura Cartoon Network, para, finalmente, voltar ao Rio e ser redublada (de novo) pela VTI, com exibição através de outro canal de assinatura, o Nickelodeon, nos anos 2000.

Segue abaixo a relação dos nomes que fizeram as vozes dos nossos queridos personagens nas (várias) versões brasileiras:

Snoopy e Woodstock: efeitos vocais mantidos no original, por Bill Meléndez.
Charlie Brown: Marcelo Gastaldi (1ª voz, Maga-SP), Selton Mello (2ª voz, Herbert Richers-RJ / VTI-Rio), Ulisses Bezerra (3ª voz, SC-SP), Marcelo Campos (4ª voz, MasterSound-SP), José Leonardo (5ª voz, VTI-Rio).
Lino: Lira Rodrigues (1ª voz, Maga-SP), Oberdan Júnior (2ª voz, Herbert Richers-RJ / VTI-Rio), Wendell Bezerra (3ª voz, SC-SP / MasterSound-SP), Felipe Drummond (4ª voz, VTI-Rio).
Lucy: Lúcia Helena (1ª voz, Maga-SP), Marisa Leal (2ª voz, Herbert Richers-RJ), Cecília Lemes (3ª voz, SC-SP / MasterSound-SP), Jéssica Marina (4ª voz, VTI-Rio).
Schroeder: Carlos Seidl (1ª voz, Maga-SP), José Leonardo (2ª voz, Herbert Richers-RJ), Hermes Barolli (3ª voz, SC-SP), Fábio Lucindo (4ª voz, MasterSound-SP), Bruno Pontes (5ª voz, VTI-Rio).
Patty Pimentinha: Sandra Marah (1ª voz, Maga-SP), Miriam Ficher (2ª voz, Herbert Richers-RJ / VTI-Rio), Leda Figueiró (3ª voz, SC-SP), Fernanda Bullara (4ª voz, MasterSound-SP), Lina Mendes (5ª voz, VTI-Rio).
Márcia: Zodja Pereira (1ª voz, Maga-SP), Guilene Conte (2ª voz, Herbert Richers-RJ / VTI-Rio), Raquel Marinho (3ª voz, MasterSound-SP).
Sally Brown: Leda Figueíró (1ª voz, Maga-SP), Carmem Sheila (2ª voz, Herbert Richers-RJ), Angélica Santos (3ª voz, SC-SP / MasterSound-SP), Indiane Cristine (4ª voz, VTI-Rio).
Pig Pen (Chiqueirinho): Nelson Machado (1ª voz, Maga-SP), Manolo Rei (2ª voz, Herbert Richers-RJ).
Rerun (o irmãozinho de Lino e Lucy): Orlando Viggiani (1ª voz, SC-SP).

DVD

No mercado brasileiro, foram lançados alguns títulos com toda a turma dos Peanuts, a seguir:

Coleção: DVD Snoopy & Charlie Brown – Triplo (2009, Warner Home Vídeo): box com três dvds, cada um contendo um episódio clássico referente a um feriado (O Natal de Charlie Brown; É a Grande Abóbora, Charlie Brown; Charlie Brown e o Dia de Ação de Graças) com seus respectivos making of’s e episódios bônus;

Seja Meu Namorado, Charlie Brown (2010, Warner Home Vídeo): dvd simples com o episódio homônimo, mais dois episódios relacionados ao dia dos namorados (Você Está Apaixonado, Charlie Brown; É o Seu Primeiro Beijo, Charlie Brown), e um making of relacionado ao especial homônimo;

Snoopy e Charlie Brown: Coleção dos Anos 60 – Duplo (2010, Warner Home Vídeo): dvd duplo com os seis primeiros especiais de TV exibidos entre 1965 e 1969 (O Natal de Charlie Brown; Todas as Estrelas de Charlie Brown; É a Grande Abóbora, Charlie Brown; Você Está Apaixonado, Charlie Brown; O Cachorro é Seu, Charlie Brown; Foi um Rápido Verão, Charlie Brown) , mais um documentário especial sobre o grande pianista responsável pela trilha sonora da série animada, Vince Guaraldi;

Snoopy e Charlie Brown: Coleção dos Anos 70 – Duplo (2011, Warner Home Vídeo): outro DVD duplo, com mais seis especiais de TV exibidos entre 1971 e 1974 (Toque de Novo, Charlie Brown; Você Não Foi Eleito, Charlie Brown; Não Há Tempo Para o Amor, Charlie Brown; Charlie Brown e o Dia de Ação de Graças; É um Mistério, Charlie Brown; É o Beagle da Páscoa, Charlie Brown), mais um documentário sobre a criação do melhor amigo do Snoopy, o Woodstock.

// Clique aqui para ver a Lista de Episódios de Snoopy

O autor desta matéria é Alexandre Marques Silva. Escreva para nós e faça seus comentários.

Multimídia

Clique e assista a um episódio de Snoopy com a dublagem original brasileira, feita pelos estúdios Maga.

Galeria

Clique nas imagens para ampliá-las.

Share

Mr. Magoo

$
0
0

Ficha-Técnica

Título: Mr. Magoo (Mr. Magoo/1949-67/EUA/Cor)
Gênero: Animação/Comédia
Produtora: UPA/DePatie-Freleng
Criação: John Hubley
Formatos: Mr. Magoo (1949/59) – episódio piloto mais 52 episódios de 6 minutos, produzidos pela UPA Productions e distribuídos para o cinema pela Columbia Pictures; Mr. Magoo (1960/61) – 130 episódios de 5 minutos, distribuídos em 26 programas de 25 minutos, produzidos pela UPA Productions e distribuídos pela Columbia Pictures Television; As Maiores Histórias de Todos os Tempos (The Famous Adventures of Mister Magoo, 1964/65) – 26 episódios de 30 minutos, mais dois especiais de uma hora (1962 e 1970); O Que Há de Novo, Mr. Magoo? (What’s New, Mister Magoo?, 1977) – 32 episódios de 15 minutos, produzidos para a TV pela DePatie-Freleng Enterprises (DFE), exibidos entre  setembro e dezembro de 1977 pela CBS
Dublagem: AIC/SP [José Soares (Mr. Magoo), Antônio Celso (narrador)
Distribuição no Brasil: Columbia Pictures Television
Exibição: CBS, NBC (EUA), TV Tupi (Brasil), TV Record (Brasil), TVS/SBT (Brasil), Warner Channel (América Latina)

A Série Animada

Os estúdios UPA - United Productions of America criaram um estilo revolucionário nos anos 1950, que mudou completamente o estilo dos desenhos animados. Eles deixavam de ter o estilo “fofo” dos estúdios Disney para usar um design mais moderno, que acabou por influenciar diversos estúdios - inclusive a Disney, que modernizou seu traço.

Durante as décadas de 1940/50, a UPA produziu dezenas de curtas-metragens para o cinema, denominados Jolly Frolics, em parceria com a distribuidora Columbia Pictures.

Em 1949, refletindo a ideologia da UPA, o cartunista John Hubley não queria produzir desenhos animados com animais engraçados e propôs uma história à Columbia Pictures que utilizasse os personagens humanos Quincy Magoo e seu sobrinho Waldo. A distribuidora apenas concordou por que a história tinha um urso como protagonista.

O episódio, intitulado "The Ragtime Bear", foi escrito por Millard Kaufman (1917-2009) com a colaboração do diretor John Hubley. Este trabalho marcou a primeira aparição do personagem Mister Magoo, inspirado no tio de Hubley -- Henry Woodruff -- e no ator W. C. Fields, conhecido no cinema por seu mau humor.

Os traços são diferentes daqueles que se tornariam definitivos. A história mostra Magoo como um velhinho excêntrico que sai de férias às montanhas geladas com seu sobrinho Waldo. Devido à miopia de Magoo, ele acaba se separando do  sobrinho, que estava trajando um casaco de pele, um chapéu e segurando um banjo nas mãos. Um urso, que havia seguido os dois por gostar do som do instrumento, acaba se apoderando do banjo e do chapéu no momento em que Waldo cai em um precipício. A confusão se inicia quando Magoo acaba se deparando com o grande e urso "vestido de Waldo" e o confunde com seu sobrinho. O público dos cinemas gostou do enredo e se deu conta de que a verdadeira estrela era Magoo, um dos poucos humanos que já haviam aparecido nos desenhos animados produzidos em Hollywood.

“The Ragtime Bear”

Dado o sucesso, o produtor decidiu transformar Magoo no carro-chefe das exibições da UPA no cinema e num dos primeiros personagens humanos no mundo da animação. O estúdio produziu, então, 52 curtas-metragens de Mr. Magoo. O diretor de animação da UPA, Pete Burness, foi o responsável por moldar as caraterísticas do personagem de Mr. Magoo, tornando-o mais atraente para o público de massa.

O velhinho, além de míope, é ingênuo e capaz de confundir o esgoto com a entrada do metrô, um semáforo com um guarda ou mesmo um manequim com uma senhora. Curiosamente, a sua extraordinária falta de visão não só lhe trará problemas, mas também acabará ajudando-o a sair de situações embaraçosas. Além disso, é um homem de sorte e persistente. Não surpreenderá, portanto, sua boa educação, bom humor e alegria de viver. Ele tem seu mundo próprio sem saber das suas ilusões ópticas que distorcem a realidade.

Um bordão de Mr. Magoo virou marca registrada: “Oh! Sim, sim, eu lhe digo”.

Os curtas de Mr. Magoo receberam quatro indicações para o Oscar de melhor curta de animação. Foram duas vezes ganhadores, sendo um pelo episódio “When Magoo Flew” (1955) e outro por “Mr. Magoo’s Puddle Jumper” (1956).

O dublador oficial americano de Magoo foi o ator Jim Backus, conhecido como o milionário Thurston Howell III, da série Ilha dos Birutas (Gilligan’s Island). Ele dublou o velhinho desde o surgimento, em 1949, até seus últimos anos de produção, nos anos 1970. Backus usou na sua caracterização de Magoo a imitação que fazia da voz de seu pai.

Em 1956, Magoo apareceu em quatro comerciais da cerveja Hawking, o que gerou protestos de associações de cegos. A General Electric Company, também escolheu Magoo como modelo para uma campanha de lâmpadas. O comercial dizia que é fácil ver que a melhor lâmpada é GE. Tais aparições nos comerciais muito contribuíram para a popularidade de Magoo.

Waldo

Em 1958, o diretor Pete Burness começou a trabalhar em um primeiro longa-metragem. O projeto inicial era filmar uma versão “Mr. Magoo” de Don Quixote. O escritor Aldous Huxley chegou a fazer o pré-roteiro, mas os investidores nunca tinham ouvido falar de Don Quixote e o projeto mudou para uma versão das Mil e Uma Noites. Com o financiamento aprovado, “The 1001 Arabian Nights” estreou no Natal de 1959, nos EUA. Mas os números da bilheteria não agradaram.

A UPA dava uma grande liberdade aos desenhistas, roteiristas, diretores etc. Porém, essa liberdade resultou em problemas financeiros para o estúdio. O contrato da UPA com a distribuidora Columbia Pictures previa um orçamento de 27 mil dólares por curta-metragem e participação dos lucros de 25% em cada filme. O valor final da produção frequentemente era maior do que o estipulado e os direitos acabavam ficando integralmente a Columbia. Muitas concessões tiveram de ser feitas, a fim de permanecer no negócio, e o grupo original de animadores foi se dispersando devido a brigas e outros fatores. Havia muitos gênios e realmente não seria difícil aparecerem problemas.

Com a perda da maioria do pessoal criativo e a insatisfação da Columbia com a pequena bilheteria de “The 1001 Arabian Nights”, o único sócio remanescente dos fundadores da UPA — Steve Bosustow — vendeu a empresa para o produtor Henry Saperstein, pouco após a virada dos anos 1960.

O novo proprietário decidiu investir em novos episódios de Mr. Magoo, porém, agora, para serem vistos na televisão. A nova série, intitulada Mr. Magoo, estreou em 7 de novembro de 1960 com um elenco que incluía seu sobrinho Waldo, dos curtas-metragens, a mãe de Magoo, o tio milionário de Magoo, entre outros.

A série foi distribuída em “syndication”, ou seja, também foi negociada com emissoras locais para exibição. Foram produzidos 130 curtas-metragens de 7 minutos de duração, mas que não tinham a mesma qualidade dos curtas-metragens.

Patrocinado pela marca de relógios Timex, “O Conto de Natal de Mr. Magoo” (Mr. Magoo’s Christmas Carol) apareceu no horário nobre da rede NBC em 18 de dezembro de 1962. Magoo foi protagonista da nova versão musical do clássico de Charles Dickens, “Um Conto de Natal”, vivendo o avarento Ebenezer Scrooge. A produção ficou marcada como a primeira animação especial de férias já produzida especialmente para a televisão.

“As Maiores Histórias de Todos os Tempos”

Outra produção animada da UPA – o especial de feriado Gerald McBoing Boing — recebeu críticas e audiência favoráveis e levou a NBC estrear, em horário nobre, uma nova série de Mr. Magoo. As Maiores Histórias de Todos os Tempos (The Famous Adventures of Mr. Magoo) foi ao ar entre setembro de 1964 e abril de 1965, com 13 episódios, e apresentou Magoo vivendo novamente papéis de figuras histórias e literárias como Cyrano, Robin Hood, Long John Silver, Rip Van Winkle e Tio Sam. Mas tudo isso não agradou o público, já que a principal característica do velhinho, que era não enxergar direito, deixou de existir.

A UPA levou novamente Mr. Magoo para horário nobre em 1970, quando a empresa Maxwell House Coffee patrocinou uma hora do especial “Uncle Sam Magoo” na NBC-TV. O especial foi bem produzido e até rendeu uma premiação ao compositor Walter Scharf, responsável pela trilha sonora.

Em 1977, o estúdio DePatie-Freleng – responsável pelas séries animadas da Pantera Cor-de-Rosa, A Cobrinha Azul, Toro e Pancho – adquiriu uma licença da UPA e produziu 13 episódios de uma nova série de Mr. Magoo, intitulada O Que Há de Novo, Mr. Magoo? (What’s New, Mister Magoo?). Com meia hora de duração, a série foi ao ar nos EUA nas manhãs de sábado pela rede CBS. Os episódios, que voltaram a mostrar os problemas de Mr. Magoo com sua grave miopia, trouxeram de volta seu sobrinho Waldo e apresentaram o cachorro McBarker, um bulldog falante que, além de ter traços de sua face muito parecidos com o de Magoo, também tem problemas de visão. É hilário observar que os olhos de McBaker são apenas dois traços, iguais aos de Magoo. A série foi ao ar entre setembro de 1977 e setembro de 1979.

McBaker e Magoo em “O Que Há de Novo, Mr. Magoo?”

Mr. Magoo ficaria no ostracismo durante duas décadas, com algumas tentativas de ressuscitamento que não deram certo. Até que a Walt Disney licenciou o personagem para produzir um filme live-action em 1997, com o ator Leslie Nielsen vivendo o velhinho cego. A história mostra Mr. Magoo como um milionário excêntrico, que tem a visão prejudicada e que se recusa a usar óculos. Assim, ele se coloca em diversas encrencas. Desta vez ao invés de cortar a fita de inauguração de uma exposição num museu, ele acaba cortando os fios de eletricidade, deixando o museu às escuras. Algo de interessante nesse filme é que as melhores “gags” dos desenhos clássicos foram utilizadas. Apesar de algumas críticas negativas, a bilheteria foi considerada boa.

Publicado originalmente em 01/03/2011. O autor desta matéria é Maurício Viel.
Escreva para nós e faça seus comentários.

Multimídia

Clique e assista ao episódio “De Volta à Escola” de Mr. Magoo, com a dublagem original em português do Brasil.

Clique e assista ao episódio “Mr. Magoo’s Concert” de O Que Há de Novo, Mr. Magoo?, com som original em inglês.

Clique e assista ao curta-metragem “The Ragtime Bear” (em inglês), a primeira aparição de Mr. Magoo.

Clique e assista ao comercial da General Eletric estrelado por Mr. Magoo.

DVD

Em 2006, a Focus Filmes colocou no mercado brasileiro a caixa “The Mr. Magoo Show – Edição Especial de Colecionador”. São quatro discos com um total de 130 episódios do simpático velhinho míope. Todos eles são da segunda fase do personagem, produzida em 1960 pela UPA.

A dublagem utilizada é a mesma que o canal Boomerang exibiu na metade dos anos 2000, ou seja, não é a original, mas Magoo foi dublado novamente pelo veterano José Soares (já falecido).

Compre aqui este DVD.

Galeria

Clique nas imagens para ampliá-las.

Share

Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 4: Plic e Ploc

$
0
0

Prosseguimos com o Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera, falando agora sobre Plic e Ploc e Chuvisco, a terceira série animada produzida pelo estúdio Hanna-Barbera para a televisão, exibida dentro do Show do Dom Pixote.

Plic e Ploc

Título: Pixie and Dixie and Mr. Jinks / 1958-61 / EUA / Cor
Formato: 57 episódios de 6 a 7 minutos em três temporadas, como um segmento do Show do Dom Pixote
Exibição de estreia: 02/10/1958 em syndication, distribuído pela Screem Gems
Dublagem: AIC/SP – Older Cazarré [Plic]; Gastão Renné [Ploc]; Magno Marino [Chuvisco - 1ª voz]; Arakém Saldanha [Chuvisco - 2ª voz]. Nota: esta série animada teve alguns episódios redublados nos anos 1990 pela Sincrovídeo/SP

A série animada dá destaque aos dois ratos Plic (Dixie) — com um sotaque sulista na voz original de Daws Butler e Ploc (Pixie) — dublado por Don Messick; e ao gato Chuvisco (Mr. Jinks) — dublado no original por Daws Butler, personificando o ator Marlon Brando.

De várias maneiras, a série remete a outra criação da Hanna-Barbera, Tom e Jerry (Tom and Jerry, 1940/58), que também destaca um gato que persegue um rato (às vezes dois ratos) em um ambiente doméstico. Entretanto, sem um idêntico exorbitante orçamento para uma animação completa, a série Plic e Plocse concentrou nos divertidos diálogos e na excelente dublagem, obtendo-se assim uma boa dose de humor. O desenho também é menos violento e, ao contrário do ligeiramente sinistro Tom, Chuvisco é estúpido demais para ser uma real ameaça aos dois ratinhos. Ao contrário de Tom e Jerry, há muitos momentos em que Chuvisco compartilha um final feliz com os ratos, ou na verdade os domina, saindo-se vencedor, enquanto que Tom muito raramente leva a melhor sobre Jerry.

Eventualmente, em alguns episódios, Chuvisco enfrenta um rato judoca, um filhote de canguru boxeador, um galo boxeador, um buldogue, um pirata, uma fada madrinha ou outro gato que deseja surrupiar os seus amigos ratos. Às vezes, ao antagonizar os dois ratos, ele personifica tipos (um mágico, um mordomo, um flautista de Hamelin) além de ser ele mesmo.

No entanto, dependendo do episódio (idêntico a Tom e Jerry), sempre que um dos personagens parece estar em uma situação de perigo por um inimigo extra, o outro fará o possível para tirá-lo dessa situação.

Esta produção também é lembrada pelo famoso bordão de Chuvisco a respeito dos seus colegas roedores (Plic e Ploc): “Eu odeio esses ratos!” (I hate those meeces to pieces!).

Nos primeiros nove episódios, a abertura do desenho possui uma canção-tema com letra, mas a partir do décimo episódio, a letra é simplesmente suprimida da canção, ficando só a parte instrumental.

A exemplo de Dom Pixote, Chuvisco também conversa diretamente com o telespectador, discutindo seus planos para apanhar os ratos.

Além da série animada original, Plic e Ploc e Chuvisco fazem algumas pontas em A Turma do Zé Colmeia (Yogi’s Gang, 1973), participam como membros da equipe olímpica dos Abelhudos em Ho-Ho Límpicos (Laff-A-Lympics, 1977/79), enquanto que Chuvisco faz aparições em alguns episódios de Zé Colmeia e Os Caça Tesouros (Yogi’s Treasure Hunt, 1985/88).

A Warner Home Vídeo lançou no mercado americano, em 15 de novembro de 2005, um box de DVD do Show do Dom Pixote (The Huckleberry Hound Show – Vol. 1), contendo a primeira temporada completa do programa, incluindo os episódios de Plic e Ploc. No entanto, sem explicações, a distribuidora até hoje não efetivou este lançamento no mercado brasileiro.

// O autor desta matéria é Alexandre Marques Silva. Escreva para nós e faça seus comentários.

// Lista de Episódios de Plic e Ploc

// Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Introdução

// Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 2: Jambo e Ruivão

// Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 3: Dom Pixote

Multimídia

Clique e assista a um episódio de Plic e Ploc.

Clique e assista à abertura do Show do Dom Pixote.

Clique e assista a um comercial da Kellog’s, patrocinador do Show do Dom Pixote, com Plic, Ploc e Chuvisco.

Imagens

Clique nas imagens para ampliá-las.

Share

Super-Homem do Espaço

$
0
0

Ficha-Técnica

Título: Super-Homem do Espaço (Yusei Kamen/1966/Japão/P&B)
Criação: Takaharu Kusunoki
Roteiro: Nobuo Nita
Direção: Yonehiko Watanabe
Diretor de Arte: Shunroku Hoshi
Desenhistas: Takaharu Kusunoki, Tetsuo Komuro
Cenário: Akira Adachi
Música: Hideo Arashino, Koba Hayashi e Bookaru Shoppu (voz)
Produtora: TCJ Eiken
Formato: 39 episódios de 23 minutos
Dublagem: TV Cine Som
Exibição no Brasil: Entre 1973/76 (TV Record e TV Tupi)

A Série Animada

No século 21, a Terra é um planeta tecnologicamente avançado. Possui uma única e grande nação, capaz de viajar pelo espaço e conhecer planetas como Pineron, que é também bastante avançado.

Muitos dos nativos de Pineron se assemelham com os terráqueos. Ambas as raças foram se misturando e novas famílias surgiram e passaram a viver na Terra.

Ainda assim, foi possível reconhecer um Pineron por alguns traços característicos da raça: orelhas pontiagudas e uma marca na forma de estrela de quatro pontas presente nas têmporas.

A convivência com os Pinerons era pacífica. Porém algo acontece: o Dr. Robert Johansen, marido de uma Pineron e pai de um rapaz chamado Peter, é encarregado de uma missão: levar uma ogiva nuclear até Pineron. Trata-se de um gesto de boa vontade por parte da Terra para com o planeta amigo. Auxiliado pelo robô Atlanta, o Dr. Johansen não chega a completar a missão, pois ao entrar no espaço aéreo de Pineron, o foguete explode e causa grande destruição.

Antes disso, o Dr. Johansen pediu ao robô Atlanta que entregasse uma maleta ao seu filho Peter, para que ela seja usada em nome da justiça e da paz.

Pineron, chefiado pelo seu líder Oriense, um homem cruel e raivoso, entende a explosão como um gesto de guerra e parte para uma ofensiva contra a Terra.

Com a ajuda do maquiavélico Dr. Imoshi, Pineron passa a atacar e destruir as estações espaciais da Terra. Diante dos ataques, a Terra   imediatamente manda prender todos os Pinerons que nela habitam, incluindo a mulher do Dr. Johansen, Maria.

O robô Atlanta alcança Peter e lhe entrega a maleta, para em seguida, parar de funcionar definitivamente. O garoto, apesar de mestiço, não é preso e passa a viver com o Dr. Socraton, um cientista a serviço do governo da Terra e avô da menina Linda.

A partir daí, Peter se transforma no Super-Homem do Espaço e passa a lutar pela Terra, frustrando sempre que possível os planos do líder de Pineron — Oriense — e de seu assecla Dr. Imoshi.

O auxílio do Super-Homem do Espaço é fundamental para que haja certo equilíbrio entre as partes. O herói usa pequenos discos explosivos para ataque e uma nave que lembra uma pequena lancha, que pode ser convocada através de um assobio.

Muitas vezes, agentes especiais de Pineron — os chamados SAPS — vêm ao planeta Terra para executar algum plano de sabotagem, mas acabam sempre derrotados pelo Super-Homem do Espaço.

Enquanto isso, o líder das Forças de Defesa da Terra – comandante Pitt –, auxiliado pelo Tenente Kininsky, tenta superar os planos de ataque de Oriense.

Por outro lado, o Dr. Imoshi mantém seus próprios agentes à margem de Oriense, com propósitos não muito claros até o desfecho da série, onde a verdade sobre a explosão do foguete do Dr. Johansen é revelada.

O Desfecho

Peter está à procura da prisão onde está sua mãe Maria, e por acaso consegue descobri-la: trata-se da prisão Bora, localizada abaixo dos campos Baco.

Enquanto isso, Oriense — general das forças Pineron –, divergindo da opinião do seu assistente Dr. Imoshi, resolve não destruir, mas sim ocupar a Terra definitivamente. Por coincidência, as naves espacias Pineron pousam nos campos Baco que ficam sobre a prisão de Bora, para iniciar o ataque final. Neste mesmo momento, Peter, que já havia localizado a prisão, vê sua mãe através de um vidro, mas ela não o vê. Quando ele percebe que nada pode fazer naquele momento, sai em busca de uma solução.

As Forças de Defesa da Terra, comandadas por Pitt se dirigem aos campos Baco.

Com a restauração das imagens contidas no cérebro eletrônico do robô Atlanta, fica provado que a explosão não foi um ataque de guerra, e sim, uma sabotagem feita pelo espião Restler ao foguete de transporte terrestre. As imagens são exibidas a Oriense, que começa uma discussão com o Doutor Imoshi. É assim que Oriense descobre que o Dr. Imoshi pretendia destruir a Terra para levar adiante seus planos de conquista universal. Após esta revelação, eles começam a brigar e Oriense recebe um tiro. O Super-Homem do Espaço então tenta ajudá-lo, mas ele não aceita e puxa a alavanca de auto-destruição da nave espacial.

Após a explosão, Super-Homem do Espaço surge segurando sua maleta e se aproxima das Forças de Defesa da Terra. Diante do Professor e de Linda, ele retira a capa e a máscara revelando sua identidade secreta.

O herói pensa que sua mãe havia morrido com a explosão da nave espacial, mas após alguns minutos ela sai pela porta secreta da prisão de Bora e abraça Peter, enquanto o sol brilha no horizonte.

Alguns dias depois, Peter surge pilotando um foguete terrestre. Está guiando a nave espacial serenamente e segue ao Planeta Pineron na imensidão do universo pacífico.

Personagens

» Peter/Super Homem do Espaço: jovem filho do Dr. Robert Johansen (terráqueo) e de Maria (Pinerona).

» Linda: neta do prof. Socraton e amiga de Peter.

» Prof. Socraton: cientista a serviço das Forças de Defesa.

» Comandante Pitt: líder das Forças de Defesa da Terra.

» Robert:  pai de Peter e cientista responsável por entregar tecnologia nuclear para Pineron. Foi morto na explosão do foguete.

» Maria: nativa de Pineron e mãe de Peter, aprisionada após o início dos ataques.

» Robô Atlanta: fiel escudeiro do Dr. Johansen.

» Coronel Nick: braço direito do Comandante Pitt e o segundo mais importante dentro da escala hierárquica das Força de Defesa da Terra.

» Tenente Kininsky: principal oficial abaixo do Comandante Pitt.

» Tenente Hashi: oficial de Pineron.

» Pike e Mack: originalmente, são dois trapalhões que trabalhavam em uma estação espacial. Com a guerra, fogem para a Terra e tentam auxiliar Pineron e descobrir a identidade do Super-Homem do Espaço.

» General Hoisens: líder de Pineron.

» Doutor Imoshi: cientista de Pineron, responsável por arquitetar os planos de destruição da Terra.

» Saps I: agente de Pineron.

» Restler Número 38: agente Pineron responsável pela sabotagem do foguete do Dr. Johansen.

O Autor

Nobuo Nitta, o criador do personagem Super-Homem do Espaço, foi também assistente de Jiro Kuwata, criador do personagem Oitavo Homem.
No mangá, Nobuo Nitta escrevia as histórias, onde os créditos dos desenhos eram atribuídos separadamente a dois nomes: Kenoki e Takahara.

// Clique aqui para ver a Lista de Episódios de Super-Homem do Espaço

Publicado originalmente em 13/07/2009. O autor desta matéria é Carlos Mariano.
Escreva para nós e faça seus comentários. Colaboração de Roberto Nogueira.

Multimídia

Clique e assista à abertura da série animada Super-Homem do Espaço com a dublagem original brasileira.

Clique e assista à abertura da série Super-Homem do Espaço – versão original em japonês.

Imagens

Clique para ampliá-las.

Share

Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 5: Zé Colmeia

$
0
0

Prosseguimos com o Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera, falando agora sobre o urso mais esperto que a maioria dos ursos (ou mais esperto que um urso comum, dependendo da tradução), Zé Colmeia, a quarta série animada produzida por Hanna-Barbera para a televisão, exibida originalmente dentro do Show do Dom Pixote.

1ª Série
Título:
 Yogi Bear / 1958-60 / EUA / Cor
Formato: 22 episódios de 6 minutos exibidos no Show do Dom Pixote
Estreia no Brasil: Rede Tupi (Natal de 1962)

2ª Série
Título:
 Yogi Bear / 1961-62 / EUA / Cor
Formato: 33 episódios de 6 minutos exibidos no Show do Zé Colmeia

Exibição no Brasil (2 séries): Rede Tupi (a partir de 1962), TV Bandeirantes (décadas de 1970 e 1980), Boomerang (anos 2000), Tooncast (atualmente)

Dublagem: AIC/SP e Sincrovídeo (redublagem de alguns episódios): Zé Colmeia: Older Cazarré; Catatau: Lima Duarte (1ª voz), Roberto Barreiros (2ª voz); Guarda Chico / Guarda Smith: Raimundo Duprat (mais frequente), Gastão Renné (em dois episódios), Rogério Márcico (em dois episódios), Marco Ribeiro (em dois episódios), Osimiro Campos (em um episódio) e Luis Orione (em um episódio).

O Personagem e a Série Animada

Zé Colmeia (Yogi Bear) é um urso antropomórfico (animal com características humanas), que estrelou várias séries animadas criadas por William Hanna e Joseph Barbera. Foi criado em 1958 como um personagem secundário, num dos segmentos do programa de desenho animado O Show de Dom Pixote (The Huckleberry Hound Show). O programa teve duração de 30 minutos e trouxe três desenhos animados: Dom Pixote, Plic e Ploc e Zé Colmeia, cada um deles com seis minutos e meio. Devido ao grande sucesso, Zé Colmeia teve sua própria série entre 1961/62 — O Show do Zé Colmeia –, acompanhado de mais dois desenhos – Leão da Montanha (Snagglepuss) e Patinho Duque (Yakky Doodle).

Em 1964, o famoso urso ganhou uma animação musical de longa-metragem para o cinema, chamada “Oi Galera, Sou o Zé Colmeia!” (Hi There, It’s Yogi Bear!), distribuída pela Columbia Pictures.

A produção das aventuras de Zé Colmeia e seu fiel amigo Catatau continuaria ainda até meados de 1990 (veja abaixo).

Como a maioria dos personagens criados por Hanna-Barbera, a peculiaridade e personalidade de Zé Colmeia foi baseada em uma celebridade popular daquela época. Muitos autores apontam Ed Norton (Art Carney) como fonte inspiradora de Zé Colmeia, ele que foi personagem da série de televisão The Honeymooners. Seu nome Yogi (nome original de Zé Colmeia) foi baseado no astro famoso do beisebol Yogi Berra. Outros autores no entanto, afirmam que Hanna e Barbera se inspiraram em um urso tranquilo que existia no parque Yellowstone e que adorava fazer visitas furtivas nas cestas dos turistas.

Na maioria dos episódios de Zé Colmeia, o astro aparece no Parque Jellystone, que é uma imitação caricaturizada do famoso Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos. Zé é sempre acompanhado do seu melhor amigo Catatau (Boo-Boo), tentando ou arquitetando uma forma de roubar as cestas de piquenique dos visitantes distraídos do parque. Geralmente, Zé Colmeia também se define como “mais esperto do que a maioria dos ursos”. Ele é bastante alegre, usa um chapéu e não pensa em outra coisa que não seja transgredir as severas regras do parque. Em alguma ocasiões, a noiva de Zé Colmeia, chamada Cindy, aparece desaprovando essas práticas normalmente cometidas pelos dois ursos.

Há também outro importante personagem da série, o guarda florestal chamado Guarda Smith (ou Guarda Chico), que conhece bem as artimanhas de Zé Colmeia e Catatau, tentado impedir a todo custo (muitas vezes, sem sucesso) as espertezas dos dois espertos ursos.

Em meios a essas desventuras, Zé Colmeia interage algumas vezes com arquétipos da literatura infanto-juvenil (Branca de Neve e Os Sete Anões, o Gênio da Lâmpada, Os Três Porquinhos, a Bruxa Malvada). Outras vezes se disfarça de chefe dos escoteiros, urso-morcego, soldado do exército, além de se infiltrar em trens de brinquedo, acampamento de pais e filhos, etc… tudo isso para surrupiar alguma cesta de piquenique ou simplesmente sobrepujar o Guarda Smith em suas intervenções.

A relação de Zé Colmeia com Catatau ultrapassa fronteiras e pode ser comparada com a relação de Dom Quixote e Sancho Pança. Eles são bons amigos, aventureiros e curiosos. Além disso, compartilham a característica de líder e seguidor. Catatau também é um urso, só que bem menor e de raciocínio bem mais lento. Ao contrário de Zé Colmeia, Catatau não gosta de transgredir as regras do parque, mas devido a sua ingenuidade acaba sempre caindo na conversa do Zé Colmeia.

Zé Colmeia é um dos vários personagens de Hanna-Barbera a usar um colarinho (neste caso, com uma gravata). Isto permitiu aos animadores a manter o corpo do personagem estático, redesenhando — quadro a quadro — somente a cabeça e o movimento dos olhos quando ele fala. Isto reduziu o número necessário de desenhos para um episódio de seis minutos, de 14 mil para cerca de 2 mil.

Spin-Offs

A popularidade de Zé Colmeia e sua série animada teve tanta repercussão que, após isso, foram produzidos vários spin-offs (séries derivadas), tendo o querido urso como protagonista.

A Turma do Zé Colmeia (Yogi’s Gang, 1973) é uma série produzida com o intuito de reunir os grandes personagens dos estúdios Hanna-Barbera que haviam alcançado sucesso onde, liderados por Zé Colmeia, embarcam numa arca voadora. Quando o parque Jellystone é ameaçado pelo aumento descontrolado e irresponsável da civilização e da poluição ambiental, Zé Colmeia e Catatau saem das florestas e junto com outros personagens (Dom Pixote, Pepe Legal, Plic e Ploc, Peter Potamus, Wally Gator e outros). Eles constroem uma arca voadora, que é erguida no ar por um balão e movida por um poderoso e cômico motor Maguila, o Gorila — que corre sobre uma esteira atrás de bananas — e vão em busca do mundo perfeito, um paraíso onde eles possam chamar de lar, longe da poluição e da violência. Durante a viagem eles encontram e enfrentam vilões que personificam alguns dos defeitos e vícios humanos mais comuns. É assim que surgem personagens como a Iara-Faz-Sujeira, Gênio Insaciável, ou o Sr. Sujo (Mr. Sloppy) que age fantasiado de Sr. Limpo. A Turma do Zé Colmeia foi apresentada originalmente pela rede ABC americana, estreando em 8 de setembro de 1973, e tendo sua última transmissão em 29 de dezembro de 1973, com um total de 15 episódios de 23 minutos cada. A série teve inicio com um telefilme especial intitulado “A Arca do Zé Colmeia”, lançado em 16 de setembro de 1972 como parte do programa “The ABC Saturday Superstar Movie”, servindo de episódio piloto.

Após o seu cancelamento, A Turma do Zé Colmeia retornou à televisão em 1977 como segmento da série Fred Flintstone and Friends, onde permaneceu até meados da década de 1980. No Brasil, o desenho estreou pela Rede Globo em meados da década de 1970 e foi reprisado na década de 1980 na Rede Manchete e na Rede Bandeirantes. Em A Turma do Zé Colmeia, os personagens já foram dublados por vozes diferentes das originais usadas em seus desenhos solos, pois o trabalho de dublagem foi realizado no Rio de Janeiro pela já extinta Herbert Richers e na primeira série em São Paulo, na AIC.

Ho-Ho-Límpicos

Ho-Ho-Límpicos (Laff-A-Lympics, 1977-79, 24 episódios) é outro programa onde aparece o simpático urso, produzido pela Hanna-Barbera (embora seja um spin-off de Scooby-Doo) com o intuito de mostrar a história de vários personagens de seu universo, divididos em três times, que competiam em vários esportes, ao redor do mundo. E todo episódio sai uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze. Foi criado seguindo os parâmetros dos Jogos Olímpicos, cujas competições são sempre cômicas e variantes destes jogos. Cada episódio se passa em uma cidade diferente, até mesmo no Polo Norte e na Lua. Todo episódio também é apresentado por um narrador e comentado por repórteres (Leão da Montanha e Lobo Bobo). Alguns personagens famosos que não competiam também fazem parte de alguns episódios como convidados especiais.

Dois times são formados por personagens “do bem”: Os Assombrados (“The Scooby Doobies”) e Os Abelhudos (“The Yogi Yahooeys”), liderados por Zé Colmeia e sua trupe, que acabam se ajudando, muitas vezes. Além destes, existe o time “do mal”, chamado Os Rabugentos (“The Really Rottens”), que sempre tentam burlar alguma regra.

A Corrida Espacial do Zé Colmeia (Yogi’s Space Race, 1978, 13 episódios), exibidos entre 09 de setembro e 02 de dezembro de 1978, nasceu após o estrondoso sucesso do filme “Guerra nas Estrelas”, de George Lucas (1977). A Hanna-Barbera produziu um desenho que exploraa o sucesso do momento, assim, usando elementos que fizeram sucesso na obra de George Lucas, adicionados à ideia de outro grande sucesso do estúdio, Corrida Maluca.

A série mistura alguns personagens clássicos da Hanna-Barbera como Zé Colmeia, Tutubarão, Dom Pixote e Fantasmino com novos nomes, como Capitão Guapo, Pato Quack e o famigerado Falsão, competindo em uma espécie de enduro “duríssimo” espacial, cujos prêmios são aparentemente fantásticos, mas sempre se revelavam uma “grande furada” no final. Na abertura típica de cada episódio háa uma locução de um narrador em grande estilo, mostrando o trajeto e os perigos que os competidores enfrentariam.

Zé Colmeia corre ao lado de seu parceiro Arrepio, substituto de Catatau neste desenho; Dom Pixote fica junto com o Pato Quack; a nave Garimpo é comandada pelo caipira Fantasmino e suas assessoras Rita e Suzana; o astro Tutubarão colabora com Kojeka; e o vilão Poderoso Falsão e o cachorro sarnento Trambique, que tentam jogar sujo para ganhar a corrida mas nada sai como planejado. Assim, se disfarçam do galã Capitão Guapo e Branquinho, um esnobe gato angorá.

A Corrida Espacial do Zé Colmeia

A Corrida Espacial do Zé Colmeia forma um bloco de desenhos de 90 minutos, exibidos aos sábados de manhã pelo canal dos EUA NBC. Os outros segmentos foram compostos dos seguintes desenhos animados: Os Trapalhões Espaciais (Galaxy Goof-Ups), onde Zé Colmeia, Arrepio, Dom Pixote e Pato Quack são policiais intergaláticos, liderados pelo Capitão Carabom; Arquivo Cãofidencial (Buford Files), com Kojeka, um preguiçoso cão que soluciona casos misteriosos com a ajuda de dois adolescentes, Rosinha e Zé Quati; Fantasmino, o Fantasma Galopante (The Galloping Ghost), onde Fantasmino é o fantasma da mina e guardião de Suzana e Rita.

Zé Colmeia e Os Caça Tesouros (Yogi’s Treasure Hunt, 1985-86, 27 episódios) é outro spin-off de Zé Colmeia. Juntamente com Catatau, Guarda Smith, Bibo Pai e Bob Filho, Leão da Montanha, Pepe Legal, Dom Pixote, vão a caça de um tesouro. Eles viajam a bordo de um navio chamado SS Jelly Roger comandado por Manda-Chuva, muito parecido com a arca de Yogi’s Gang. Dick Vigarista e Muttley tentam chegar antes ao tesouro, usando naturalmente todos aqueles seus truques sujos. Foi apresentada originalmente em sistema “syndication” (sem exclusividade). A estreia foi em 2 de setembro de 1985, tendo sua última transmissão em 3 de março de 1986.

O Novo Show do Zé Colmeia (The New Yogi Bear Show, 1988), é uma série animada composta por um episódio de meia-hora, cuja primeira transmissão também foi em syndication. Wake, Rattle, and Roll (1990/91), um segmento de uma série chamada Fender Bender 500.

Yo Yogi! (idem, 1991) é um seriado animado exibido pela NBC, no Brasil foi veiculado pela Rede Globo nos programas “Xou da Xuxa” e “TV Colosso”. Produzido numa parceria Estados Unidos/Canadá, pela Hanna-Barbera Productions, a série estreou em 14 de setembro de 1991, tendo sua última transmissão em 4 de janeiro de 1992. Os personagens típicos do desenho são mostrados em sua adolescência. Zé Colmeia, seu assistente Catatau, sua paixão Cindy, Dom Pixote e o Leão da Montanha combatem os vilões Dick Vigarista e Mutley de Corrida Maluca.

Filmes e Especiais

Nas últimas cinco décadas, o mais esperto dos ursos teve destaque também em alguns longas-metragens animados e vários especiais feitos para a TV.

» ”Oi Galera, Sou o Zé Colmeia!” (Hey There, It’s Yogi Bear, 1964), animação em longa-metragem produzida para o cinema e distribuída pela Columbia Pictures;
» “A Arca do Zé Colmeia” (Yogi’s Ark Lark), filme piloto feito para TV em 1972 e exibido no programa americano “The ABC Saturday Superstar Movie”;
» “O Primeiro Natal de Gasparzinho” (Casper’s First Christmas, 1979), um especial de TV transmitido pela TV americana ABC, onde os personagens do desenho Gasparzinho conhecem Zé Colmeia e sua turma;
» “O Primeiro Natal de Zé Colmeia” (Yogi’s First Christmas, 1980), especial de Natal feito para TV e exibido em syndication;
» “Yogi Bear’s All Star Comedy Christmas Caper”, um especial para TV exibido em 1982, estrelando Zé Colmeia e seus amigos;
» “A Grande Fuga de Zé Colmeia” (Yogi’s Great Escape), um especial de 1987 feito para a TV e exibido em syndication;
» “Yogi Bear and the Magical Flight of the Spruce Goose”, 1987, filme feito para TV;
» “Zé Colmeia e a Invasão dos Ursos Espaciais” (Yogi and the Invasion of the Space Bears, 1988), telefilme produzido como parte do show “Hanna-Barbera Superstar 10”;
» “Zé Colmeia, o Urso da Páscoa” (Yogi The Easter Bear, 1994) é um especial de televisão, conta a páscoa do Zé Colmeia juntamente com seu amigo inseparável Catatau;
» “Arabian Nights”, um especial de 1994 feito para o canal TBS (segmento de Aladin);
» “Boo Boo Runs Wild” e “A Day in the Life of Ranger Smith”, especiais retrô de 1999 feitos para o canal Cartoon Network, criados por John Kricfalusi e sua companhia Spumco;
» “Zé Colmeia, o Filme” (Yogi Bear), filme live-action (onde atores de carne e osso interagem com personagens de animação) lançado no cinema em 17 de dezembro de 2010, estrelando Dan Aykroyd, que fez a voz do simpático urso.

DVD

A Warner Home Video lançou no mercado brasileiro em 2011 (nos EUA, foi lançado em 2005) com dois boxes contendo a temporada completa do Show do Zé Colmeia (The Yogi Bear Show, 1961/62), incluindo os segmentos Leão da Montanha e Patinho Duque. O total é de 33 programas de meia-hora, sendo que o último é um especial chamado “A Festa de Aniversário do Zé Colmeia”. Compre aqui.

O longa “Oi Galera, Sou o Zé Colmeia” foi lançado no Brasil em 2009 no formato DVD pela Warner Home Vídeo. Compre aqui.

Na TV

Zé Colmeia faz parte do elenco do canal pago Tooncast (ClaroTV, VivoTV, NossaTV, entre outras). As exibições são rotativas e há meses em que o desenho é programado e outros que não. Em janeiro de 2013, a programação do Tooncast faz uma homenagem ao Zé Colmeia pelos seus 55 anos.  O famoso urso ganhará um horário de segunda a sexta, às 15h e 3h e um especial de aniversário no dia 30, às 8h e 20h.

// O autor desta matéria é Alexandre Marques Silva. Escreva para nós e faça seus comentários.

// Lista de Episódios de Zé Colmeia

// Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Introdução

// Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 2: Jambo e Ruivão

// Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 3: Dom Pixote

// Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 4: Plic e Ploc

Multimídia

Clique e assista a um episódio clássico de Zé Colmeia.

Clique e assista a um episódio de A Turma do Zé Colmeia.

Imagens

Clique para ampliá-las.

Share

Fantomas

$
0
0

fantomas-logo

Ficha-Técnica

Título: Fantomas, o Guerreiro da Justiça (Ogon Batto/1967/Jap/Cor)
Criação: Takeo Nagamatsu
Personagens: Fantomas, Marie, Dr. Miller, Dr. Steel, Terry, Gorgo e Dr. Zero
Música: Shunsuke Kikuti (originária do live-action)
Produtora: Daichi Doga
Formato: 52 episódios de 23 minutos
Distribuição no Brasil: Trans-Global
Dublagem: Cine Castro – RJ/SP

Mangá

“Ogon Batto” foi apresentando originalmente em um Kamishibai (teatro japonês de imagens narradas). Foi criado originalmente em 1930, por Ichiro Suzuki e Takeo Nagamatsu. O nome “Ogon Batto” foi retirado de uma marca de cigarros muito popular na época. O personagem é um guerreiro da justiça, que usa uma máscara dourada, uma capa vermelha e tem o poder de voar.

O sucesso da série animada inspirou diversas imitações. Em 1947, o próprio Nagamatsu recriou o personagem, agora usando roupas de mosqueteiro, com direito ao chapéu característico, mas com poderes de um Semi-Deus. Suas aventuras incluem um detetive, uma rainha e um cientista. Apesar de não guardar nenhuma semelhança com a série animada, o Dr. Zero e sua Torre já faziam parte do enredo.

Em 1965, o herói transformou-se em longa-metragem e,  dois anos depois, em anime assinado por Takeo Nagamatsu.

Nos anos 1970, algumas histórias desenhadas por Kazumine — e certamente baseadas na série animada — foram publicadas no Japão sob o nome de “Bat, the Gold”. Recentemente, foi produzida uma nova série animada.

O Anime

fantomas01

Fantomas

Originalmente chamado de Ogon Batto (Morcego Dourado), a série animada Fantomas  foi produzida pela empresa Daichi Doga e contou com 52 episódios. Foi transmitida em diversos países incluindo Austrália, Itália e Brasil, onde fez muito sucesso.

O personagem é um super esqueleto humano que  tem o corpo composto de ouro puro. Ele carrega um bastão de prata poderoso que emana raios potentes e se anuncia através de uma risada macabra. Foi criado há milênios por sacerdotes do continente perdido de Atlântida. O lugar estava sendo aterrorizado pelo Dr. Morte e criou-se um ser equivalente, que pudesse enfrentar o vilão. A única diferença entre os dois é que a clava do Dr. Morte pode se transformar em uma serpente.

Milênios após, século XX, a expedição do Dr. Miller, famoso arqueólogo e pai da menina Marie, parte à procura de Atlântida, já que um livro que Miller encontrou nas ruínas de uma ilha na Grécia, revelava que o continente perdido teria emergido.

Por falha na comunicação entre o capitão do navio e o Dr. Miller, a expedição foi longe demais e chegou à Antártida. Justamente nesta região, aconteciam testes de uma máquina chamada Mão Gigante, criada pelo maléfico cientista Dr. Zero. As vítimas dos testes eram navios que por ali passavam, inclusive o navio do Dr. Miller.

personagens1

Apenas Marie sobreviveu. Dr. Steel, um cientista que havia recebido o chamado de socorro de um outro navio, encontrou e resgatou a garota, juntamente com o livro de hieróglifos que seu pai pediu para guardar. Steel, acompanhado pelo seu filho Terry e o grandalhão Gabi, dedica seu trabalho para descobrir formas de combate à fome e doenças epidêmicas, usando sua última invenção como transporte, o Super-Carro, que é uma  espécie de disco-voador.

Mas, o atrapalhado Gabi havia derramado toda reserva de água fresca para refrigeração do Super-Carro e o grupo teve problemas para voltar para casa. Na busca por água, acabam avistando e aterrissando em terras desconhecidas e impossíveis de existirem.

O grupo logo descobre que o local é justamente o continente perdido de Atlântida, que o Dr. Miller tanto procurou. De repente, um morcego dourado sobrevoa o grupo, como que quisesse ser seguido. Ele os leva até uma caverna que abriga um templo.

Mas o grupo não contava que o Dr. Zero os havia encontrado. Ele envia a Mão Gigante para exterminar o grupo, que, ainda dentro da caverna, acompanha o morcego dourado em um outro salão escondido. Lá existe um caixão que possui alguns hieroglifos, que foram traduzidos pelo Dr. Steel:

“Em cada 5 mil anos uma ameaça irá por o mundo em perigo. Mas se alguém abrir este caixão, encontrará o super-ser Fantomas, o Guerreiro da Justiça, que lutará contra essa ameaça. Você só precisa pôr uma gota d’água no peito dele para acordá-lo”.

personagens2

Assim ressurge Fantomas, que consegue destruir a Mão Gigante e promete capturar o Dr. Zero. O grupo parte rapidamente, pois Atlântida afunda novamente no mar.

O fato de Marie trazer Fantomas de volta, fez com que ela se tornasse protegida do herói. Ao sinal de perigo, a jovem garota diz algo como “Fantomas, nos ajude, por favor, Fantomas!” e, após alguns segundos de silêncio, ouve-se o bater as asas do pequeno morcego dourado. Após dar um rápido voo, ouve-se a inesquecível gargalhada de Fantomas, que aparece para salvar o dia. O pequeno morcego se torna uma tatuagem no braço do herói e o trabalho se inicia.

Fantomas

O corpo de Fantomas é constituído de um metal indestrutível. É muito veloz e forte, o que permite que o herói erga muitas toneladas. Além disso, pode controlar tempestades, criar terremotos, voar e até viajar por outras dimensões. Sua maior arma é uma clava, que pode se mover sozinha segundo sua vontade. Porém, Fantomas tem um ponto fraco: a desidratação. Se seu corpo não tiver umidade, ficará imóvel.

Entre os inimigos que Fantomas e sua turma enfrentam no decorrer da série estão os Ciclopes, os irmãos Newton, o Gato-Preto, o Homem-Leão, além do vampiro e arqui-inimigo Dr. Morte.

Este último — diretamente ligado à existência de Fantomas — possui os mesmos poderes e a aparência do herói. Eles travaram três grandes duelos durante a série, sendo que o terceiro se dá no último episódio, verdadeiro duelo de titãs. Fantomas consegue destruir a Torre do Dr. Zero, mas é surpreendido pelo retorno do Dr. Morte. Clamando por uma última batalha, ambos vão para a quinta dimensão, um lugar onde os mortos jamais podem retornar. No difícil duelo, Fantomas mata seu rival e, assim, parte para descansar até que seus poderes sejam novamente úteis para a humanidade.

Dr. Zero

Dr. Zero

Dr. Zero

O Dr. Zero é um cientista louco por poder. Um tirano extremamente cruel que sua aparência bem o caracteriza: não tem pernas e usa uma plataforma flutuante para se apoiar. Sempre está vestido de preto com uma garra no lugar da mão esquerda e com uma carapuça de quatro olhos de cores diferentes que disparam raios. Zero não deixa de desintegrar seus próprios soldados, se assim lhe agradar. Tem Gorgo como assistente, que faz as vezes de comandante dos soldados. Se deslocam através de uma Torre no formato de cone, chamada Torre do Dr. Zero.

No Brasil

Fantomas foi exibido no Brasil pela TV Record a partir de 1973. Apesar do anime ter sido produzido em cores, a TV Record recebeu cópias em preto e branco, visto que as transmissões coloridas ainda eram poucas no Brasil. As exibições de Fantomas seguiram pela TV Record até meados dos anos 1980. Em setembro de 1977, por exemplo, o desenho era exibido às 14h30, após Super Dínamo, outra produção japonesa que fez muito sucesso no Brasil.

O personagem-lutador  brasileiro Fantomas (dir) ao lado do astro Ted Boy Marino

O personagem-lutador brasileiro Fantomas (dir) ao lado do astro Ted Boy Marino

Fantomas e tantos outros desenhos japoneses exibidos no Brasil chegaram sem suas aberturas. Resultado: a distribuidora Trans-Global teve que montá-las, selecionando algumas imagens. Mas, colocou o mesmo tema para todos os desenhos, inclusive, o mesmo que já tinha sido usado na abertura da série animada americana Viagem ao Centro da Terra (1968), produzida pela Filmation Associates.

Algo que deixa os fãs até hoje intrigados é o fato de que o narrador da abertura de Fantomas anunciar o anime como “Phantaman, o Guerreiro da Justiça”. O fato é que as películas com os episódios não vieram diretamente do Japão para o Brasil. Uma outra distribuidora latino-americana é quem negociou os direitos com a Trans-Global e com uma segunda distribuidora brasileira. Com isso, tanto as cópias em preto e branco como as coloridas traziam grafadas no copião o nome dado ao anime em outros países vizinhos: “Phantaman”, suprimindo o título original Ogon Batto.

É certo que, na abertura, é falado “Phantaman”, pois a casa de dublagem Cine Castro recebeu, inicialmente, apenas essa parte do copião para dublar, que já trazia o título de “Phantaman” grafado. Os episódios foram dublados em um segundo momento e, provavelmente, a direção de dublagem acabou preferindo alterar o nome e homenagear um personagem-lutador famoso que tinha um nome parecido: Fantomas. Ele era estrela do antigo programa “Telecatch”, também da TV Record e participou do programa entre 1963/75. Fantomas era um dos mocinhos da luta livre e também usava uma máscara de caveira.

// Clique aqui para ver a lista de episódios produzidos de Fantomas

Publicado originalmente em 21/07/2004. O autor desta matéria é Maurício Viel.
Colaboração: Carlos Mariano e Roberto Nogueira. Escreva para nós e faça seus comentários.

Multimídia

Clique e assista ao último episódio de Fantomas com a dublagem dos anos 1970.

Imagens

Clique para ampliá-las.

Share


Jackson 5

$
0
0

jackson-five-logo

Ficha-Técnica

Título: Jackson 5 (Jackson 5ive/1971-73/EUA/Cor)
Gênero: Desenho/Comédia
Produtora: Rankin/Bass
Distribuição no Brasil: ABC Filmes do Brasil
Formato: 23 episódios de 25 minutos em 2 temporadas
Dublagem: Cine Castro/RJ – Carlos Marques (Jermaine Jackson), Antonieta Matos (Michael Jackson), Domício Costa (Jackie Jackson e Narrador), Paulo Pinheiro (Tito Jackson), Henrique Ogalla (Marlon Jackson), Ana Ariel (Diana Ross)
Exibição no Brasil: TV Globo, TV Tupi, TV Manchete

O Grupo Musical

O Jackson Five foi formado pelo cantor Michael Jackson e mais quatro dos seus nove irmãos: Jackie, Tito, Marlon e Randy. Em 1965, venceram um concurso de talentos em uma escola com a música “My Girl”, do grupo The Temptations. O fato abriu as portas para a banda alcançar o sucesso mundial.

jackson-five01Grandes performances foram realizadas pelos Jackson Five, encantando o público em geral, principalmente por serem muito jovens e apresentarem canções dos mais variados estilos.

Inicialmente, o grupo abriu os shows de grandes nomes da música americana, como The Pips, Gladys Knight e James Brown. Aliás, este último foi a inspiração de Michael Jackson para a dança.

O Jackson Five entrou para a história musical dos EUA, por ser a primeira banda formada por negros a fazer grande sucesso. Em 1970, a música “I’ll Be There” estourou nas paradas americanas e virou “febre”. O grupo era contratado da famosa gravadora Motown. Logo, outras três canções dos Jackson subiriam ao topo das paradas mundiais: “I Want You Back”, “ABC” e “The Love You Save”.

Tanto sucesso fez com que a gravadora Motown encomendasse a produção de uma série animada, intitulada Jackson 5ive (Jackson Five).

A Produção

A produção de Jackson 5ive ficou a cargo dos estúdios Rankin/Bass, que também produziram o desenho animado The Beatles, exibido no Brasil pela TV Globo durante os anos 1970. Os produtores Arthur Rankin e Jules Bass foram também responsáveis por alguns dos mais famosos filmes especiais de Natal, como “Rudolph, a Rena do Nariz Vermelho” (1964) e “A Verdadeira História de Papai Noel” (1970). A dupla também produziu o longa-metragem “A Festa do Monstro Maluco” (1967) e “O Último Unicórnio” (1982), além das séries animadas ThunderCats e Silver Hawks.

A animação de Jackson 5ive foi basicamente feita nos estúdios Halas and Batchelor Animation, em Londres, com algumas cenas feitas pelo estúdio espanhol  Moro. A direção ficou por conta de Robert Balser e a concepção artística por Paul Coker, um desenhista da revista Mad. Apesar disso, o traço do desenho foi considerado um pouco simples para época.

A 1ª Temporada da série contou com 17 episódios. Na segunda, o título do programa foi mudado para The New Jackson 5ive Show e contou apenas com seis episódios.

A Série Animada

O desenho foi exibido originalmente pela rede americana ABC entre setembro de 1971 e novembro de 1972, aos sábados de manhã. Foi reprisado por lá na década seguinte, em 1985, no auge da carreira do cantor Michael Jackson.

jackson-five02As aventuras envolvem uma rotina fictícia do grupo musical. Aos cinco irmãos, foi acrescentado o personagem real do empresário Berry Gordy, proprietário da gravadora Motown, como figura adulta da série.

Também participaram do programa o casal de ratinhos Ray e Charles (homenagem ao cantor) e a cobra azul Rosie, todos animais de estimação de Michael Jackson na vida real.

As vozes originais dos Jackson foram dubladas pelos próprios músicos, o que aproximou o desenho dos clipes musicais da época. Houve participações especiais nos episódios, como da cantora Diana Ross.

O foco de todos os episódios fica em Michael Jackson, o menor dos irmãos, mas que sempre se coloca no meio de enrascadas. O tom era a comédia, com direito até a “claque”, que são aquelas risadas pré-gravadas, disparadas em algum momento cômico.

O desfecho das histórias sempre acontece na linguagem do vídeo-clip. O Jackson Five executava alguma de suas canções, sob um visual psicodélico, repleto de cores e formas, intercalando cenas do episódio, geralmente com perseguições e diversas outras situações de risco.

Outra característica interessante da série é a dublagem feita para o público brasileiro. O estúdio responsável foi a Cine Castro do Rio de Janeiro, que selecionou um elenco de vozes de primeira categoria, entre eles Domício Costa (dublou o personagem Jackie e o narrador) e Carlos Marques (dublou Randy). A direção de dublagem inseriu várias gírias usadas no Brasil durante os anos 1970, dando mais realismo às histórias. Entre as gírias, “amizade”, “bicho”, “barato” e “carango”.

Curiosidade

jackson-five-dvdQuando o desenho foi lançado, os músicos do Jackson Five estavam tão ocupados que a irmã cacula da família (Janet Jackson) é quem ficava  encarregada de “fiscalizar” os episódios.

DVD/Blu-Ray

Em 15 de janeiro de 2013, a distribuidora norte-americana Classic Media lançou a série Jackson 5ive em Blu-Ray e DVD, trazendo todos os 23 episódios. Todas as canções do grupo musical, executadas nos episódios, foram remasterizadas e contam com excelente qualidade. Ainda não há notícias se o lançamento se estenderá para outros países.

// Clique aqui para ver a Lista de Episódios de Jackson 5

O autor desta matéria é Maurício Viel. Escreva para nós e faça seus comentários.

Multimídia

Clique e assista ao episódio “It All Started With…” de Jackson 5ive (em inglês).

Galeria

Clique nas imagens para ampliá-las.

Share

Tarzan, o Rei da Selva

$
0
0

tarzan-logo

Ficha-Técnica

Título: Tarzan, o Rei da Selva (Tarzan, Lord of the Jungle/1976-79/EUA/Cor)
Gênero: Animação/Aventura
Produtora: Filmation/CBS
Produtor Executivo: Norm Prescott e Lou Scheimer
Criação do Personagem: Edgar Rice Burroughs
Formato: 36 episódios em 4 temporadas, variando entre 23 e 12 minutos de duração.
Dublagem: Herbert Richers/RJ
Distribuição no Brasil: Warner Bros.
Exibição no Brasil: TV Tupi, SBT

A Série Animada

“A selva… eu nasci aqui. E aqui meus pais morreram quando eu era pequeno. Eu teria perecido logo se não tivesse sido encontrado por uma bondosa macaca chamada Kala, que me criou como seu filho e me ensinou a viver na selva. Eu aprendia rápido e me fortalecia a cada dia. Agora, compartilho da amizade e a confiança de todos os animais da selva. A selva é cheia de belezas… e perigos e cidades perdidas cheias bondade e maldade. Este é o meu domínio e eu protejo aqueles que aqui veem, pois eu sou Tarzan, o Rei das Selvas!”.

tarzan01Tarzan, o Rei da Selva é a única série de tevê estrelada por Tarzan que seguiu praticamente todos os preceitos criados por Edgar Rice Burroughs, o criador do personagem. A produção foi encomendada aos estúdios Filmation pela rede de tevê americana CBS, que a apresentou nas manhãs de sábados. Ao todo, foram produzidos 36 episódios, distribuídos em quatro temporadas, exibidas entre 1976 e 1979.

A 1ª Temporada contou com 16 episódios, onde os 30 minutos do programa exibiram apenas episódios do Rei das Selvas. Na temporada seguinte, estrearam mais seis episódios, mas o horário foi dividido com uma nova produção da Filmation: As Novas Aventuras de Batman, que teve a participação do personagem Bat Mirim. O nome do programa foi alterado para Batman/Tarzan Adventure Hour.

Na terceira e quarta temporadas, foi a vez de Batman dar lugar a Super 7, um desenho que trouxe vários super-heróis dos estúdios Filmation. Entre estas duas últimas temporadas, estrearam mais 14 episódios de Tarzan, o Rei da Selva.

Pode-se afirmar que houve ainda a quinta e sexta temporadas, onde a série animada de Tarzan continuou a dividir horário com outras atrações. Desta vez, com O Cavaleiro Solitário (The Lone Ranger) e Zorro, respectivamente. A diferença é que os episódios de Tarzan eram reprises.

Muito bem desenhada, com cenas majestosas do herói saltando entre cipós, nadando e escalando altas montanhas, esta produção teve as feições e linhas de Tarzan inspiradas no trabalho do maior desenhista de Tarzan nos quadrinhos, o mestre Burne Hogarth. Uma das características mais chamativas dos estúdios Filmation, também presente nesta série, é o uso da técnica “rotoscopia”, onde se filma primeiro um ator ou maquetes e, a partir disso, realiza-se a animação dos movimentos.

tarzan02Tarzan é um herói que domina a selva e os animais, graças à sua força e superioridade intelectual. Promove sempre a paz entre as pessoas e, frequentemente acaba salvando alguém em apuros, geralmente que pertença a civilizações isoladas dentro da selva.

Aliás, esta inteligência observada nos episódios desta animação, reflete os livros escritos pelo seu criador Edgar Rice Burroughs. O título Tarzan, o Rei das Selvas, inclusive, é baseado no 11º livro do herói, escrito por Burroughs.

Ao lado de Tarzan, a figura amiga do mico N’kima, personagem também presente nas obras literárias de Tarzan. A macaca Cheeta não aparece nesta série, pois foi uma criação dos estúdios MGM para a série de filmes estrelados por Johnny Weismuller, que interpretava um Tarzan mais selvagem, sem tanto intelecto.

Animais é que não falta nesta série. Desde macacos e gorilas, passando por elefantes, girafas, leões e pumas. O interessante é que Tarzan conhece os animais e os chama pelo nome. Para coroar o desenho, muitas cidades e lugares perdidos no tempo são mostrados, todos baseados nos romances de Tarzan.

A trilha sonora foi muito bem produzida, diferente de tudo o que se tinha visto em desenho animado. É um som diferente, instigante, com tambores tribais misturados com particularidades das músicas dos anos 1970. O clima do desenho é todo peculiar, desde o tema de abertura.

tarzan03Nem só de pontos positivos é composta esta animação e alguns deslizes podem ser observados no decorrer da série. Em nenhum episódio é mostrada alguma tribo originária da África, cenário das histórias. Em contrapartida, há muitas aventuras com tribos de gregos, soldados da Idade Média, homens-pássaros, subaquáticos e, pasme, até mesmo membros da antiga civilização Maia em plena África. A pessoa de pele mais morena que aparece na série é o próprio homem-macaco.

Há também aventuras com seres espaciais e muitas naves alienígenas, um contra senso nas histórias de Tarzan. Isso sem falar nas cenas em que ele aparece em ação, que eram sempre as usadas nos episódios anteriores.

Mas, para todos os que são fãs do Rei das Selvas e gostam de um bom desenho animado, esta série é muito indicada e figura entre uma das melhores já feitas para a televisão.

No Brasil

Em nosso país, Tarzan, o Rei da Selva começou a ser exibido ainda nos anos 1970 pela saudosa TV Tupi, mas marcou época mesmo no SBT, na década seguinte. Foi exibido no programa do Bozo e na “Sessão Carrossel”. Após isso, o desenho apareceu esporadicamente até 1987 nas manhãs e tardes da emissora.

dvd

DVD lançado pela Warner

Após as reprises do SBT, Tarzan, o Rei das Selva nunca mais foi exibido na tevê brasileira e se tornou uma raridade. Até que em 2007, o mesmo canal voltou a apresentar o desenho no programa “Sábado Animado”. A dublagem utilizada na maioria dos episódios foi a original, sendo que alguns tiveram que ser redublados.

Em dezembro de 2009, a Warner Home Video lançou no Brasil a coletânea em DVD “Matiné de Desenhos dos Anos 70 – Vol. 1″, que trouxe um episódio de Tarzan, o Rei da Selva, chamado “Tarzan e o Colosso de Zome” (Tarzan and the Colossus of Zome, 1978). Exibido originalmente no programa Batman/Tarzan Adventure Hour, o episódio foi disponibilizado com a dublagem original brasileira da Herbert Richers. O episódio “O Pestinha”, de As Novas Aventuras de Batman, exibido originalmente junto com Tarzan, também foi incluído no DVD.

// Clique aqui para ver a Lista de Episódios de Tarzan, o Rei da Selva

O autor desta matéria é Cristiano Barcellos Rigodanzo. Escreva para nós e faça seus comentários. Matéria originalmente publicada em 26/08/09.

Multimídia

Clique e assista à abertura de Tarzan, o Rei da Selva.

Imagens

Clique nas imagens para ampliá-las.

Share

Pinóquio

$
0
0
pinochio-logo

Ficha-Técnica

Título: Pinóquio (Kashinoki Mokku/Mock, the Oak Tree/1972/JAP/Cor)
Gênero: Animação/Drama
Produtora: Tatsunoko Production Co. LTD.
Distribuição Atual: Saban Internacional
Criação do Personagem: Carlo Collodi
Criação da Série: Tatsuo Yoshida
Direção: Shotaro Hara
Trilha Original: Nobuyoshi Koshibe
Formato: 52 episódios em 4 temporadas com e 23 minutos de duração
Dublagem: Álamo (São Paulo) – Com Ivete Jaime (Pinóquio), José Soares (Gepetto) e Cecília Lemes (Fada do Carvalho); VTI (Rio de Janeiro, anos 1990)
Exibição no Brasil: TV Tupi, TV Record, TV Guaíba, Fox Kids, Rede Globo

Introdução

A história de Pinóquio surgiu em um conto do italiano Carlo Collodi, publicado em um jornal em 1882 e ilustrado por Enrico Mazzanti. Anos depois, a história do boneco transformou-se em um clássico da literatura infantil e, em 1940, um grande sucesso do cinema, das mãos de Walt Disney.

Em 1972, seria a vez da Tatsunoko Production do Japão lançar uma série animada (anime), intitulada Pinóquio (Kashinoki Mokku/Mock, the Oak Tree), com 52 episódios coloridos. As histórias se caracterizaram por grande apelo dramático e clima sombrio, algo que causou grande sucesso e comoção entre as crianças. O estúdio também foi responsável pelos animes GuzulaO Judoca e Speed Racer.

O Desenho

pinoquio-materia1A história começa quando Gepetto, um idoso e solitário marceneiro, deseja muito ter uma companhia. Certo dia, ao encontrar um belo tronco que se desprendeu do grande carvalho que fica próximo a sua casa, Gepetto decide criar um boneco.

Mas, o velho carvalho tem uma Fada-Madrinha como guardiã que, observando o desejo do bom velhinho, dá vida ao boneco e promete que se ele for bom, se não contar mentiras, será futuramente transformado em um menino de verdade. Mas, se Pinóquio contar uma mentira sequer, seu nariz crescerá imediatamente.

Um grilo falante, que descansava no tronco do carvalho, acompanhou a transformação que a Fada realizou e, a pedido dela, passou a acompanhar o boneco, trabalhando como uma espécie de consciência, aconselhando-o a sempre realizar o bem.

O maior desejo de Pinóquio é realmente se transformar em menino, mas ainda é muito travesso e egoísta. Raramente ouve os conselhos do Grilo Falante, da Fada do Carvalho e de Gepetto, sofrendo terríveis consequências. Não tem muitos amigos e frequentemente é motivo de piadas na rua.

Todo esse desgosto e sua imensa ingenuidade fazem com que Pinóquio seja facilmente influenciado por más companhias que o colocam em situações de risco. E, quando a consciência aponta seus erros, acaba tendo que mentir para Gepetto, chamado de “Vovozinho” pelo boneco.

personagens

Com o passar dos episódios, Pinóquio é sequestrado pelo malvado dono de um circo, o Mestre dos Bonecos, que  é auxiliado pela raposa Ladinólio, pela doninha Vadinólio e por um cão de guarda. Pinóquio é aprisionado e levado para a África, forçado a se tornar atração no circo. Gepetto inicia uma busca interminável atrás do pobre boneco, chegando até a passar fome.

Chegando na reta final dos 52 episódios, Pinóquio finalmente vence o malvado dono do circo. Mas, passa a ser caçado como boneco enfeitiçado e Gepetto preso e levado para uma ilha.

Com toda essa dramática situação de sofrimento, o boneco vai desenvolvendo, aos poucos, um bom caráter.Durante essa jornada, Pinóquio foi enfeitiçado por bruxas, voltou a ser uma árvore de tantas mentiras que contou e chegou até a ter suas pernas queimadas.

Até que, no emocionante capítulo final da série, após ser alvejado pelos soldados que queriam capturá-lo, a Fada do Carvalho finalmente realiza o sonho de Pinóquio em virar um menino de verdade, após, segundo ela, de o boneco ter finalizado sua jornada, ter evoluído moralmente e aprendido o que é o amor.

Pinóquio se transforma em menino no capítulo final

Pinóquio se transforma em menino no capítulo final

Reedição

Nos anos 1990, a distribuidora americana Saban adquiriu os direitos autorais de Pinóquio e colocou no mercado uma versão reeditada do anime. Apesar de a empresa ter trazido de volta este importante anime, a nova edição perdeu muito da originalidade, visto que vários vários trechos dos episódios foram cortados, a abertura, trilha sonora e até a tonalidade de cores foram totalmente alterados. Uma nova abertura foi montada, descartando-se a original.

Curiosidades

- Tatsuo Yoshida fundou a Tatsunoko Production Co. Ltd. em 1963 e é considerado o mestre do uso da câmera lenta nas cenas de maior tensão e dramaticidade nos animes.

- A trilha original do anime foi assinada por Nobuyoshi Koshibe e trazia temas e fundos que davam um autêntico clima de suspense às histórias. Ainda é possível ouví-la nos episódios em italiano disponíveis no YouTube.

- A versão japonesa de Pinóquio também fez grande sucesso no país onde o personagem foi criado, a Itália. No site de vídeos YouTube, existem alguns vídeos com trechos de episódios em italiano, que preservam as características originais do anime, como a trilha sonora.

No Brasil

Pinóquio foi exibido primeiramente pela TV Tupi (1977) e pela TV Record (1981/83). Ainda nos anos 1980, foi exibido pela Tv Guaíba (Porto Alegre). Já na década de 1990, o desenho ganhou uma reedição e nova dublagem, sendo exibido na Rede Globo, dentro do “TV Colosso”. Já nos anos 2000, o extinto canal pago Fox Kids exibiu Pinóquio pela última vez.

A dublagem original brasileira foi gravada pelo estúdio paulistano Álamo, com destaque para o trabalho de Ivete Jaime, com sua doce voz emprestada ao protagonista. A voz do dublador José Soares ficou gravada na memória dos fãs do desenho, quando dizia: “Ahhhh… Pinóóóquiooo”.

O autor desta matéria é Maurício Viel. Escreva para nós e faça seus comentários.

Multimídia

» Clique aqui e ouça um arquivo com o dublador José Soares fazendo uma pequena demonstração da voz de Geppeto, no programa “Garagem”, da Rádio Brasil 2000 de São Paulo, em 1999.

» Clique aqui para ver a parte 1 e aqui para ver a parte 2 de um episódio de Pinóquio na versão italiana, que mantém as características originais do anime, como a trilha sonora e a tonalidade das imagens.

Imagens

Clique nas imagens para ampliá-las.

Share

Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 6: Pepe Legal

$
0
0

Prosseguimos com o Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera, falando agora sobre Pepe Legal, a quinta série animada produzida pelos estúdios Hanna-Barbera para a televisão, exibida originalmente em 1959, juntamente com os desenhos Bibo Pai e Bobi Filho e Olho Vivo e Faro Fino.

pepe-legal-logo

Pepe Legal

Título: The Quick Draw McGraw Show / 1959-61 / EUA / Cor
Formato: 45 programas de meia-hora, compostos por três segmentos de 7 minutos cada (Pepe LegalBibo Pai e Bobi Filho e Olho Vivo e Faro Fino)
Exibição de Estreia: 29/09/1959 em syndication, distribuído pela Screen Gems
Exibição no Brasil: TV Tupi e TV Globo (anos 1960); TV Record (fim dos anos 1960/início dos 1970); pool TV Record/TVS (virada dos anos 1970 para 1980), TV Bandeirantes (anos 1970/80), Boomerang (anos 2000), Tooncast (anos 2010 até hoje)
Dublagem: AIC/SP, com David Neto (Pepe Legal - 1ª voz), Amaury Costa (Pepe Legal – 2ª voz) e  Roberto Barreiros (Babalú)

Criação e Produção

William Hanna e Joseph Barbera

William Hanna e Joseph Barbera

Bill Hanna e Joe Barbera estavam sempre atentos ao que estava em voga. Desta vez, a famosa dupla de animadores pegou carona no sucesso dos programas de faroeste que eram exibidos na televisão entre o final dos anos 1950 e começo dos anos 1960. Deve-se levar em conta de que os desenhos do cinema começaram a perder público já na metade dos anos 1950 e, com isso, Hanna e Barbera perceberam que o futuro estava mesmo na televisão.

O desenvolvimento do personagem de Pepe Legal começou em um estúdio em Winipeg, Canadá. Vários cartunistas trabalharam na empresa Peter Gutkin & Associates. Um deles era John R. Ednie, um desenhista contratado do jornal “The Standard”. O cartunista Ednie levava o serviço para casa com frequência e lá desenvolveu o que seria a animação inicial para primeira exibição do cartoon. Todo o material foi encaminhado para as instalações na cidade de Nova Iorque, nos EUA.

A série mostra as aventuras de Pepe Legal (Quick Draw McGraw), um xerife do território do Arizona no Velho Oeste, auxiliado pelo seu fiel companheiro Babalú (Baba Looey), onde enfrentam os mais perigosos bandidos e desordeiros. Não raras as vezes, Pepe Legal é também um caçador de recompensas. Nada de novo nesta premissa western, exceto pelo fato de que Pepe Legal é um cavalo/vaqueiro, e Babalú um burrico mexicano e ambos, ironicamente, montam cavalos. Enquanto que Pepe Legal é o herói bobalhão, atrapalhado, que às vezes atira no próprio pé distraidamente e é sobrepujado pelos seus inimigos, Babalú é esperto e mais durão do que seu superior, muitas vezes salvando o dia, dominando e prendendo os bandidos.

pepe-legal-materia1Outra curiosidade é que Pepe Legal tem outro parceiro ocasional, um cão sabujo chamado Rafeiro (Snuffles), que só ajuda o nosso herói vaqueiro quando ganha um biscoito canino. Ao ganhar o tal petisco, o cão se contorce de forma hilária, se abraça, geme, levita e volta ao solo flutuando suavemente, ao som de uma música celestial. No entanto, quando Pepe Legal não tem um biscoito ou se nega a lhe dar um, o “mercenário” sabujo se recusa a pegar o bandido e, às vezes, até o liberta, mesmo após tê-lo capturado. A reação de Rafeiro ao petisco foi mais tarde usada também em outro desenho da Hanna-Barbera, com o personagem Mutley, em Máquinas Voadoras (Dastardly and Mutley In Their Flying Machines, 1969).

Marcante mesmo é quando o simpático herói equino assume a identidade de seu alter ego, El Kabong, um justiceiro mascarado, na verdade, uma versão satírica do personagem e exímio espadachim Zorro, vivido por Guy Williams e produzido em 1957 por Walt Disney. A diferença é que sua arma é um violão, com o qual acerta a cabeça dos malfeitores, produzindo um som característico do bramido do violão, enquanto grita “Kaboooong!”.

É muito cômico quando, no momento em que as vítimas invocam o herói mascarado, na pressa, às vezes, ele troca a fantasia e se veste ora de bailarina, ora de bebê (com mamadeira e tudo), ora de estudante de jardim da infância (montado num triciclo), fazendo com que Babalú o advirta: “Não acho que você vá pegar um bandido deste jeito, Pepe Legal”. Ou então, quando ele surge do nada, na hora de socorrer as vítimas, pendurado numa corda amarrada sabe-se lá onde, gritando “olééééé”, antes de “cabongar” os bandidos.

pepe-legal-materia4

Pepe Legal vive o personagem El Kabong, inspirado na série “Zorro”, de Walt Disney

Michael Maltese, um dos principais roteiristas, oriundo dos estúdios Warner Bros., onde escreveu muitas da histórias e gags para os episódios de Looney Tunes, foi o principal responsável pela redação dos episódios do herói vaqueiro do Velho Oeste. Se prestar atenção, há muito do personagem Patolino (Daffy Duck) incorporado em Pepe Legal, ou seja, o herói pretensioso que é burro demais para dar certo ou muito autocentrado para compreender o que deveria fazer – atentar para o principal bordão de Pepe Legal: “Por aqui, quem pensa sou eu, Babalú. E naããão se esqueça disso!”. Também vale notar que há mais tiro na cara de Pepe Legal do que em qualquer outro desenho, ultrapassando até o próprio Patolino, tendo o rosto explodido tantas vezes por tiros. Foi dele também a ideia da concepção do alter ego El Kabong, pois ele percebeu que um dos conceitos dos faroestes “tipo B” era o vingador mascarado Cavaleiro Solitário.

A ênfase vinha sendo dada na escrita, para compensar o baixo orçamento para a animação. Em vez de muita pantomima (movimentos dos personagens), há um pouco de diversão. Um bom exemplo disso é quando Pepe Legal está perseguindo um bandido e alguma coisa o faz tropeçar ou escorregar até ele rodopiar no ar e se estatelar no chão. Anos antes, se animaria toda a cena do personagem escorregando, rodopiando no ar e depois caindo no chão, se arrebentando todo. A forma de Bill (Hanna) e Joe (Barbera) resolverem isso era o personagem principal estar correndo em um ciclo (cenários de fundo em repetição), batendo numa poça de óleo ou em algo que o faz tropeçar ou escorregar, mas isso acontecendo fora da câmera. Então, a câmera treme, ouve-se o grande barulho do impacto (queda) e em seguida, corta para o personagem, que já se encontra na situação mencionada, ou seja, já estirado no chão após a queda. Uma sacada simples, porém, muito engraçada.

pepe-legal-materia5Outro segmento da série animada estrelada por Pepe Legal mostra uma dupla de detetives nada convencional – Olho Vivo e Faro Fino (Snooper and Blabber), já que os aliados eram dois dos maiores inimigos naturais, um gato e um rato, respectivamente. Os dois investigam casos os mais alucinados possíveis e quase sempre se dão mal, tendo a narração feita pelo próprio Olho Vivo em alguns episódios. Completando a série, o último segmento mostra a divertida relação pai e filho com Bibo Pai e Bobi Filho (Augie Doggie and Doggie Daddy). Com discussões sobre o certo e o errado, em meio a tantas confusões, os episódios sempre terminam com uma espécie de ensinamento moral no ambiente familiar. Ambas as séries serão futuramente retratadas neste especial da Hanna-Barbera.

A série Pepe Legal Show estreou nos EUA em 29 de setembro de 1959 e teve 45 programas de meia-hora, compostos pelos já citados três segmentos e exibidos em syndication (simultaneamente em várias emissoras). Daws Bulter fez a voz dos dois personagens, Pepe Legal e Babalú. No caso do primeiro, Butler dublou o caubói personificando Red Skelton, ator de faroestes da época. O nome Babalú foi dado ao burrico devido a uma música intitulada “Babaloo”, interpretada pelo ator e cantor cubano Desi Arnaz, que era casado com a atriz Lucille Ball da sitcom I Love Lucy (1951-57). No Brasil, a série animada do vaqueiro herói foi exibida inicialmente pela TV Bandeirantes nos anos 1970 e 80, com a dublagem da AIC, a mesma usada nos episódios até hoje.

Pepe Legal na Cultura Popular

• Pepe Legal e Babalú participaram do episódio triplo do Show do Zé Colmeia (The Yogi Bear Show, 1961-62), no qual comemoram juntamente com outros personagens HB, o aniversário do querido urso.

pepe-legal-materia6

Miniatura da McFarlane Toys

• Há uma referência a Pepe Legal no oitavo episódio de Manda Chuva (Top Cat, 1961-62), onde o nome de El Kabong está grafitado em uma parede de tijolos.

• Pepe Legal e Babalú ocasionalmente apareceram em outras produções da Hanna-Barbera, incluindo A Turma do Zé Colmeia (Yogi’s Gang, 1973), Ho-Ho Límpicos (Laff-a-Lympics, 1977-79), no especial “O Primeiro Natal de Gasparzinho” (Casper’s First Christmas, 1979) e em um episódio da série A Corrida Espacial do Zé Colmeia (Yogi’s Space Race, 1978).

• Na série animada “Yo Yogi!” (1991-92), Pele Legal e Babalú são vistos como artistas de entretenimento do Oeste Selvagem.

• A empresa de miniaturas McFarlane Toys produziu a imagem de Pepe Legal como El Kabong como parte de sua linha de brinquedos da Hanna-Barbera.

• O ajudante sabujo de Pepe Legal, chamado Rafeiro (Snuffles), fez uma participação especial em um episódios da série animada Johnny Bravo (1997) em que Johnny segue uma mulher confundindo-a com sua mãe. No episódio, Rafeiro é designado pela polícia para ajudar a encontrar Johnny – em troca, naturalmente, de biscoitos caninos que ele ganha durante seu serviço.

• Greg Burson novamente faz a voz de Pepe Legal, quando ele e Babalu aparecem no episódio 29 da série Samurai Jack (2001), intitulado “The Good, The Bad and The Beautiful”.

• Pepe Legal e Babalu fizeram aparição no episódio de South Park (Idem, 1997), Imaginationland Episode III. Eles se juntam aos bons personagens imaginários combatendo os personagens maus na última batalha.

Cereais Sugar Smacks da Kellog's - anos 1960

Cereais Sugar Smacks da Kellog’s – anos 1960

• Existem referências a Pepe Legal em outros programas de televisão, stand-ups e músicas na cultura popular. Há referências a El Kabong na série de tevê The Critic – o pai de Jay Sherman, Franklin Sherman, imita El Kabong, arremetendo através de candelabros vestido como Zorro e batendo nas cabeças das pessoas com um violão. Pepe Legal é mencionado na comédia de stand-up de Dane Cook, “The Chicken Sangwich/The Heckler and the Kabbash”. El Kabong pode ser visto cantando com um grupo de celebridades em uma paródia de “We Are The World” no episódio “Million Dollar Abie” de Os Simpsons.

• Pepe Legal apareceu no episódio “Home” da série animada Class of 3000, no desenho Harvey Birdman, Attorney at Law (fazendo papel de um réu que está sendo acusado de portar uma arma escondida [seu violão]. Fez uma breve aparição em um comercial da companhia de seguros MetLife (2012) e foi o mascote dos cereais Sugar Smacks da Kellog’s no início dos anos 1960.

• No filme “direct-to DVD” “Scooby –Doo e a Máscara do Falcão Azul” (Scooby-Doo! Mask of The Blue Falcon, 2013), há uma pessoa na convenção de Hanna-Barbera que se passa por Pepe Legal.

TV e DVD

sessao-desenhos-60O Show do Pepe Legal até hoje não foi lançado em DVD nos EUA (imagine no Brasil então!). A Warner Home Entertainment americana chegou a anunciar sua intenção em colocar a coleção nas prateleiras em 2006, porém, tudo foi cancelado devido a alguns problemas com as fitas masters e com direitos autorais das canções da série.

Naquele ano, um porta-voz da Warner disse que o lançamento da série em DVD foi suspensa devido à necessidade de pesquisa por cópias significativas para remasterização. No entanto, quatro episódios estão disponíveis em DVD: dois no DVD duplo Sessão de Desenhos – Clássicos da Animação dos Anos 60 – Vol. 1 (lançado no Brasil com dublagens originais) e mais dois episódios no DVD duplo Sessão de Desenhos – Clássicos da Animação dos Anos 60 – Vol. 2 (só lançado nos EUA/Canadá).

Em 2013, mais dois episódios foram lançados em uma nova coletânea distribuída apenas nos EUA/Canadá. Porém, ela dispõe de dublagens brasileiras e pode ser adquirida por sites como www.cdpoint.com.br e www.amazon.com.

Na TV, o desenho é esporadicamente exibido pelo canal pago Tooncast, presente nas operadoras s Oi TVNossaTVViamaxSCTVClaroTVVivoTV (via satélite) e GVT. Em outubro/2013, o desenho Pepe Legal está sendo exibido no bloco “Hora HB”, de seg. à sex, 11h e 23h).

// O autor desta matéria é Alexandre Marques Silva. Escreva para nós e faça seus comentários.

// Lista de Episódios de Pepe Legal

Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera

Parte 1 – Introdução | Parte 2 – Jambo e Ruivão | Parte 3 – Dom Pixote | Parte 4 – Plic e Ploc | Parte 5 – Zé Colmeia |

Multimídia

Clique e assista à abertura e encerramento do Pepe Legal Show.

Clique e assista a um episódio de Pepe Legal com dublagem original em português.

Clique e assista a uma sequência de raríssimas vinhetas exibidas no Pepe Legal Show.

Imagens

Clique para ampliá-las.

Share

Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 7: Joca e Dingue-Lingue

$
0
0

Prosseguimos com o Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera, falando agora sobre Joca e Dingue-Lingue (Hokey Wolf) a sexta série animada produzida pelos estúdios Hanna-Barbera para a televisão dentro do Show do Dom Pixote.

joca-dingue-lingue-abertura

Título: (Hokey Wolf / 1960-61 / EUA / Cor)
Formato: 29 episódios de 7 min. exibidos em duas temporadas no Show do Dom Pixote, substituindo o desenho do Zé Colmeia
Exibição de estreia: 11/09/1960 em syndication, distribuído pela Screen Gems
Exbição no Brasil: TV Bandeirantes, durante os anos 1970/80
Dublagem: AIC/SP - Chico Borges (Joca), Wilson Ribeiro (Dingue-Lingue - 1ª voz) e Waldir Guedes (Dingue-Lingue - 2ª voz). Alguns episódios foram redublados nos anos 1990 por estúdio desconhecido

A Série Animada

joca-dingue-lingue-materia1Joca e Dingue-Lingue é um desenho dos estúdios Hanna-Barbera, cuja trama mostra Joca, um lobo vigarista, porém simpático, que está sempre arrumando um jeito de ser dar bem na vida da maneira mais politicamente incorreta. Ao seu lado, sempre está seu fiel, pequeno e jovem escudeiro Dingue-Lingue.

Personagens

A ideia inicial da criação de Joca e Dingue-Lingue tomou forma quando se tornou necessária a substituição do desenho Zé Colmeia, dentro do Show do Dom Pixote. O urso fez grande sucesso e se tornou muito mais popular que o personagem anfitrião Dom Pixote. Com isso, o urso mais esperto que a maioria dos ursos foi presenteado com uma série própria em 1961. Devido a esse desfalque, Joca e Dingue-Lingue fez sua estreia na terceira temporada do show do simpático personagem canino com sotaque sulista Dom Pixote, em 11 de setembro de 1960 e se tornou um segmento frequente e fixo desde então. Seu tema musical foi composto por Hoyt Curtin e uma versão instrumental do refrão da canção “Hail, Hail, the Gang’s All Here” foi usada.

personagens

A trama é centrada nas desventuras diárias de seu protagonista de fala mansa, Joca, e seu jovem aliado, Dingue-Lingue. Através de seus golpes, eles sempre tentam obter tudo aquilo que precisam para ter uma vida fácil. Em cada episódio, Joca geralmente tenta enganar fazendeiros e outros antagonistas com seus esquemas para subtrair alguma comida deles e/ou encontrar um lugar para se instalar sem pagar um tostão. Mas, de um jeito ou de outro, como já é tradição nas séries animadas da Hanna-Barbera com personagens antropomórficos, o tiro acaba sempre saindo pela culatra na maioria das vezes. Uma curiosidade é que os dois personagens, na verdade, são lobos, mas por alguma razão, na dublagem brasileira feita pelo extinto estúdio paulistano AIC, eles viraram raposas.

Joca, dublado no original pelo grande mestre das vozes Daws Butler (baseando-se em um personagem da época, Sargento Bilko, interpretado pelo ator Phil Silvers) usa como indumentária um colarinho branco com uma gravata borboleta de cor violeta. Sua personalidade, mais tarde, seria reaproveitada por seus companheiros e personagens do universo HB, tais como o Manda-Chuva (Top Cat) e o já citado Zé Colmeia (Yogi Bear), pois este, quando estreou sua própria série (1961-62), praticamente seguiu o mesmo conceito.

Dingue-Lingue, por sua vez, foi dublado no original por Doug Young, (imitando outro ator da época, Buddy Hackett) e sempre se entusiasma ao seguir Joca em suas vigarices. Mas, geralmente muda de opinião quando os dois se metem em situações adversas. Dingue-Lingue usa tipicamente um chapéu-coco vermelho (às vezes, preto), além de uma camisa verde sem manga e um colete preto.

Nota: ambos os atores mencionados acima, homenageados nas vozes originais, atuaram juntos no filme “Deu a Louca no Mundo” (It’s a Mad, Mad, Mad, Mad World, 1963, United Artists).

Outras Aparições (1962-1992)

Séries Hanna-Barbera

Após a série inicial haver terminado em dezembro de 1961, Joca e Dingue-Lingue apareceriam em outras quatro séries animadas da Hanna-Barbera, ao lado de outros personagens clássicos. São elas:

joca-dingue-lingue-materia2

A Turma do Zé Colmeia

A Turma do Zé Colmeia (Yogis’s Gang, 1973-1975) – Joca aparece como um dos membros da equipe.
Ho-Ho Límpicos (Laff-A-Lympics. 1977-1979) – Joca surge como membro da equipe dos Abelhudos.
Zé Colmeia e Os Caça Tesouros (Yogi’s Treasure Hunt, 1985) – aqui, Joca é um astro convidado em vários episódios.
Yo Yogi! (Idem, 1991-1992) – Joca co-estrela como o prefeito da cidade de Jellystone. Seu jovem companheiro, Dingue-Lingue, faz também uma breve aparição, sem diálogos, como o braço-direito do simpático lobo no episódio “Super Duper Snag”, mas tem texto no episódio “Polly Want a Safe Cracker”.

Longas-Metragens Hanna-Barbera

• No ultimo episódio (triplo) do Show do Zé Colmeia (The Yogi Bear Show, 1962), Joca e Dingue-Lingue estão entre os convidados que aparecem para homenagear o querido urso em sua festa de aniversário.
• No filme “A Arca de Zé Colmeia” (Yogi’s Ark Lark, 1972), os dois queridos e espevitados lobos fazem uma participação como parte da turma do Zé. O filme era parte do programa “The ABC Saturday Superstar Movie” e também o piloto de A Turma do Zé Colmeia, de 1973.
• Em 1982, no especial feito para tevê, “Yogi Bear’s All Star Comedy Christmas Caper”, Joca co-estrela como membro do grupo que vista Zé Colmeia no Parque Jellystone.
• No longa feito para a televisão, “The Good , The Bad, and Huckleberry Hound”, em 1988, Joca é co-protagonista no papel do prefeito de uma cidade do velho oeste chamada de Two-Bit.

// O autor desta matéria é Alexandre Marques Silva. Escreva para nós e faça seus comentários.

// Lista de Episódios de Joca e Dingue-Lingue

best-of-warner-bros-hanna-barberaDVD

Joca e Dingue-Lingue teve apenas dois de seus episódios lançados em DVD para a Região 1 (EUA e Canadá). Eles estão inclusos em um lançamento de 2013 da Warner Home Entertainment que é uma coletânea especial com desenhos Hanna-Barbera. Apesar de não ter sido lançado no Brasil, o box conta com dublagens em português em todos os episódios (ou legendas).  Os episódios de Joca e Dingue-Lingue são “Tricks and Treats” e ”Castle Hassle” e ambos estão com uma nova dublagem.

Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera

Parte 1 – Introdução | Parte 2 – Jambo e Ruivão | Parte 3 – Dom Pixote | Parte 4 – Plic e Ploc | Parte 5 – Zé Colmeia | Parte 6 – Pepe Legal |

Multimídia

Clique e assista um episódio de Joca e Dingue-Lingue

Imagens

Clique para ampliá-las.

Share

Bat Fino

$
0
0

batfino-logo

Título: (Batfink / 1967 / EUA / Cor)
Criação: Hal Seeger
Estúdio: Hal Seeger Studios e Bill Ackerman Productions
Distribuição: Screen Gems (syndicated)
Formato: 100 episódios de 4’30″
Exibição de Estreia: setembro a outubro de 1967
Exibição no Brasil: TV Record (set e out/1979;  set e out/1980; mar e abr/1981), (TV Bandeirantes (junho/1978)
Dublagem: AIC/SP (1ª versão) – com Carlos Alberto Vaccari (Batfino), José Soares (Karatê), Miguel Rosenberg (Chefe de Polícia), Flávio Galvão (Hugo- A-Go-Go) e Wilson Ribeiro (narrador); SC Produções Artísticas/SP (2ª versão)

A Série Animada

Batfino e Karatê formam uma dupla especialista no combate ao crime na cidade onde vivem. Batfino é um morcego e Karatê um forte japonês carateca. Os dois personagens são uma paródia de outros dois famosos personagens de seriados dos anos 1960. Batfino parodia Batman (Adam West) e Karatê faz lembrar Kato, o auxiliar do Besouro Verde no seriado homônimo, interpretado pelo artista Bruce Lee.

batfino-materia1Baffino era um bebê-morcego como qualquer outro. Mas, vivia com sua mãe em uma caverna de plutônio abandonada. A exposição à radiação ia lhe garantindo a potencialização do sonar característico dos morcegos. Certo dia, dois fugitivos procuraram abrigo na caverna e acabaram colocando um explosivo para que a mamãe-morcego fosse eliminada. Com a explosão, ela foi lançada das alturas e Batfino, que brincava do lado de fora, a salvou em seus braços.  Mas, o pequeno morcego machucou suas asas e foi levado a um ferreiro — pai do forte garoto japonês Karatê, que estava por perto cortando lenha.

O ferreiro trabalhou por semanas, a fim de produzir um novo par de asas para Batfino. Porém, o jovem morcego não ganharia qualquer par de asas e, sim, asas de aço, que juntas ao seu supersônico-sonar-radar, fez nascer um novo super-herói, o Batfino. A partir disso, a mãe de Batfino fez o garoto jurar que dedicaria sua vida para prender vilões. E o grande Karatê estaria sempre ao seu lado para auxiliá-lo.

Karatê às vezes é atrapalhado, inocente, mas faz um bom trabalho como assistente de Batfino. Forte e sempre vestido com um quimono, ele tem golpes certeiros de karatê e pilota o Batillac, um super-veloz Volkswagen Fusca, cor-de-rosa, com proteções especiais e incrementado com asas. A Karatê, também compete ser a peça cômica da série.

personagens

Por meio de seu supersônico-sonar-radar, Batfino emite seu famoso “Beep”, ou seja, as letras “B-E-E-P” ganham vida e vão até locais onde Batfino ordena, geralmente para encontrar pessoas. Junto ao “beep”, é emitido um som supersônico característico.

As asas de aço de Batfino podem proteger seu corpo. O herói se envolve entre elas para proteger-se de tiros, flechas, dardos etc. Sempre que é atacado, o herói usa um bordão: “Suas balas não podem me atingir. Minhas asas são como uma couraça de aço!”. Dependendo do tipo de ataque, o bordão é adaptado. As asas poderosas também ajudam Batfino a, obviamente, voar, atingir altas velocidades ou boiar.

A dupla entra em ação toda vez que é chamada pelo chefe de polícia da cidade, visto que a polícia não consegue “se virar” sozinha. O Chefe é uma paródia ao Chefe O’Hara da série Batman.

batfino-materia2Ele informa sobre um crime através da Linha Brava, que é uma chamada de vídeo direta para a caverna subterrânea onde vivem Batfino e Karatê, tal qual Batman e Robin. O chefe de polícia aparece em uma tela e interage com a dupla. Todas as vezes em que Batfino é solicitado, é mostrada a porta secreta da caverna se abrindo para dar passagem ao veloz Batillac, também igual a saída da Bat-Caverna.

Um recurso muito utilizado nos episódios de Batfino é o “cliffhanger”, ou ”à beira do precipício” na tradução literal. Trata-se de uma pausa na cena onde um personagem vivencia situação de extremo perigo para fazer com que os espectadores aguardem o próximo episódio. Então, a cena continua com o herói escapando da morte, por meio de seus superpoderes. A própria série Batman utilizou bastante deste recurso.

No caso de Batfino, o desfecho acontece já no momento seguinte à pausa, logo após o narrador, ironicamente, perguntar ao público se Batfino irá sobreviver.

Vilões

batfino-materia3

O vilão Hugo A-Go-Go

O maior inimigo de Batfino e Karatê é o cientista louco Hugo A-Go-Go, que está sempre em seu laboratório bolando algo para derrotar o herói e, assim, dominar o mundo. Por várias vezes, Batfino consegue prender Hugo A-Go-Go, mas, como a série não tem continuidade, Hugo aparece livre  em outros episódios. Uma característica interessante de Hugo é que ele costuma dialogar com o próprio narrador da série animada.

Destaque também para os vilões Queenie Bee (com seu exército de abelhas), Ernesto Orelhudo, Gipsy James (um ladrão que se disfarça de cigano), Judy Jitsu (um mestre marcial) e Goldyunlocks,  que tem como obsessão destrancar toda fechadura que encontra.

Curiosidades

  • Para evitar um possível processo de plágio, os produtores de Batfino resolveram criar um morcego como protagonista, ao invés de utilizar uma pessoa vestida de morcego, como em Batman.
  • A voz original do personagem Karatê foi inspirada em Maxwell Smart, vivido por Don Adams na série Agente 86, que fazia muito sucesso na época da produção de Batfino (1967). Até um dos bordões de Smart foi parodiado em Batfino, pelo personagem Karatê: “Sinto muito por isso, Batfino” (“Sinto muito por isso, Chefe”). Já no Brasil, a característica da voz de Karatê foi mudada, mas também foi marcante. Ela foi feita por José Soares, que também havia dublado Peter Potamus da Hanna-Barbera, Mr. Magoo, Oliver Hard (O Gordo e o Magro), entre outros. A voz foi feita com um forte sotaque de japonês que fala português. Ficou cômica.
  • Batfino foi produzido de maneira econômica, reutilizando várias cenas nos seus 100 episódios. Para a época, a reutilização era um procedimento bastante usado, mas em Batfino, a repetição foi acima da média. 
  • Hal Seeger também foi o criador da série animada Milton, o Monstro (Milton, the Monster), que também traz outros desenhos, como O Mosco Heróico (Fearless Fly) e Muggy Doo.
  • Hal Seeger morreu em 2005, aos 87 anos de idade.
  • Em 1988, a Poderosa Filmes lançou uma fita VHS no Brasil com episódios de Batfino. Os episódios foram redublados pela SC Produções Artísticas/SP.

batfino-dvd

TV e DVD

A distribuidora brasileira e independente Vídeo Brinquedo lançou em maio/2008 um box com três DVDs de Batfino. Ao todo, foram disponibilizados 40 episódios, todos com áudio original em inglês e com a raríssima dublagem original brasileira, feita pelo estúdio AIC.

Por outro lado, desde os anos 1980 que Batfino não é exibido na televisão brasileira.

 

 

O autor desta matéria é Maurício Viel. Escreva para nós e faça seus comentários. Agradecimentos a Marco Antônio dos Santos.

» Clique aqui e veja a Lista de Episódios produzidos de Batfino.

Multimídia

Clique e assista à íntegra de um episódio de Batfino, intitulado “Goo-Goo A-Go-Go”, que conta com a dublagem original brasileira da AIC.

Galeria

Clique nas imagens para ampliá-las.

Share

Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 8: Olho Vivo e Faro Fino

$
0
0

No Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera o destaque agora é Olho Vivo e Faro Fino, a sétima série animada produzida por Hanna-Barbera para a televisão, exibida originalmente dentro do Show de Pepe Legal, juntamente com Bibo Pai e Bobi Filho.

Ficha Técnica

olho-vivo-faro-fino-logo-peqTítulo: Snooper and Blabber / 1959-61 / EUA / Cor
Formato: 45 episódios com duração de 7 minutos cada, exibidos em três temporadas como um segmento do Show de Pepe Legal
Primeira Aparição: “Puss n’ Booty” (1959), dentro do Show de Pepe Legal
Roteiro:
Michael Maltese
Exibição de estreia: 29/09/1959 em syndication, distribuído pela Screen Gems
Exibição no Brasil: TV Tupi e TV Globo (anos 1960); TV Record (fim dos anos 1960/início dos 1970); pool TV Record/TVS (virada dos anos 1970 para 1980), TV Bandeirantes (anos 1970/80), Boomerang (anos 2000), Tooncast (anos 2010 até hoje)
Dublagem: AIC/SP – Com Waldir Guedes (Olho Vivo) e Wilson Ribeiro (Faro Fino)

Introdução

Antes de abrirem seu próprio estúdio, Hanna e Barbera já haviam trabalhado com uma dupla de gato e rato, visto que foram os criadores da dupla Tom e Jerry. Já com o estúdio Hanna-Barbera em funcionamento, eles aproveitaram a ideia e criaram, em 1959, um dos primeiros desenhos exclusivos para a televisão que era estrelado por um gato e um rato. Mas este tinha um detalhe: o gato e o rato seriam amigos e parceiros.

A Série Animada

Olho Vivo e Faro Fino mostra as aventuras de uma dupla de detetives nada convencional. Eles são um gato que possui uma agência chamada Olho Vivo, e que conta com um rato como seu assistente. O gato Olho Vivo é quem assume o comando das investigações na qual são contratados. Já o rato Faro Fino segue as suas ordens, já que se olho-vivo-faro-fino-materia1declara um grande admirador da “habilidade” e “inteligência” do gato. Mas, tal admiração não deixa Faro Fino perceber que, na verdade, Olho Vivo é  atrapalhado e que a própria esperteza do ratinho é que, muitas vezes, acaba solucionando os casos.

As aventuras e investigações da dupla geralmente começam com um chamado por telefone. Os casos são os mais variados (e inusitados), como capturar um homem das cavernas, resgatar uma pulga de circo, encarar um monstro que vive num lago, ir atrás do Homem das Neves, prender o bandido Mosca-Humana usando a roupa do super-herói Capitão Zoom-Zoom, proteger um herdeiro milionário da ganância de seu mordomo, ajudar um homem rico a livrar seu lindo jardim de uma marmota, entre outros.

Durante as investigações, Olho Vivo e Faro Fino vivem diversas situações que os colocam em apuros (mote predominante no universo HB). Mas, ao final de cada história, com alta dose de humor, há um desfecho inusitado ou inesperado, com a dupla às vezes se saindo bem, outras vezes nem tanto.

Olho Vivo usa uma boina no melhor estilo Sherlock Holmes. Já Faro Fino usa um chapéu de aba à la Humphrey Bogart. Ambos vestem um sobretudo, que também é condizente com a profissão, segundo, ainda, os detetives da tevê e cinema da época.

personagens

Fato marcante e engraçado acontece quando a dupla está em perseguição. Olho Vivo pede a Faro Fino para ligar a sirene, mas é o próprio ratinho quem põe a cabeça para fora do carro e começa a simular uma sirene. Em alguns episódios, a dupla contata por telefone ou rádio uma agente que nunca aparece em cena, chamada Hazel.

olho-vivo-faro-fino-materia2Olho Vivo, que frequentemente utiliza-se do bordão “Pare em nome da lei!”, costuma dar várias broncas em Faro Fino, este que não aceita muito bem algumas sugestões de seu parceiro.

O próprio Olho Vivo é quem narra alguns episódios, recurso esse provavelmente inspirado em uma série antiga de televisão sobre dois detetives de Los Angeles, chamada Dragnet (1951/59, 1967/70, NBC), criação de Jack Webb e inédita no Brasil. Além disso, é muito comum observarmos Faro Fino aparecer em close, olhando e falando para o telespectador, principalmente para elogiar alguma atitude “esperta” de Olho Vivo.

Em Olho Vivo e Faro Fino, destaca-se, ainda, a primeira aparição (na verdade protótipos) de personagens que futuramente iriam ganhar suas próprias séries animadas: Patinho Duque, Leão da Montanha e a hiena pessimista Hardy, do desenho Lippy e Hardy.

Outras Aparições

Olho Vivo e Faro Fino participaram de dois longas-metragem feitos para a tevê: A Arca de Zé Colmeia (Yogi’s Ark Lark, 1972), que foi o episódio-piloto da série A Turma do Zé Colmeia (Yogi’s Gang, 1973/75); e no especial de 1982 “Yogi Bear’s All Star Comedy Christmas Caper”.

Os Ho-Ho Límpicos

Os Ho-Ho Límpicos

Posteriormente, a dupla participou das seguintes séries produzidas por Hanna-Barbera:

Show do Zé Colmeia (The Yogi Bear Show, 1962), em um episódio triplo, como convidados da festa de aniversário do nosso querido urso.
Ho-Ho Límpicos (Laff-A-Lympics, 1977/78), como membros da equipe do Zé Colmeia, os Abelhudos.
Zé Colmeia e Os Caça Tesouros (Yogi’s Treasure Hunt, 1985-88), como personagens fixos.
Yo Yogi! (Idem, 1991/92). Olho Vivo é um famoso detetive enquanto Faro Fino possuía uma loja no Shopping Jellystone, a Crooks ‘n’ Books Store.
Super-Secret Secret Squirrel (Idem, 1993). A dupla de detetives participou do episódio “Agent Penny”. O desenho é um segmento da série Dois Cachorros Bobos (2 Stupid Dogs, 1993).
 “The Good, the Bad and Huckleberry Hound” (Idem, 1988). Olho Vivo fez uma breve aparição (sem o Faro Fino) neste longa de animação feito para a TV.

DVD e TV

sessao-desenhos-60-peqComo já foi informado anteriormente, em 2006 estava previsto o lançamento de um box em DVD do Show do Pepe Legal. Porém, tudo foi cancelado devido ao estado de má conservação dos negativos. No entanto, quatro episódios da série (que incluem os episódios de Olho Vivo e Faro Fino) estão disponíveis em DVD: dois no DVD duplo “Sessão de Desenhos – Clássicos da Animação dos Anos 60 – Vol. 1″ (lançado no Brasil com dublagens originais) e mais dois episódios no DVD duplo “Sessão de Desenhos – Clássicos da Animação dos Anos 60 – Vol. 2″ (só lançado nos EUA/Canadá e sem dublagens em português).

Em 2013, mais dois episódios foram lançados em uma nova coletânea distribuída apenas nos EUA/Canadá, intitulada “Best of Warner Bros. 25 Cartoon Collection: Hanna-Barbera”. Porém, ela também dispõe de dublagens brasileiras e pode ser adquirida por sites como www.cdpoint.com.br e www.amazon.com.

Na televisão, fica-se na dependência do canal Tooncast, do grupo mesmo grupo proprietário do acervo Hanna-Barbera, de programá-lo em sua grade de clássicos.

// O autor desta matéria é Alexandre Marques Silva. Escreva para nós e faça seus comentários.

// Lista de Episódios produzidos de Olho Vivo e Faro Fino

ESPECIAL CHAPÉU E GRAVATA HANNA-BARBERA
Introdução | Jambo e Ruivão | Dom Pixote | Plic e Ploc | Zé Colmeia | Pepe Legal | Joca e Dingue Lingue |

Multimídia

Clique e assista um episódio de Olho Vivo e Faro Fino.

Imagens

Clique para ampliá-las.


George, o Rei da Floresta

$
0
0

Introdução

Em 1967, estreava na televisão americana, pela ABC, o show George, o Rei da Floresta (George of the Jungle) que, em 30 minutos, exibiu três séries animadas: o próprio George, o Rei da Floresta, O Super-Galo e Tom Sem Freio. Foram produzidos 17 episódios de cada segmento.

O show teve a produção de Jay Ward, também responsável pela serie animada As Aventuras de Rocky e Bullwinkle. O desenho George, o Rei da Floresta ganhou, nas últimas décadas, duas versões cinematográficas e uma nova série animada.

George, o Rei da Floresta

george-rei-floresta-logoTítulo Original: George of the Jungle (1967 / EUA / Cor)
Criação: Allan Burns
Produção: Jay Ward, Bill Scott
Estúdio: Jay Ward Productions
Distribuição: Pantomine Pictures/ABC Filmes do Brasil
Trilha Sonora: Sheldon Allman, Stan Worth
Formato: 17 episódios de 6 min.
Exibição no Brasil: TV Tupi (1979), TV Record (1984), Cartoon Network (1996/97), Tele Uno (1996/97)
Dublagem: Dublasom-Guanabara/RJ – Com Nair Amorim (Úrsula), Orlando Drummond (Garila) e Milton Rangel (narrador)

Esta série animada é uma paródia com muito bom-humor ao personagem “Tarzan, o Homem-Macaco”. Tal qual o lendário personagem, quando bebê, George foi o único sobrevivente de um acidente de avião numa floresta remota. Mas, aqui em George, o Rei da Floresta, ele  passou a ser cuidado pelo gorila-falante Garila e se tornou o destemido (e atrapalhado) rei da floresta de Buê-Buê. George, que tem a inocência de um garotinho, vive entre os animais, tem uma companheira chamada Úrsula e, além de tudo, há ainda um agravante: ele se acha “o bom”.

Normalmente, Garila tem mais noção da realidade e mais cultura do que o próprio George. Em um episódio, por exemplo, uma flecha adentra a casa de George, trazendo um bilhete. Úrsula o lê em voz alta: “Este é o último aviso”. E, em sua ingenuidade, George diz: “Último? Então os outros se extraviaram, pois não recebi o primeiro!”.

Nosso herói tem um “animalzinho” de estimação – o fiel Panti, que é um elefante na qual George acredita ser um cão. Há também o valente passarinho Tuc-Tuc (Tookie-Tookie), que apesar de saber apenas piar “Tookie-Tookie”, é bem compreendido por George e seus amigos e sempre traz as novidades da floresta. Há também o Comissário Distrital, que convoca o herói quando há problemas na selva.

O meio de transporte de George também são os cipós, mas é muito comum ele perder o controle e dar de cara nas árvores! Aliás, uma das maiores funções de Úrsula é de lembrar George para tomar cuidados com as árvores!

personagens-george1 personagens-george2

Falando na personagem Úrsula, seu nome inicialmente era para ser Jane, como em Tarzan. Mas, o detentor dos direitos do Homem-Macaco, Edgar Rice Burroughs, não gostou da brincadeira.

Sem nenhum tipo de conotação, George vê Úrsula não como uma pessoa do sexo oposto, mas como um companheiro. Ele não percebe a diferença entre ele e uma mulher e se refere à Úrsula como “aquele que nunca faz barba”.

O narrador das histórias tem um importante papel. Ele é o guia, conselheiro e testemunha ocular de tudo o que está acontecendo na floresta. Usa uma entonação divertida, marcada pela ironia.

Geralmente, as histórias se iniciam a partir da chegada de visitantes na floresta, alguns bem-vindos, outros não. Caçadores de animais, caçadores de joias, empresários oportunistas e tantos outros, que vivenciam as mais diversas situações com George e sua turma.

Esta foi a última produção da Jay Ward Productions antes de dedicar-se exclusivamente a comerciais de tevê. Inicialmente, o desenho seria chamado de “Walter of the Jungle”, algo que foi alterado pouco antes da estreia.

Foram produzidos 17 episódios, além de um piloto inédito, cujo tema e cenas de abertura são totalmente diferentes do que passou a ser utilizado. Este piloto nunca foi ao ar, mas foi disponibilizado na caixa de DVDs lançada nos EUA/Canadá. Apesar de dirigido ao público infantil, exibido nas manhãs de sábado dos EUA, no canal ABC,  George, o Rei da Floresta fez mais sucesso entre os adultos.

O personagem também teve uma versão em quadrinhos em 1967, pela Marvel Comics, feita especialmente para promover o lançamento da série na tevê. Em 1969, foi a vez da editora Gold Key lançar dois números de uma revista em quadrinhos do George.

Filmes

Baseado no desenho original de 1967, foram produzidos dois filmes de George, o Rei da Floresta. Um em 1997 (30 anos depois do término do desenho), estrelado por Brendan Fraser, e outro em 2003, estrelado por Christopher Showerman. O primeiro filme teve grande audiência nos cinemas, e o segundo, foi lançado direto em vídeo e também teve um considerável número de vendas, apesar de não ter tido tantas quanto o primeiro filme. Ambos longa-metragens foram produzidos pelos estúdios Disney, sendo que o primeiro com orçamento de US$ 50 milhões e o  segundo com cerca de US$ 12 milhões.

Como pode-se ver na maioria das versões para cinema de séries e desenhos do passado, a essência original praticamente se perde. Quem assistiu aos filmes e não viu o desenho só tem uma vaga ideia de quem é George. Os criadores de George, Super Galo e Tom sem Freio usaram de forma perfeita uma linguagem e um traçado caricatos, descontraídos, inusitados, oferecendo desenhos muito divertidos. Eles estavam bem à frente de sua época.

1997

george-filme1A primeira película de George, o Rei da Floresta foi adaptada para cinema, tentando buscar a linguagem caricata dos desenhos, com um engraçado locutor em “off” e com o ator Brendan Fraser no papel principal. A história mostra que um avião cai em pleno coração da África, deixando apenas um bebê como sobrevivente. Ele é criado pelos animais e, 25 anos depois, é conhecido como George (Brendan Fraser), o Rei da Floresta. Um dia, Úrsula Stanhope (Leslie Mann) explora a selva africana ao lado de Kwame (Richard Roundtree), seu guia, e alguns nativos carregadores. Ela viajou sozinha, mas logo seu noivo, Lyle van de Groot (Thomas Haden Church), decide encontrá-la. Kwame logo conta a todos a lenda do “macaco branco”, que alimenta a cobiça dos caçadores Max (Greg Crutwell) e Thor (Abraham Benrubi), integrantes da expedição. No dia seguinte, um leão ataca Úrsula. Enquanto Lyle foge, desesperado, George aparece e a salva. Ele a leva até sua casa e logo se apaixona. Só que a expedição parte atrás de Úrsula, para resgatá-la e capturar o “macaco branco”.

2003

george-filme2O segundo filme da franquia, “George, o Rei da Floresta 2″, foi produzido em 2003 pela Walt Disney Pictures, dirigido por David Grossman e lançado diretamente em vídeo. Nesta segunda aventura em longa-metragem, a sogra de George, Beatrice Stanhope, não quer que sua filha Úrsula fique zanzando com o rei das selvas. Ela e Lyle, ex-noivo de Úrsula, conspiram um plano para separá-los: hipnotizam Úrsula e a obrigam a deixar George para sempre.

Remake

Quase 40 anos depois de sua estreia, em 29 de junho de 2007, George, o Rei da Floresta estava de volta à televisão. Desta vez, o desenho estava um pouco modificado, com o acréscimo de alguns personagens.

O remake do desenho George, o Rei da Floresta foi produzido pelas mãos de Tiffany Ward, filha de Jay Ward, criador da série animada original. A nova versão estreou no Canadá em julho de 2007, pelo canal Teletoon, e chegou ao canal Cartoon Network americano em janeiro de 2008. No Brasil, estreou pelo Disney Channel em 2008 e também foi exibido pela Rede Globo.

Voltado para o público entre 6 e 11 anos, a nova versão transformou o personagem em um adolescente. Ao seu lado, estão seus inseparáveis amigos: a namorada Úrsula, Garila, o elefante Panti, o pássaro Tuc Tuc, Dr. Towel Scott (o pai de Úrsula), Magnólia e seu pai, o curandeiro.

O marcante tema de abertura permaneceu o mesmo. Apenas ficou um pouco mais moderno.

A Bullwinkle Studios (empresa da Ward Productions) e a Studio B Prods produziram 26 programas, cada um com duas histórias. Foram desenhadas totalmente com a tecnologia Adobe Flash e sem o traço característico de Jay Ward. O humor irônico — que tornou a primeira produção um sucesso na época — também não foi mantido.

Mas, esta nova versão fez tanto sucesso no Canadá (onde foi originalmente produzido e exibido) e nos Estados Unidos (onde foi co-produzido pelo Cartoon Network e patrocinado pela Disney), que, em 2008, foi produzido também um jogo para PlayStation 2 e Nintendo Wii, intitulado George of the Jungle and the Search for the Secret.

Super-Galo

super-galo-logo2Título Original: Super Chicken (1967 / EUA / Cor)
Criação: Allan Burns
Produção: Jay Ward, Bill Scott
Estúdio: Jay Ward Productions
Distribuição: Pantomine Pictures/ABC Filmes do Brasil
Formato: 17 episódios de 6 min.
Exibição no Brasil: TV Tupi (1979), TV Record (1984), Cartoon Network (1996/97), Tele Uno (1996/97)
Dublagem: Dublasom-Guanabara/RJ – Com Mário Monjardim (Super Galo), Orlando Drummond (Fred) e Milton Rangel (narrador)

Por trás da figura de um milionário boa vida, o Sr. Dondoco Careta III, morador de um apartamento de cobertura, esconde a identidade secreta do Super-Galo!

Para poder combater os vilões que ameacem a paz, o milionário tampinha veste seu traje de capa e espada e toma um preparado especial, o super-suco que, em fração de segundos, transforma o galo raquítico mixuruca no galináceo mais forte da Terra.

Quem prepara o super-suco é seu secretário e auxiliar Fred, um leão que acompanha o herói em todas as aventuras e acaba sofrendo muitos acidentes, inclusive, com os efeitos da explosão gerada quando o Super-Galo toma o super-suco.

Quando vai realizar alguma atividade perigosa ou sofre algum acidente, Fred ainda tem que ouvir o Super- Galo dizer: “Você sabia que o emprego era perigoso demais quando o aceitou, Fred”.

personagens-supergalo

Mas, os poderes do herói duram pouco, pois o efeito do super-suco passa rapidamente.

Para se locomover, a dupla Super-Galo e Fred utiliza-se do Supercóptero, um veículo em formato de disco-voador ovoide.

Há ainda um outro problema: o grito de guerra do Super-Galo é um cacarejado muito desafinado, difícil para Fred aguentar.

Detalhe curioso da dublagem deste desenho é que os dubladores dos protagonistas também fizeram dupla em Scooby-Doo, onde Mário Monjardim (Super-Galo) faz Salsicha e Orlando Drumond (Fred) faz Scooby-Doo.

Antes de estrelar um desenho animado, o Super-Galo aparecia em um tira de quadrinhos de 1964.

Tom Sem Freio

tom-sem-freio-logoTítulo Original: Tom Slick (1967 / EUA / Cor)
Criação: Allan Burns
Produção: Jay Ward, Bill Scott
Estúdio: Jay Ward Productions
Distribuição: Pantomine Pictures/ABC Filmes do Brasil
Formato: 17 episódios de 6 min.
Exibição no Brasil: TV Tupi (1979), TV Record (1984), Cartoon Network (1996/97), Tele Uno (1996/97)
Dublagem: Dublasom-Guanabara/RJ – Com Orlando Prado (Tom Sem Freio), Carmen Sheila (Maria), Maria Inês (Coroa), Antônio Patiño (Barão Otomático), Luiz Manuel (Cafaja) e Milton Rangel (narrador)

Corridas de balões, de carros, lanchas, no pântano, no deserto, no mar… seja onde for e com que máquina for, lá estará o boa-praça, cavalheiro e corredor-camarada Tom Sem Freio.

- “Oh Tom, você é tão justo…”, diz Maria, a namorada de Tom.

Tom Sem Freio também tem aliados, ou melhor, aliadas. Maria, moça apaixonada por Tom, e Coroa, uma velhinha muito agitada, que geralmente está precisando de dinheiro (não se sabe se Coroa é sua mãe). As duas acompanham o corredor “boa-praça” em todas as aventuras e muitas vezes ajudam-no, frustrando as armações dos adversários.

Ele coloca a honra e a educação acima de tudo, mesmo que isso lhe custe a vitória. Mas isso não é problema, pois ele é um ás do volante e vence todas as corridas. Tom tenta vencer as provas para impressionar Maria e, muitas vezes, para ajudar a Coroa a pagar suas dívidas.

personagens-tom-sem-freio

Existem vários adversários mas, na maioria dos episódios, quem vive tentando tirar vantagem do bom caráter de Tom é o corredor malvado e trapaceiro Barão Otomático. O vilão, que não suporta a “pinta” de esportista “limpo” de Tom, vive preparando planos para tirar o mocinho da “jogada” e tem um ajudante para colocar esses planos em ação, o Cafaja. Mas, o pobre ajudante só se dá mal e ainda vive levando pancadas na cabeça com uma chave inglesa, desferidas pelo Barão.

Não se pode deixar de citar a “animadíssima” torcida que assiste às corridas. Ela acaba dormindo durante as provas e, quando acordada, costuma dar um simples “Hey!” como sinal de vibração pela passagem dos corredores pelas arquibancadas.

Jay Ward

Jay Ward trocou o ramo imobiliário por uma bem sucedida carreira na animação americana quando, em 1947, associou-se a Alexander Anderson. Juntos, criaram o primeiro programa de desenhos animados produzidos especialmente para a televisão, o “The Comic Strips of  Television”, para o qual criaram os desenhos Crusader Rabitt, Hamhock Jones e Janota Age Certo (Dudley Do-Right) também conhecido como “Dudley Certinho”, um oficial da polícia montada canadense que também ganhou uma versão para o cinema em 1999, novamente interpretado por Brendan Fraser. No entanto, na hora de decidir a produção, apenas “Crusader Rabitt” foi exibido, em 1949 — os demais permaneceram na gaveta por mais alguns anos até chegar à telinha.

jay-wardMais tarde, Anderson afastou-se da produtora e Bill Scott associou-se a Ward. Scott vinha da United Productions of America – UPA, na qual trabalhara com os desenhos Mr. Magoo e Gerald Boing-Boing. A consagração veio em 1959 com o sucesso do desenho Rocky and Bullwinkle, que também ganhou uma versão cinematográfica em 1992, com Jason Alexander e outros no elenco. O sucesso dos desenhos de Ward não são exatamente seus traços ou movimentos, nem mesmo os cenários, mas, os diálogos adultos, sarcásticos de cunho social e político.

Depois de George, o Rei da Floresta, a produtora passou a trabalhar essencialmente com comerciais, especialmente os da Quaker. Jay Ward morreu em 1989.

O Sr. Peabody (Mr. Peabody & Sherman, 1959/64), desenho criado pelo legendário animador Jay Ward, estreou no Brasil uma versão cinematográfica em fevereiro de 2014.

O criador de Os Simpsons, Matt Groening, fez uma homenagem a Jay Ward, que na verdade chamava-se J. Troplong Ward. Groening nomeou seus personagens com o ‘J’ de Ward: Bartholomew J. Simpson (Bart), Homer J. Simpson e Abraham J. Simpson (Vovô).

TV e DVD

O show George, o Rei da Floresta foi exibido pela última vez no Brasil em 1997 em dois canais simultaneamente: Cartoon Network e o extinto Tele Uno. O Cartoon Network exibiu os desenhos com imagem e som espetaculares, com a antiga dublagem. Já o Tele Uno exibiu com som em espanhol.

No Brasil, não houve lançamento da série em DVD, mas nos EUA/Canadá, os fãs puderam adquirir, desde julho/2012, um box com todos os episódios do show (George+Super-Galo+Tom Sem Freio). Neste lançamento, além das imagens remasterizadas, estão disponíveis duas raridades: os episódios-piloto de George, o Rei da Floresta e O Super-Galo, nuca exibidos.

Os autores desta matéria são Maurício Viel e José Paulo Gircoreano. Escreva para nós ou envie seus comentários abaixo.

» Clique aqui e veja a Lista de Episódios produzidos do show George, o Rei da Floresta.

Multimídia

Assista a um episódio completo de George, o Rei da Floresta, com a dublagem brasileira:

____________________
Assista a um episódio completo de Super-Galo, com a dublagem brasileira:
____________________
____________________
Assista a um episódio completo de Tom Sem Freio, com a dublagem brasileira:
____________________
______________________
__________

Galeria – George, o Rei da Floresta

Clique nas imagens para ampliá-las.

Galeria – Super-Galo

Clique nas imagens para ampliá-las.

Galeria – Tom Sem Freio

Clique nas imagens para ampliá-las.

Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 9: Bibo Pai e Bobi Filho

$
0
0

Mais uma publicação do Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera, falando agora sobre Bibo Pai e Bobi Filho, a oitava série animada produzida pela Hanna-Barbera para a televisão, exibida dentro do Show de Pepe Legal.

Ficha-Técnica

bibo-pai-bobi-filho-logoTítulo: Augie Doggie and Doggie Daddy / 1959-61 / EUA / Cor
Formato: 45 episódios com duração de 7 minutos cada, exibidos em três temporadas como um segmento do Show de Pepe Legal
Primeira Aparição: “Foxhound Hounded Fox” (1959), dentro do Show de Pepe Legal
Exibição de Estreia: 29/09/1959 em syndication, distribuído pela Screen Gems
Roteiro: Michael Maltese
Exibição no Brasil: TV Tupi e TV Globo (anos 1960); TV Record (final dos anos 1960 e começo dos anos 1970); pool TV Record/TVS (virada dos anos 1970 para 1980), TV Bandeirantes (anos 1970/80), Boomerang (anos 2000), Tooncast (anos 2008 até hoje)
Dublagem: AIC/SP, com Rogério Márcico (Bibo Pai – 1ª voz), Osmano Cardoso (Bibo Pai – 2ª voz) e Waldir Guedes (Bobi Filho)

Introdução

Vimos no decorrer do Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera que um dos fatos mais recorrentes dentro do universo deste estúdio tem sido, sem sombra de dúvidas, a reinvenção, ou seja, personagens criados pela famosa dupla de animadores que tiveram como inspiração uma personalidade ou série famosa de cinema ou televisão, e/ou uma série animada criada anteriormente pela própria dupla William Hanna e Joseph Barbera.

A auto-referência em questão são os personagens Spike e Tyke (uma dupla de buldogues, pai e filho, respectivamente), criados como coadjuvantes para a famosa série animada de cinema Tom e Jerry (Tom and Jerry, 1940/58) pelo famoso duo de cartunistas, quando ainda trabalhava para os estúdios MGM. No caso deste capítulo, tratam-se de dois cachorros da raça dachshund, Bibo Pai (Doggie Daddy) e Bobi Filho (Augie Doggie).

A Série Animada

O segmento animado gira em torno das desventuras de um cachorro da raça dachshund, Bibo Pai, que dá tudo de si para disciplinar e educar o seu querido filho Bobi. O amor de Bobi pelo seu pai é tão grande que frequentemente se refere a ele como “querido e velho pai” (Dear old Dad). Bibo Pai, ao repreender Bobi quando este às vezes o desaponta, o faz de uma maneira gentil: “Bobi, meu filho, meu filho” (Augie, my son, my son). Bobi, por sua vez, sempre que diz ou faz algo que deixa seu Bibo Pai cheio de orgulho. Faz com que este se dirija sorridente para o telespectador com a seguinte frase: “Foi meu filho quem disse isso” (Dat’s my boy who said dat!).

Bobi faz mais um de seus dramas

Bobi faz mais um de seus dramas

O mais estranho é que ninguém sabe quem é a mãe de Bobi, já que esta nunca apareceu durante toda a série. Bibo Pai criou Bobi sozinho, recorrendo muitas vezes a um livro de psicologia infantil. Era o autêntico pai solteiro, o que foi uma novidade (alguns achariam um escândalo) para a conservadora sociedade americana dos anos 1950.

Absolutamente inseparáveis, os dois vivem as mais inusitadas desventuras, interagindo com um gato que deseja devorar o pássaro canoro de Bobi, discos voadores e seres alienígenas, plantas carnívoras, um avestruz dentro de casa, um pica-pau infernal, um gato selvagem, um falsificador, um rato, um leão, um pato (estes dois últimos, respectivamente, o protótipo do Leão da Montanha e do simpático Patinho Duque, em uma de suas primeiras aparições), entre outros.

Às vezes, Bobi tem complexo de adulto, tentando ser gente grande antes do tempo, mesmo que para isso tenha de fugir de casa e enfrentar o mundo exterior. Em um episódio, Bobi até chegou a fazer greve de silêncio, sem dirigir uma só palavra a seu pai durante um dia inteiro. Ambos vivem problemas afetivos comuns a pais e filhos. Por esta razão, vários episódios trazem sempre uma lição de moral.

Sempre com palavras sábias, Bibo Pai sempre julga saber o que é melhor para os dois, o que naturalmente desaponta Bobi algumas vezes. Mesmo sendo rigoroso, Bibo Pai possui uma personalidade dócil, afetiva e bem intencionada (alguém aí se lembrou de Dom Pixote?) e acaba se harmonizando com o filho no final das contas.

Bobi, por sua vez, é um filhote de alto astral, procurando sempre fazer algo que encha de orgulho o seu “querido e velho pai”. Possui conhecimento em ciências e é habilidoso ao falar com os animais, o que muitas vezes tira o seu Bibo Pai de muitas encrencas, salvando o dia.

personagens

Outras Aparições

 O Show do Zé Colmeia (The Yogi Bear Show, 1962). A dupla de pai e filho canina participou de um episódio triplo, como convidada da festa de aniversário do querido urso;

 A Turma do Zé Colmeia (Yogi’s Gang, 1973). Bibo Pai e Bobi Filho participam da série, bem como do respectivo episódio-piloto, o longa feito para a tevê “A Arca do Zé Colmeia” (Yogi’s Ark Lark, 1972). Nestes segmentos, o veterano John Stephenson dublou Bibo Pai em substituição a Doug Young, que na ocasião estava acompanhando o tratamento de saúde de sua esposa;

bibo-pai-bobi-filho-materia-4

Bibo Pai e Bobi Filho compôem a equipe Os Abelhudos em Os Ho-Ho Límpicos

 Os Ho-Ho Límpicos (Laff-A-Lympics, 1977-78). Participam como membros da equipe do Zé Colmeia, os Abelhudos;

 “O Primeiro Natal do Zé Colmeia” (Yogi’s First Christmas, 1980). Longa-metragem onde Bibo Pai e Bobi Filho fazem uma visita ao Parque Jellystone durante o Natal;

 Zé Colmeia e Os Caça Tesouros (Yogi’s Treasure Hunt, 1985/88), como personagens fixos;

 Wake, Rattle and Roll (Idem, 1990/91). Nesta série live-action, Bibo Pai e Bobi Filho aparecerem no segmento “Fender Bender 500” (uma versão anos 1990 da série Corrida Maluca), como corredores participantes do evento, dirigindo uma espécie de caminhão-monstro. Neste caso, no formato de casa de cachorro, chamado Lucky Trucky;

 Yo Yogi! (Idem, 1991-92). Bibo Pai é chamado de “Diamond” Doggie Daddy, onde ele é dono do Shopping Jellystone. Bobi Filho é seu herdeiro.

 Family Guy (Idem, 1999-presente, Fox). Nesta sitcom de animação feita para adultos, criada pelo cartunista Seth MacFarlane, são mostradas as desventuras de uma família disfuncional americana. Bibo Pai faz uma ponta no episódio 15 (“Brothers & Sisters”), da nona temporada, transmitido no dia 17/04/2011. Ele interpreta o terceiro marido da irmã da personagem Lois, chamada Carol;

 Ni Hao, Kai-Lan (Idem, 2007/11, Nickelodeon). Bobi Filho faz uma aparição nesta produção animada infantil sino-americana;

 Harvey, o Advogado (Harvey Birdman, Attorney at Law, 2000/01, Cartoon Network). Bibo Pai e Bobi Filho fazem uma aparição nesta série animada, baseada em personagens da Hanna-Barbera (notadamente Homem Pássaro e Galaxy Trio). Foi co-produzida pelo Cartoon Network, Allied Arts and Science, Turner Studios e Williams Street;

 Metlife, em 2012, Bibo Pai e Bobi Filho fizeram uma rápida aparição em um comercial para a empresa de seguros, intitulado “Everyone”.

TV e DVD

sessao-desenhos-60-peq

Lançamento nacional

Como já foi informado anteriormente, em 2006 estava previsto o lançamento de um box em DVD do Show de Pepe Legal. Porém, tudo foi cancelado, devido ao estado de má conservação dos negativos originais. No entanto, três episódios da série (que incluem os episódios de Bibo Pai e Bobi Filho) estão disponíveis em DVD: dois no DVD duplo “Sessão de Desenhos – Clássicos da Animação dos Anos 60 – Vol. 1″ (lançado no Brasil com dublagens originais) e mais dois episódios no DVD duplo “Sessão de Desenhos – Clássicos da Animação dos Anos 60 – Vol. 2″ (só lançado nos EUA/Canadá e sem dublagens em português).

» Clique aqui para comprar  o DVD “Sessão de Desenhos – Clássicos da Animação dos Anos 60 – Vol. 1″

best-of-warner-bros-hanna-barberaEm 2013, mais dois episódios foram lançados em uma nova coletânea distribuída apenas nos EUA/Canadá, intitulada “Best of Warner Bros. 25 Cartoon Collection: Hanna-Barbera”. Porém, ela também dispõe de dublagens brasileiras e pode ser importada por meio de sites como www.cdpoint.com.br e www.amazon.com.

Na televisão, fica-se na dependência do Tooncast para poder-se ver Bibo Pai e Bobi Filho. O canal é do mesmo grupo proprietário do acervo Hanna-Barbera e, esporadicamente, programa o desenho em sua grade de clássicos.

// O autor desta matéria é Alexandre Marques Silva. Escreva para nós e faça seus comentários.

// Lista de Episódios de Bibo Pai e Bobi Filho

ESPECIAL CHAPÉU E GRAVATA HANNA-BARBERA
Introdução | Jambo e Ruivão | Dom Pixote | Plic e Ploc | Zé Colmeia | Pepe Legal | Joca e Dingue Lingue | Olho-Vivo e Faro-Fino |

Multimídia

Clique e assista um episódio de Bibo Pai e Bobi Filho:

Clique e assista a uma rara vinheta original, exibida dentro do Show do Pepe-Legal:

Imagens

Clique para ampliá-las.

Milton, o Monstro

$
0
0

Ficha-Técnica

milton-o-monstro-logo-smallTítulo Original: Milton the Monster Show (1965-68 / EUA / Cor)
Criação: Hal Seeger
Produção: Hal Seeger
Estúdio: Hal Seeger Productions
Formato: 26 shows de 30 min.  (36 ep. de Milton, o Monstro, 26 ep. de Furacão, o Mosco Heróico, 5 ep. de Flukey Luke, 6 ep. de Muggy-Doo, 3 ep. de Penny Pinguin, 3 ep. de Stuffy Derma)
Exibição no Brasil: TV Tupi (1977-79), TV Record (1981-83), Tele Uno (1996-97)
Dublagem: Dublasom (Guanabara)

Milton, o Monstro

Produzido em 1965 pelo estúdio “Hal Seeger Productions” (também responsável pelo desenho Batfino), o desenho Milton, o Monstro tem como protagonista um ser parecido com Frankenstein. Mas, ele é muito simpático e tem um coração puro e generoso, sendo incapaz de ferir uma mosca.

materia1

Milton, Jeebie, Heebie, Prof. Weirdo e Conde Kook

A história de Milton começa no laboratório de um castelo assombrado. Lá, vive o Professor Weirdo, que se preparava para criar o ser mais terrível já visto na face da terra. Para isso, juntou vários ingredientes líquidos de maldade e colocou-os no molde de um homem, tais como “essência do terror” e “molho de sinistras”.

Por medo da sua criação destruir seu criador, o Professor Weirdo destina-se a acrescentar apenas algumas gotas da essência de ternura, mas seu auxiliar Conde Kook colidiu com o cotovelo do professor e o vidro inteiro foi despejado no molde. 

Assim nasceu Milton, um ser bondoso, carinhoso e muito gentil, que adorava todos os seres do mundo. O Professor ficou decepcionado no início, mas com o tempo afeiçoou-se à presença de Milton em seu castelo do mal. 

A criatura tem a mentalidade de uma criança. Adora brincar com seus brinquedinhos assustadores e enxerga no Professor Weirdo a figura de um pai. Usa terno e chapéu azuis e uma gravata borboleta.

No castelo também vivem outras criaturas do Professor Weirdo e, portanto, são “irmãos de criação” de Milton.

- Jeebie: um monstro peludo e de um olho só. Tem lento raciocínio e um único dente, afiado, que muitas vezes é usado para abrir latas de refrigerante.

– Heebie: um esqueleto ambulante, que usa uma túnica, uma peruca e uma cartola. Tem cara de zumbi e, na versão original, tem voz similar à do ator Peter Lorre.

materia2

Milton, o Monstro

O enredo mostra o Professor Weirdo tentando, a todo custo, esconder suas bizarras criaturas do mundo e se passar por um cientista normal e respeitável. Mas, Milton, com seu jeito inocente e trapalhão, sempre coloca seu criador nas mais variadas encrencas. Ao ficar agitado ou com medo, Milton solta de sua cabeça uma nuvem de fumaça, característica marcante e cômica do personagem.

O show Milton, o Monstro traz também outros cinco desenhos como apoio: Furacão, o Mosco Heróico (Fearless Fly), Flukey Luke, Muggy Doo, Stuffy Durma e Penny Penguin. Milton e sua turma aparecem, também, em “bumpers”, ou seja, vinhetinhas curtas chamando o intervalo.

O programa Milton, o Monstro teve duas temporadas. Na primeira, cada show exibe primeiro um episódio de Furacão, o Mosco Heróico, sendo que o desenho do meio, alterna entre Flukey Luke, Muggy Doo, Stuffy Durma e Penny Penguin. Por último, é exibido o aguardado episódio de Milton, o Monstro.

Na 2ª Temporada, cada show passou a exibir apenas um episódio de Furacão, o Mosco Heróico entre dois de Milton, o Monstro, no antigo formato “sanduíche”. Os outros desenhos não foram mais exibidos.

Furacão, o Mosco Heróico

Outro segmento popular do show Milton, o Monstro é Furacão, o Mosco Heróico (Fearless Fly). Trata-se de uma mosca aparentemente comum, chamada Hiran. É franzina, meio caipira, mansa, mora dentro de uma caixinha de fósforos mobiliada e não enxerga muito bem. Por isso, é auxiliada por uma bengala.

materia3

Furacão, o Mosco Heróico

Na maior parte de seu tempo, fica em um barzinho Sugar Bowl, dentro de um açucareiro, próximo de onde está instalada sua caixinha de fósforos. No local, encontra seus amigos e a pequena Flora, sua namorada. Quem sempre está presente também é o valentão Horsey, que está sempre disputando com Hiran o coração de Flora. Mas, na verdade, a pequena queria saber mesmo do destemido Furacão.

Quando há algum tipo de perigo, Hiran entra na caixa de fósforos mais próxima para colocar seu imenso par de óculos quadrados e poderosos, que fornecem milhões de mega-toneladas de energia através dos músculos sensíveis da cabeça. Assim, Hiran se transforma em uma mosca super-forte e super-veloz, atuando como o super-herói Furacão – O Mosco Heróico.

Ele atua no combate ao crime e ajuda os mais fracos, sendo que suas aventuras têm uma leve semelhança com as da Formiga Atômica, dos estúdios Hanna-Barbera.

Mas, Furacão tem um problema: é muito comum que ele perca seus óculos e isso faz com que ele, imediatamente, se torne uma simples e vulnerável mosca. Hiran lamenta sua má-sorte, dizendo ao público: “Sem os meus super-óculos de alta potência, estou indefeso!”.

Flukey Luke

Flukey Luke

O principal inimigo do Mosco Heróico é o tibetano Dr. Goo Fee e seu ajudante Gung Ho.

Milton e o Professor Weirdo fizeram algumas aparições ao longo desta série.

Flukey Luke

Flukey Luke é um cowboy moderno, que se mudou para a cidade com o seu cavalo e seu fiel companheiro indígena chamado Pena Pequena. Flukey se tornou detetive particular e abriu uma agência. O personagem foi criado como uma sátira do personagem das histórias em quadrinhos Lucky Luke.

Muggy Doo

Muggy Doo

Muggy Doo

Muggy Doo é uma raposa malandra que adora levar vantagem em cima dos outros.  Mas, sempre acaba tendo que pagar um preço por isso.

materia7

Stuffy Durma

Stuffy Durma

O atrapalhado andarilho Stuffy Durma herda uma luxuosa mansão e uma verdadeira fortuna. Mas, se recusa a abandonar a vida de mendigo nas ruas. Por isso, é constantemente perseguido pelo seu esnobe mordomo, que esforça-se ao máximo para tentar fazer de seu novo amo um verdadeiro lorde.

materia5

Penny Pinguin

Penny Pinguin

A pequena pinguinzinha Penny, travessa e sapeca por natureza, dá muito trabalho a seu pai Chester. Penny está sempre disposta a conseguir o que quer, da forma que bem entender. Em meio ao acesso de desespero de seu pai, ele faz de tudo para salvar sua pequena filha.

Hal Seeger, o Criador

O produtor faleceu em 2005, aos 87 anos. Começou sua carreira como animador-assistente no Fleischer Studios e foi um “ghost-writer” nas tirinhas de Betty Boop, de Bud Counihan. No final dos anos 1950, fundou em Nova York a Hal Seeger Productions, estúdio especializado em comerciais de televisão. No início de 1960, passaram a ser produzidos desenhos animados, incluindo Koko the Clown (inédito no Brasil), Milton, o Monstro e Batfino. O estúdio de Seeger também produziu a abertura do desenho The Porky Pig Show para a Warner Bros.

hal-seeger

Hal Seeger

Em Milton, o Monstro, Seeger, obviamente, fez um trabalho de caricatura, com tentativas de humor adulto, que teve sucesso até certo ponto. Milton é bom de se ver, especialmente em comparação com algumas das animações similares da época. Destaque, também para o trabalho de dublagem de Milton, na voz de Bob McFadden (brilhante e alegre). Mas, as piadas e gags, simplesmente, não têm quantidade suficiente para fazer Milton, o Monstro se destacar entre outros clássicos dos desenhos animados do “Saturday Morning” americano.

Amplamente vista como influenciada pelas séries contemporâneas A Família Addams (The Addams Family) e Os Monstros (The Munsters), na verdade, Milton, o Monstro já estava em pré-produção quando essas séries foram lançadas. Milton surgiu a partir da “Monstro Mania” cultuada na cultura juvenil popular durante o final dos anos 1950 e início dos anos 60. E visto neste contexto, é uma grande diversão.

»» Clique aqui para acessar a lista de episódios produzidos para o show Milton, o Monstro

No Brasil

Milton, o Monstro ganhou dublagem brasileira pelo estúdio carioca Dublasom. A série estreou no Brasil pela TV Tupi, em 1977, permanecendo na emissora até 1979. A TV Record comprou os direitos e exibiu a série entre 1981-83. Entre 1996-97, o canal Tele Uno, de propriedade da distribuidora Worldvision, tinha geração a partir do México para todo mercado latino de TV paga (sinal pan-regional) e exibiu o show Milton, o Monstro, com dublagens em espanhol. Foi a última vez que os brasileiros puderam ver a série na televisão. O Tele Uno também exibiu diversas séries e desenhos raros e clássicos distribuídos pela Worldvision. Muitos deles, com as devidas dublagens originais brasileiras, quando estavam disponíveis. Ou seja, já nos anos 1990, as dublagens de Milton, o Monstro já estavam perdidas ou deterioradas. O Tele Uno foi vendido para o grupo Sony e hoje chama-se AXN.

DVD

milton-monstro-dvdNos EUA, em março de 2007, o selo Shout! Factory lançou a série completa em um box com 4 DVDs. Os episódios estão apenas na língua inglesa, original, e as imagens foram todas tratadas, obtendo um excelente resultado. Para compra-lo, clique aqui.

Nos extras, um curta de Hal Seeger chamado “Wilbur, the Wanted” e os featurettes “Hal Seeger Home Movies: Milton & Fearless Fly at the N.Y.C. Toy Fair” (gravação amadora de Seeger em uma feira de brinquedos), “Sheriff for a Day – A Live Action Short – Starring Flukey Luke” (um filminho com Flukey Luke em carne e osso) e “Test Footage For The Live Action Footage” (teste de gravação).

Multimídia

Assista a um vídeo promocional da Foothill Entertainment dos EUA, atual detentora dos direitos de Milton, o Monstro. As imagens são do DVD lançado naquele país em 2007. Todos os episódios foram remasterizados, ou seja, som e imagens ganharam tratamento digital. Destaque para imagens de um boneco tamanho real de Milton, criado para divulgar a estreia da série, em 1965.

Assista ao primeiro show de Milton, o Monstro, completo, remasterizado (em inglês), trazendo Furacão, o Mosco Heróico, Flukey Luke e Milton, o Monstro:

Galeria

Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera – Parte 10: Loopy Le Beau

$
0
0

Prosseguimos com o Especial Chapéu e Gravata Hanna-Barbera, falando agora sobre Loopy Le Beau (Loopy De Loop), a primeira e única série animada produzida pela dupla Hanna-Barbera para o cinema, após deixar a MGM e abrir seu próprio estúdio.

Ficha-Técnica

loopy-le-beau-logoTítulo: Loopy De Loop / 1959-65 / EUA / Cor
Formato: 48 curtas de animação produzidos para o cinema com duração de 7 minutos cada, exibidos em série própria, totalizando 7 temporadas
Primeira Aparição: “Wolf Hounded” (1959)
Exibição de Estreia: 05/11/1959, exibido nos cinemas e distribuído pela Columbia Pictures
Roteiro: Michael Maltese, Warren Foster, Tony Benedict e Dalton Sandifer
Exibição no Brasil: TV Bandeirantes (anos 1970/80) e Boomerang (anos 2000)
Dublagem: AIC/SP, com Older Cazarré (Loopy Le Beau – 1ª voz), Waldir Guedes (Loopy Le Beau – 2ª voz), Carlos Alberto Vacari (narrador)

Introdução

Como já é do conhecimento de todos, a dupla Hanna-Barbera iniciou sua parceria em 1939, no MGM Cartoon Studio, quando começaram a produzir sua primeira e (logo de cara) bem-sucedida série de curtas animados para exibição nos cinemas, Tom e Jerry (Tom and Jerry, 1940-58). Porém, em meados dos anos 1950, a produção de animação cinematográfica começou a perder seu apelo comercial e os cinemas já não davam mais lucro com os curtas animados, fazendo com que a MGM demitisse a famosa dupla de animadores e toda a sua equipe em 1957. Concluindo que o futuro da animação estava mesmo na televisão, Hanna e Barbera resolveram, então, abrir seu próprio estúdio naquele mesmo ano, a HB Enterprises (dois anos mais tarde renomeada Hanna-Barbera Productions) e levar consigo praticamente a maioria de sua antiga equipe da MGM.

loopy-le-beau-materia1Em 1959, após deixar a MGM e antes de assumir de vez a produção de desenhos animados para a tevê, a dupla Hanna-Barbera resolveu fazer uma incursão em uma nova série de desenhos animados para o cinema, porém, utilizando a mesma técnica de animação limitada. Assim, foi criado o personagem querido e bem intencionado Loopy Le Beau, o lobo bom.

Visão Geral do Personagem e a Série

Loopy Le Beau é um lobo antropomórfico que veio do Canadá. Usa um cachecol e um típico gorro canadense e ainda fala um inglês mutilado pelo seu sotaque franco-canadense. Foi aos EUA principalmente para tentar limpar o nome dos lobos, que são geralmente vistos como criaturas más, esfomeadas e sanguinárias. Geralmente se apresenta com a seguinte fala: “Eu sou Loopy Le Beau, o lobo bom” (I am Loopy De Loop, the good wolf). Assim como nunca foi tarefa fácil para Gasparzinho, o Fantasminha Camarada (Casper, The Friendly Ghost, 1945-63, Famous Studios/Paramount) convencer uma pessoa de suas boas intenções, Loopy também sofre muito e se dá mal durante toda a série, geralmente apanhando ou sendo perseguido por essas mesmas pessoas que ele ajuda (ou pelo menos tenta ajudar). Tudo porque ele é incompreendido pela sociedade local devido ao simples preconceito de ser um lobo.

loopy-le-beau-materia2

Apesar de ser o Lobo Bom, Loopy Le Beau sempre acaba agredido

No decorrer da série, Loopy interage com pessoas comuns (fazendeiros, donas de casa, caçadores), arquétipos da literatura infanto-juvenil (Chapeuzinho Vermelho, Três Porquinhos, Lobo Mau, Cão Pastor), um exército de coelhinhos, um lobo mau-caráter que tenciona praticar o mal e até mesmo uma loba chamada Gaga, que lhe joga charme, usando-o para tentar obter a todo custo uma pele de cordeiro para fazer uma indumentária para ela. E o resultado é sempre o mesmo, ou seja, o tiro saindo pela culatra.

O nome do personagem é uma combinação inspirada em um jogo de palavras, como segue:

- Loop de loop: manobra de 360 graus (looping) idêntica ao movimento de uma roda gigante, feita no ar geralmente por pilotos de caças acrobatas;
- Canis Lupus: nome científico dado ao lobo, haja visto que o mamífero pertence à família dos cães, sendo “lupus” inclusive a base para o nome “loup” (lobo em francês);
- Loopy: sinônimo de louco ou excêntrico.

Outras Aparições

loopy-le-beau-materia3

Cena de episódio de Loopy Le Beau que aparece no filme “Os Monkees Estão Soltos”

- Loopy aparece em uma breve cena no filme “Os Monkees Estão Soltos” (Head, 1968, Columbia Pictures);

- Loopy faz uma participação na série Yo Yogi! (Idem, 1991, NBC), como funcionário do The Picnic Basket, estabelecimento localizado na praça de alimentação do Shopping Jellystone;

- Faz duas aparições na série Harvey, o Advogado (Harvey Birdman, Attorney At Law, 2000-07, Cartoon Network). Loopy aparece no episódio Jurado na Corte (Juror in Court) e em sua continuação, chamada “A Morte de Harvey” (The Death of Harvey). Em “Jurado na Corte”, Loopy aparece rapidamente fugindo de uma prisão junto com muitos outros clientes de Harvey. Não se sabe porquê Loopy estava presente, já que ele não havia aparecido no programa antes, tampouco era cliente de Harvey).

Loopy Le Beau em DVD

loopy-le-beau-dvdA Warner Home Vídeo lançou no mercado americano, no dia 9 de setembro de 2014, a coleção completa de Loopy Le Beau como parte da coleção Hanna-Barbera Classics Collection, outrora denominada Hanna-Barbera Golden Collection (no Brasil chamou-se Coleção Hanna-Barbera). Não há previsão de lançamento deste box no mercado brasileiro.

best-of-warner-bros-hanna-barberaEm 2013, os estúdios Warner Bros. completaram 90 anos e a Warner Home Video lançou em alguns países a série “Best of Warner Bros.“, que trouxe filmes, desenhos e séries de seu acervo em DVD, além de alguns filmes em Blu-ray. Entre estes lançamentos, uma caixa intitulada “25 Cartoon Collection – Hanna-Barbera”, lançada nos EUA/Canadá, disponibilizou, também, dublagens em português do Brasil (PT-BR), apesar de não ter sido lançada aqui (mas foi preparada para isso). Trata-se de uma coletânea de episódios com desenhos animados clássicos da Hanna-Barbera em dois DVDs. Há novas cópias remasterizadas, além do documentário “Here Comes a Star” (1964), que mostra imagens raras dos bastidores da Hanna-Barbera em seus primeiros anos. Nesta caixa, foi disponibilizado um episódio de Loopy Le Beau — “Wolf Hounded” (1959), porém, com uma redublagem em português. Esta caixa pode ser importada por meio de sites como www.cdpoint.com.br e www.amazon.com.

// O autor desta matéria é Alexandre Marques Silva. Escreva para nós e faça seus comentários.

// Lista de Episódios de Loopy Le Beau

ESPECIAL CHAPÉU E GRAVATA HANNA-BARBERA
Introdução | Jambo e Ruivão | Dom Pixote | Plic e Ploc | Zé Colmeia | Pepe Legal | Joca e Dingue Lingue | Olho-Vivo e Faro-Fino | Bibo Pai e Bobi Filho

Multimídia

Clique e assista a um trecho de episódio de Loopy Le Beau (em inglês), com imagens remasterizadas para a coleção de DVD:

Imagens

Clique para ampliá-las.

Snoopy

$
0
0

Ficha Técnica

Título: Peanuts / 1965-2011 / EUA / Cor (série animada baseada nas tiras de quadrinhos homônimas publicadas em jornais de 02/10/1950 a 13/02/2000, escritas e desenhadas pelo cartunista norte-americano Charles Monroe Schulz)
Formato: 43 especiais de tevê com duração média de 25 minutos cada e quatro longas-metragens produzidos para o cinema
Exibição: 09/12/1965 a 27/11/1992 (CBS); 18/01/1994 (NBC); 14/02/2002 a 20/11/2006 (ABC); e 24/11/2011 (Fox)
Dublagem Brasileira: Maga (SP), Herbert Richers (RJ), SC (SP) (atual Sigma), VTI (RJ) e MasterSound (SP)

História, Criação e Desenvolvimento

Charles Monroe Schulz (Minneapolis, Minnesota, 22/11/1922 – Santa Rosa, Califórnia, 12/02/2000) estudou na escola de educação primária Richard Gordon de Saint Paul. Era um adolescente tímido e solitário, talvez por ser o mais jovem de sua classe na Central High School. Depois da morte da sua mãe, em fevereiro de 1943, alistou-se no Exército dos Estados Unidos, sendo enviado ao Acampamento Campbell, em Kentucky. Dois anos depois foi para a Europa lutar na Segunda Guerra Mundial como líder da esquadra de infantaria da 20ª Divisão Blindada dos Estados Unidos.

Charles Schulz

Depois de deixar o exército em 1945, começou a trabalhar como professor de arte na Art Instruction Inc. Em 1947, Charles Schulz vendeu uma tira chamada “Lil’ Folks” para um jornal de sua cidade natal, o St. Paul Pioneer Press. “Lil’ Folks” foi publicada semanalmente por dois anos. Porém, quando Schulz pediu para que a publicação da tira fosse diária, acabou sendo despedido. Em 1948, o cartunista vendeu um painel de tira cômica para o jornal Saturday Evening Post e continuou a vendê-los até 1950, ano que viajou para Nova Iorque com muitos projetos de desenhos.

Schulz foi a uma reunião da editora United Feature Syndicate. E então, no dia 02/10/1950, Peanuts, nome do qual, no começo, Schulz não gostou, fez sua estréia em sete jornais dos Estados Unidos, onde Snoopy apareceu pela primeira vez e logo transformou-se em um grande sucesso. Schulz originalmente ia chamar o cão de “Sniffy”, até que descobriu que esse nome já era usado noutra banda desenhada (tirinha). Snoopy foi durante dois anos uma figura silenciosa, agindo como um cão real (caminhava sobre as quatro patas), mas, em 19 de Outubro de 1952, ele verbalizou os seus pensamentos aos leitores pela primeira vez através de balões. Snoopy tinha também a capacidade de entender tudo o que as restantes personagens dos Peanuts, com quem interagia, diziam. Schulz, após esta data, passou a incluir essas características nas suas tiras.

Snoopy é um cão extrovertido com complexo de Walter Mitty, com muitas virtudes. A maior parte delas não são reais, mas sonhos que fazem parte do seu mundo de fantasia, que aparecem quando Snoopy dorme no telhado da sua casinha. Muitos dos momentos memoráveis dos “Peanuts” ocorreram durante esses sonhos nos quais ele era um escritor: o seu eterno abrir da mala onde está a máquina de escrever. “Estava uma escura e tempestuosa noite…” foi tirado de uma história de Edward George Bulwer-Lytton escrita em 1830 chamada Paul Clifford. O contraste entre a existência de Snoopy no mundo dos sonhos e de Charlie Brown no mundo real é o centro do humor e da filosofia de Peanuts.

Um dos primeiros desenvolvimentos do personagem de Snoopy foi a sua tendência para dormir no telhado da sua casa, em vez de dentro dela. Depois, Snoopy passou a andar apenas com duas pernas como um humano. Isso rapidamente se tornou tão comum que quase não se notou quando Snoopy começou a revelar uma variedade de alter egos, a personalidade mais notável é a do piloto da Primeira Guerra Mundial. Para compor esta faceta, ele põe os seus óculos de aviador, o seu capacete e voa no seu Sopwith Camel (na verdade, a sua casinha), lutando contra Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho (que aparece indiretamente representado pelas balas que atingem a sua casinha).

Snoopy também se torna “Joe Cool” quando põe os óculos de sol e se encosta na parede sem fazer nada. Ele tem também uma personalidade em que é um escritor famoso, um advogado, um jogador de hóckei no gelo, um patinador olímpico, o “Beagle Solitário” (o primeiro cão a voar sozinho sobre o Atlântico) e também o primeiro astronauta a chegar à Lua.

Fora do seu mundo de fantasia, ele é o interbases na pequena equipe de baseball do seu dono, Charlie Brown, e também o melhor jogador do time. Snoopy é também um “escoteiro beagle” (Beagle Scout), a versão dos “Peanuts” do “Eagle Scout” e é o líder de uma tropa que é constituida pelo Woodstock e por outros pássaros seus amigos. Este tema aparece ao longo de toda a banda desenhada. Outras personalidades que Snoopy apresenta são: o “Flashbeagle”, o “Vulture”, e o “Legionário estrangeiro”.

Por um tempo, em 1977, Snoopy ficou prometido a uma cadela que nunca apareceu, que ele conheceu enquanto guardava a casa da Peppermint Patty. Mas, ela fugiu com o irmão do Snoopy, o Spike, e mais tarde viu-se a sua chegada ao deserto do Spike. Esta história foi adaptada à animação com o nome: “O Snoopy vai casar, Charlie Brown” (Snoopy’s Getting Married, Charlie Brown).

Snoopy é bilingue, pois compreende um pouco de francês. A sua comida de cão chama-se “para cães que voaram na primeira guerra mundial e compreendem um pouco de francês”. Ele fracassou no seu curso de geometria, que era sua desculpa para não poder seguir o curso de golfe. O famoso beagle tem também a sua própria dança, que se chama a Dança do Snoopy (Snoopy dance).

Schulz, numa entrevista em 1997, disse o seguinte acerca do caráter de Snoopy: “ele tem que sair do seu mundo de fantasia para sobreviver. Por outro lado, se assim fosse ele levaria uma vida miserável e aborrecida.”

Snoopy e Charlie Brown

Em seus últimos anos, Schulz sofreu de Mal de Parkinson. Como resultado, é possível observar no traço de suas últimas tiras o tremor de sua mão. Ele admitiu que algumas vezes os tremores eram tão desagradáveis que, enquanto trabalhava, precisava segurar com uma mão no canto de sua mesa para que tivesse firmeza. Devido aos problemas de saúde, Schulz anunciou, em dezembro de 1999, sua despedida dos jornais. Um mês após a publicação de sua última tira, em 3 de janeiro de 2000, Charles Monroe Schulz faleceu em Santa Rosa, EUA, no dia 12 de fevereiro de 2000, aos 77 anos de idade.

No final de sua vida, consciente de que seus personagens sobreviveriam ao autor, Schulz pediu para que sua obra permanecesse o mais autêntica possível e que suas tiras não fossem, como de costume, continuadas por outro desenhista, pedido que foi respeitado por sua família. As tiras publicadas pelo United Feature Syndicate após a sua morte são, na verdade, tiras originais já anteriormente publicadas, apenas com a data alterada e, mais recentemente, coloridas.

O produtor e animador Bill Meléndez (nascido em 1916, no México) faleceu em 02 de setembro de 2008, em Santa Mônica, Califórnia, aos 91 anos de idade.

A Série Animada

A animação baseada nas tiras teve início quando a Ford Motor Company adquiriu os direitos sobre os personagens. Foram produzidas uma série de comerciais de tevê em cores para os seus automóveis e aberturas para um programa patrocinado pela empresa denominado “The Tennesse Ernie Ford Show”. Quando o programa parou de ser exibido em 1961, as negociações duraram mais três anos. Os comerciais foram animados por Bill Meléndez para a Playhouse Pictures, um estúdio de animação cujo cliente era a própria Ford. Schulz e Meléndez tornaram-se amigos e quando o produtor Lee Mendelson decidiu produzir uma sequência animada de dois minutos para um documentário de tevê chamado “A Boy Named Charlie Brown in 1963″, ele trouxe Meléndez consigo para o projeto. Antes que o documentário fosse finalizado, os três (Schulz, Mendelson e Meléndez), mais o seu patrocinador, The Coca-Cola Company, produziram o primeiro especial de tevê com 30 minutos, o vencedor dos prêmios Emmy e Peabody, “A Charlie Brown Christmas” (O Natal de Charlie Brown) que foi ao ar pela rede de televisão CBS em 09 de dezembro de 1965. Tudo porque a Coca-Cola simplesmente perguntou a Mendelson se ele tinha algum especial de Natal para televisão e ele respondeu que sim. Em seguida, Mendelson ligou para Schulz dizendo: “acabei de vender um especial de Natal para a Coca-Cola”, mesmo não tendo um roteiro pronto sequer.

A versão animada de Peanuts difere das tiras dos jornais em alguns aspectos. Nos quadrinhos, ouvem-se as vozes dos adultos, ainda que as suas conversas sejam apenas descritas pelas crianças. Para traduzir este aspecto à animação, usa-se um som de aspecto murmurante, produzido por um trombone, para simular as vozes dos adultos, uma vez que estes nunca apareciam em cena. Nas tiras, os pensamentos de Snoopy se expressam por balões; na animação, ele é tipicamente mudo, comunicando seus pensamentos através de grunhidos ou risos (dublados por Bill Meléndez) e pantomima, ou ainda, tendo um personagem humano verbalizando seus pensamentos por ele.

O sucesso do especial “O Natal de Charlie Brown” foi o empurrão para a CBS levar posteriormente ao ar muitos outros especiais de Peanuts em horário nobre, começando com “Todas as Estrelas de Charlie Brown” (Charlie Brown’s All-Stars) e “É a Grande Abóbora, Charlie Brown” (It’s the Great Pumpkin, Charlie Brown), ambos em 1966. O especial “A Charlie Brown Thanksgiving”, de 1973, também foi vencedor do prêmio Emmy. Parte do sucesso da série se deve à trilha sonora de jazz composta pelo pianista Vince Guaraldi (1928-1976), e particularmente ao tema “Linus and Lucy”.

Além da Coca-Cola, outras companhias patrocinaram a série animada Peanuts com o passar dos anos, entre elas, os bolos Dolly Madison, Kellogg’s, McDonald’s, os doces Peter Paul-Cadbury, General Mills e Nabisco.

Schulz, Mendelson e Meléndez também produziram quatro longas-metragens para o cinema com os personagens das tiras, sendo o primeiro deles “Um Menino Chamado Charlie Brown” (A Boy Named Charlie Brown, 1969). Muitos destes longas foram feitos a partir do material das tiras de Schulz, que foi adaptado para a tela grande, embora em outros casos os enredos tenham sido desenvolvidos originalmente, sem nenhuma referência aos quadrinhos. É o caso de “The Charlie Brown and Snoopy Show”, uma série de especiais de tevê que foi ao ar aos sábados em 1983, na CBS, por duas temporadas.

No final dos anos 1980, a popularidade da série de tevê começou a diminuir e a CBS demonstrou falta de interesse em novos especiais, rejeitando completamente até “It’s Spring Training, Charlie Brown”. Uma minissérie de oito episódios chamada “This is America, Charlie Brown”, por exemplo, foi lançada durante uma greve do escritor. Finalmente, o último especial de Peanuts produzido enquanto Schulz ainda estava vivo, foi lançado direct-to-video. Após a morte de Schulz (2000), novos especiais foram produzidos pela dupla Mendelson-Meléndez e transmitidos pela ABC, que obteve os direitos para mais três programas. Um dos mais recentes, “He’s a Bully, Charlie Brown”, foi transmitido pela ABC em 20 de novembro de 2006, visto por aproximadamente 10 milhões de telespectadores. O último especial, “Happiness is a Warm Blanket, Charlie Brown”, foi ao ar pela Fox americana em 24 de novembro de 2011.

Em outubro de 2007, a Warner Bros. adquiriu da Paramount (por uma quantia de dinheiro não revelada) todo o catálogo de Peanuts. A Warner detém agora os direitos sobre todos os produtos relacionados a Peanuts (incluindo mais de 50 especiais de tevê) para distribuição mundial. A empresa está fazendo planos para desenvolver novos programas para televisão, para o mercado de vídeo e curtas-metragens para distribuição digital. No entanto, a Paramount ainda detém os direitos dos longas-metragens produzidos para o cinema, tanto os dois primeiros filmes (“A Boy Named Charlie Brown” e “Snoopy, Come Home”) que eram de propriedade da CBS e distribuídos pela Paramount originalmente, quanto os dois últimos (“Race for Your Life, Charlie Brown” e “Bon Voyage, Charlie Brown” (And Don’t Come Back!!), que foram, na ocasião, lançados diretamente pela Paramount.

Os Personagens Principais

Além do simpático beagle, os personagens principais que participam da série animada são:

Charlie Brown: de calças curtas, calvo e cabeça redonda, coroada por uma única mecha de cabelos na frente, é um menino de “oito anos e meio”, sempre cheio de preocupações. É o dono do Snoopy. Este personagem se caracteriza por um humor delicado e melancólico, traço marcante na personalidade de seu criador, Charles Schulz. É otimista alguns momentos, mas no geral, é um frequente perdedor. O personagem apareceu pela primeira vez numa história em quadrinhos publicada em St. Paul Press e o desenhista logo o incluiu em seu célebre “Peanuts”, publicado pela primeira vez, em sete jornais diferentes, dia 2 de outubro de 1950.

Patty Pimentinha (Patricia “Peppermint Patty” Reichardt): ela é uma má aluna, costuma dormir nas aulas e só tira D-, mas nunca perde o bom humor. Senta na frente de Marcie, sua melhor amiga, a quem costuma dizer freqüentemente “você é estranha/esquisita”. Mantém uma queda secreta por Charlie Brown, e conversa muito ao telefone com ele, chamando-o sempre de “Minduim”. Foi inspirada em uma prima de Schulz que na infancia, adorava as brincadeiras de menino e odiava as regras dos adultos.

Lucille “Lucy” van Pelt: é a irmã mais velha de Linus. Lucy apareceu pela primeira vez em 3 de março de 1952 como um bebê de olhos grandes que constantemente atormentava os pais. Ainda no início, Schulz eliminou os círculos em volta dos olhos dela e permitiu que ela crescesse até alcançar a idade dos outros personagens e rapidamente se tornou familiar a sua personalidade mandona, sarcástica e egoísta. É muito cínica, grita muito, é impaciente, muito mal humorada e freqüentemente é malvada com os outros personagens da série, particularmente com o irmão Linus e Charlie Brown. Os seus sorrisos e motivos raramente são verdadeiros. Costuma apresentar argumentos sem lógica e as suas perspectivas são sempre egocêntricas, a sua maneira de ver as coisas é única. Lucy gosta de Schroeder, que prefere tocar Beethoven a estar com ela.

Isaura/Sally Brown: é a irmã mais nova de Charlie Brown. Tem cabelo loiro e curto, freqüentemente aparece com uma flor na cabeça. Usa um vestido que pode ser azul ou rosa. Muito crítica e séria às vezes parece uma advogada ou uma psicóloga quando fala. Ela é muito teimosa e até que provem o contrário ela quem tem a razão, mas é generosa. É apaixonada por Linus van Pelt, chama-o de “meu namorado”, ele por sua vez responde “eu não sou seu namorado!”. Como o Schroeder faz com Lucy van Pelt, ele geralmente “foge” dela com uma resposta sarcástica.

Linus van Pelt: é o irmão de Lucy e o melhor amigo de Charlie Brown. Ele apareceu pela primeira vez em 19 de setembro de 1952. No entanto, seu nome só foi mencionado três dias depois. Apesar da tenra idade, Linus é muito observador e erudito, agindo como o filósofo e teólogo da série, mencionando frequentemente o Evangelho. Ele está sempre agarrado ao seu cobertor azul. Às vezes, é tiranizado pela sua irmã mais velha, Lucy. É também o interesse amoroso de Sally, irmã de Charlie.

Chiqueirinho: o menino que está sempre sujo, nem tem um nome de verdade. A graça é que de vez em quando ele tenta se limpar, mas não consegue.

Schroeder: é um garoto que se distingue pelo precoce talento em tocar piano, bem como pelo seu amor à música clássica e ao compositor Ludwig van Beethoven em particular. É também o interesse amoroso da Lucy, para quem ele não dá a mínima bola. Apareceu pela primeira vez como bebê em 1951, mas cresceu até alcançar a idade dos outros personagens nos três anos seguintes. Inicialmente, ele não tinha nenhuma característica notável, mas logo Schulz teve a idéia de colocar o piano de sua filha Meredith na história. Ele decidiu associar o piano ao mais recente personagem da história, e assim nasceu o personagem de Schroeder, tal como ele é hoje conhecido por milhões de fãs.

Marcie: uma menina tímida, míope, “estranha”, boa aluna e sua melhor amiga é a Patty Pimentinha, a quem ela só chama de “meu” ou “senhor” (depende da tradução). Assim como sua amiga, possui uma queda secreta por Charlie Brown.

Woodstock: é um passarinho amarelo que perdeu a sua mãe ainda filhote. Snoopy o encontrou na ocasião em um ninho em cima de sua barriga e resolveu “adotá-lo”. É o melhor amigo de Snoopy e também seu fiel confidente. Fala apenas a linguagem dos pássaros, usando um alfabeto cheio de exclamações que expressam emoções, frustrações e seu real temperamento, que só o seu amigo Snoopy entende.

Dublagem

A série animada foi dublada no Brasil por cinco (!) estúdios diferentes, alguns até cometeram o absurdo de dublá-la mais de uma vez. Charlie Brown e seu cachorrinho Snoopy viraram o símbolo da disputa de força entre as duas maiores emissoras da tevê aberta brasileira no passado (SBT e Globo) no eixo São Paulo – Rio, e dos dois maiores canais infantis por assinatura da atualidade (Cartoon Network e Nickelodeon). O SBT (então TVS), através do seu estúdio Maga, comandado por Marcelo Gastaldi (1944-1995), fez a primeira dublagem em 1984, que foi exibida pelo próprio canal até o início dos anos 1990, quando a Maga Produções Artísticas encerrou suas atividades. A partir daí, a Globo e o estúdio Herbert Richers do Rio redublaram a série, sendo transmitida pela mesma emissora.

A série retornou a São Paulo para ser lançada no mercado de VHS com a redublagem da SC-SP (atual Sigma). Em um determinado momento, ainda nos anos 1990, a série retorna ao Rio para ser redublada pela VTI, praticamente com o mesmo elenco que atuou pela Herbert Richers, versão que foi exibida pela Rede Record ainda naquela década. Retorna então a São Paulo para ser redublada pela MasterSound e ser exibida pelo canal de assinatura Cartoon Network, para, finalmente, voltar ao Rio e ser redublada (de novo) pela VTI, com exibição através de outro canal de assinatura, o Nickelodeon, nos anos 2000.

Segue abaixo a relação dos nomes que fizeram as vozes dos nossos queridos personagens nas (várias) versões brasileiras:

Snoopy e Woodstock: efeitos vocais mantidos no original, por Bill Meléndez.
Charlie Brown: Marcelo Gastaldi (1ª voz, Maga-SP), Selton Mello (2ª voz, Herbert Richers-RJ / VTI-Rio), Ulisses Bezerra (3ª voz, SC-SP), Marcelo Campos (4ª voz, MasterSound-SP), José Leonardo (5ª voz, VTI-Rio).
Lino: Lira Rodrigues (1ª voz, Maga-SP), Oberdan Júnior (2ª voz, Herbert Richers-RJ / VTI-Rio), Wendell Bezerra (3ª voz, SC-SP / MasterSound-SP), Felipe Drummond (4ª voz, VTI-Rio).
Lucy: Lúcia Helena (1ª voz, Maga-SP), Marisa Leal (2ª voz, Herbert Richers-RJ), Cecília Lemes (3ª voz, SC-SP / MasterSound-SP), Jéssica Marina (4ª voz, VTI-Rio).
Schroeder: Carlos Seidl (1ª voz, Maga-SP), José Leonardo (2ª voz, Herbert Richers-RJ), Hermes Barolli (3ª voz, SC-SP), Fábio Lucindo (4ª voz, MasterSound-SP), Bruno Pontes (5ª voz, VTI-Rio).
Patty Pimentinha: Sandra Marah (1ª voz, Maga-SP), Miriam Ficher (2ª voz, Herbert Richers-RJ / VTI-Rio), Leda Figueiró (3ª voz, SC-SP), Fernanda Bullara (4ª voz, MasterSound-SP), Lina Mendes (5ª voz, VTI-Rio).
Márcia: Zodja Pereira (1ª voz, Maga-SP), Guilene Conte (2ª voz, Herbert Richers-RJ / VTI-Rio), Raquel Marinho (3ª voz, MasterSound-SP).
Sally Brown: Leda Figueíró (1ª voz, Maga-SP), Carmem Sheila (2ª voz, Herbert Richers-RJ), Angélica Santos (3ª voz, SC-SP / MasterSound-SP), Indiane Cristine (4ª voz, VTI-Rio).
Pig Pen (Chiqueirinho): Nelson Machado (1ª voz, Maga-SP), Manolo Rei (2ª voz, Herbert Richers-RJ).
Rerun (o irmãozinho de Lino e Lucy): Orlando Viggiani (1ª voz, SC-SP).

DVD

No mercado brasileiro, foram lançados alguns títulos com toda a turma dos Peanuts, a seguir:

Coleção: DVD Snoopy & Charlie Brown – Triplo (2009, Warner Home Vídeo): box com três dvds, cada um contendo um episódio clássico referente a um feriado (O Natal de Charlie Brown; É a Grande Abóbora, Charlie Brown; Charlie Brown e o Dia de Ação de Graças) com seus respectivos making of’s e episódios bônus;

Seja Meu Namorado, Charlie Brown (2010, Warner Home Vídeo): dvd simples com o episódio homônimo, mais dois episódios relacionados ao dia dos namorados (Você Está Apaixonado, Charlie Brown; É o Seu Primeiro Beijo, Charlie Brown), e um making of relacionado ao especial homônimo;

Snoopy e Charlie Brown: Coleção dos Anos 60 – Duplo (2010, Warner Home Vídeo): dvd duplo com os seis primeiros especiais de TV exibidos entre 1965 e 1969 (O Natal de Charlie Brown; Todas as Estrelas de Charlie Brown; É a Grande Abóbora, Charlie Brown; Você Está Apaixonado, Charlie Brown; O Cachorro é Seu, Charlie Brown; Foi um Rápido Verão, Charlie Brown) , mais um documentário especial sobre o grande pianista responsável pela trilha sonora da série animada, Vince Guaraldi;

Snoopy e Charlie Brown: Coleção dos Anos 70 – Duplo (2011, Warner Home Vídeo): outro DVD duplo, com mais seis especiais de TV exibidos entre 1971 e 1974 (Toque de Novo, Charlie Brown; Você Não Foi Eleito, Charlie Brown; Não Há Tempo Para o Amor, Charlie Brown; Charlie Brown e o Dia de Ação de Graças; É um Mistério, Charlie Brown; É o Beagle da Páscoa, Charlie Brown), mais um documentário sobre a criação do melhor amigo do Snoopy, o Woodstock.

Novo Filme

Os personagens Snoopy, Charlie Brown, Woodstock e Patty Pimentinha chegarão em 2015 aos cinemas, sob os olhos atentos de Craig Schulz, filho do lendário cartunista Charles M. Schulz, criador dos personagens.

peanuts-filme

“Eu sou muito mais protetor do que meu pai era”, disse Craig ao jornal USA Today. “Nossa meta principal sempre foi de sermos autênticos ao trabalho e legado dele. Esperamos o melhor momento. O nosso primeiro objetivo foi respeitar o seu trabalho e seu legado”, declarou Craig Schulz, filho do criador de Snoopy Charles Schulz, morto em 2000.

A adaptação das tirinhas Peanuts foi criada por meio da parceria da 20th Century Fox Animation e Blue Sky Studios, que é o mesmo estúdio da franquia “A Era do Gelo”. O título em inglês é “Peanuts” e o site oficial peanutsmovie.com.

O filme é dirigido Steve Martino, que já comandou animações como “Horton e o Mundo dos Quem” e “A Era do Gelo 4″. O roteiro é de Craig Schulz, Bryan Schulz (neto de Charles e filho de Craig) e Cornelius Uliano.

O lançamento está marcado para o dia 6 de novembro de 2015 – ano que os personagens comemoram 65 anos. O filme será lançado em 3D com o título “Peanuts: Snoopy & Charlie Brown – O Filme”. Por enquanto, a estreia no Brasil está programada para 10 de dezembro de 2015.

// Clique aqui para ver a Lista de Episódios de Snoopy

O autor desta matéria é Alexandre Marques Silva. Escreva para nós e faça seus comentários.

Multimídia

Clique e assista a um episódio de Snoopy com a dublagem original brasileira, feita pelos estúdios Maga.

Galeria

Clique nas imagens para ampliá-las.

Viewing all 20 articles
Browse latest View live